Responsável por alguns dos melhores filmes de terror dos últimos anos, Jordan Peele retorna aos cinemas com Não! Não Olhe!, novo longa estrelado por Daniel Kaluuya (Corra!) e Keke Palmer (As Golpistas). Em sua mais recente história, o cineasta traz também elementos de ficção científica, que incluem a aparição dos conhecidos OVNIs (objetos voadores não identificados), que já foram tema de outros tantos filmes do gênero - mas não exatamente como em Não! Não Olhe!.
Em entrevista exclusiva ao AdoroCinema, Jordan Peele explica como encontrou a própria maneira de criar essas figuras peculiares que sobrevoam - e aterrorizam - o rancho dos protagonistas. De acordo com o cineasta, a missão era criar um objeto inegavelmente “desconhecido”. “Queria que as pessoas pensassem ‘é isso! Este é o OVNI que temos tentado registrar’”, explicou o diretor.
Além disso, era importante dar espaço também para que o próprio público fizesse sua interpretação sobre essas figuras estranhas. “Também senti que, com esse quadro em branco, a imaginação do público poderia ficar livre para se perguntar o que há lá dentro”, pontuou.
Para “abrigar” esses seres sinistros, Jordan Peele quis criar um ambiente com imponência. Assim, Não! Não Olhe! se torna um dos filmes com mais espaço aberto que já vimos nas telas. “Esse é um dos maiores sets de filmagem na história do cinema. O espaço com que estávamos trabalhando, esse vale onde a maior parte da história acontece, tem cerca de 3 km de extensão”, revela.
Sobre o que é Não! Não Olhe!?
Embora o novo longa conte com recursos e imagens grandiosos, Jordan Peele mantém uma essência importante: contar histórias que são, sobretudo, sobre relações humanas. Desta vez, o diretor reflete sobre suas próprias experiências trabalhando na indústria cinematográfica para levantar discussões importantes sobre a espetacularização da vida.
“É um pouco clichê, mas a verdade é que preciso me encontrar em todos os meus personagens. Esse filme é muito sobre essa indústria do espetáculo, da qual já faço parte há algum tempo. Então, esses personagens representam diferentes lados meus e da minha relação com esta indústria”, explicou ao AdoroCinema.
Assim, o conjunto de personagens que compõem a obra também têm suas relações particulares com a fama, reconhecimento, necessidade de atenção, entre outros fatores. “Um tema que realmente pensei foi em isolamento. A forma como todos esses personagens meio que se sentem sozinhos e talvez nosso desejo de tentar nos conectar. Mas, talvez, esse desejo nos faça sentir ainda mais solitários”, pontuou também o ator indicado ao Oscar Steve Yeun (Minari), que também está no filme.
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