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    O que é afrofuturismo?: 5 filmes e séries para conhecer o importante movimento presente no cinema negro

    Com Sun Ra, o afrofuturismo ganhou visibilidade também no cinema, levando a mescla de ancestralidade africana e ficção científica para as produções.

    A busca pela representatividade no cinema se vê cada vez mais necessária nos dias de hoje, e, mesmo com todos os problemas ainda existentes, é possível ver um movimento nas principais indústrias de filmes para que essa adversidade seja solucionada. Ainda em ritmo lento, Hollywood parece estar dando início a uma série de mudanças estruturais para que uma maior diversidade em suas produções seja alcançada.

    MoonlightDopeNós e Destacamento Blood são alguns importantes expoentes do subgênero chamado popularmente de cinema negro, que contempla produções associadas à cultura negra e apresenta críticas à forma com que sua comunidade é tratada pela sociedade.

    Dentro desse tipo de cinema, encontramos algumas correntes artísticas e culturais, como o blaxploitation, movimento iniciado na década de 1970, em um Estados Unidos segregado racialmente, que faz uso de protagonistas negros em suas produções, sempre lotadas de ironia e humor ácido para tratar as injustiças sofridas pelos negros historicamente. Além dele, outro importante movimento que surgiu no cinema negro foi o afrofuturismo.

    Ao mesclar cultura africana e ficção científica, o afrofuturismo aborda a ideia de um futuro protagonizado a partir de perspectivas negras, onde a ancestralidade se mistura à tecnologia para criar uma estética única nas mais diversas formas de arte. No cinema, um dos principais expoentes dessa ideia foi o músico e cineasta americano Sun Ra, que misturava cosmologia e Egito Antigo para dissertar sobre a libertação de seu povo, tanto na música, quanto nas telas. Com o longa Space is the Place (1974), Sun Ra deixou sua marca na história do audiovisual.

    Pensando nessa proposta, confira abaixo algumas produções que definitivamente devem ser vistas quando o assunto é afrofuturismo:

    6 filmes com protagonistas negros que não são só sobre racismo

    PANTERA NEGRA

    Sucesso dos Estúdios Marvel, Pantera Negra conta a história do príncipe T'Challa (Chadwick Boseman) precisando administrar os problemas de sua terra, Wakanda, após a morte de seu pai, o rei T'Chaka (John Kani). Ao assumir o manto do Pantera Negra, ele terá que encontrar Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou do país uma quantidade do raro metal vibranium, alguns anos atrás.

    Exemplo sólido da estética afrofuturista, Pantera Negra mistura a ancestralidade do povo africano com elementos tecnológicos clássicos de uma boa ficção científica. Aclamado pelo público e crítica, o longa também insere em sua trama parte da questão política e social que permeia o cinema negro, indo além da alcunha de “apenas um filme de herói”. Vale ressaltar que a produção ainda contará com uma segunda parte, chamada Pantera Negra: Wakanda Forever, desta vez, sem o ícone Chadwick Boseman.

    BLADE, O CAÇADOR DE VAMPIROS

    Em Blade, O Caçador de Vampiros, após ser contaminado pelo sangue de uma criatura das trevas, Blade (Wesley Snipes) transforma-se em um guerreiro imortal, metade homem, metade vampiro. Desde então, ele dedica-se a caçar o líder dos mortos-vivos, Deacon Frost (Stephen Dorff), e seus asseclas, que estão planejando um grande plano para aumentar sua dominação sobre a raça humana.

    Clássico dos anos 1990, e também originalmente um personagem da Marvel, Blade foi o precursor do protagonismo negro, da Marvel, nos cinemas, sendo um importante pilar para construção do Pantera Negra. Apesar de não ter sido tão bem recebido pela crítica, não há como negar que você tem a sensação de estar vendo algo diferente, algo novo, ao assistir a produção.

    A COR DO PODER

    Na série A Cor do Poder, uma sociedade dividida racialmente possui os negros como classe dominante, servindo como opressores de uma baixa classe branca. Na trama, Sephy, uma menina negra, e Callum, um menino branco, se conhecem quando criança, reencontrando-se anos depois e despertando um amor que, até então, estava adormecido.

    Fazendo parte do catálogo de séries da GloboplayA Cor do Poder conta com certo revisionismo histórico para estruturar sua trama. Com forte teor racial, um romance é desenvolvido em meio às críticas sociais contidas na produção. A estética apresentada e o figurino são alguns dos pontos altos da série.

    Série A Cor do Poder e outras produções para quem gosta de realidades distópicas

    SPACE IS THE PLACE

    O tocador de jazz experimental Sun Ra e sua "Arkestra" desejam explorar o espaço para criar um planeta com afro-americanos longe da Terra, tudo isso com o poder da música deles. Repleto de viagens intergaláctica, naves espaciais e músicas, eles embarcam em uma aventura para explorar o espaço, um lugar livre de racismo.

    Importante personagem do movimento afrofuturista, Sun Ra marcou a história do subgênero, tanto no cinema, quanto na música. O longa de 1974 talvez seja a produção mais icônica desta lista, compondo a base para todas as outras do gênero.

    BRANCO SAI, PRETO FICA

    Tiros em um baile de black music na periferia de Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Enquanto isso, um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade opressora a qual eles estão inseridos.

    Estruturada com uma espécie de narrativa documental e com forte discurso político, a ficção científica brasileira Branco Sai, Preto Fica apresenta mais um enredo do cineasta Adirley Queirós, importante personagem do cinema marginal brasileiro. Na conta do diretor, também consta o consciente A Cidade é uma Só?, que apesar de não se encaixar na lista, é considerado um must see.

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