Média
3,9
439 notas
Você assistiu Conclave ?
4,0
Enviada em 29 de novembro de 2024
Conclave (2024), dirigido por Edward Berger, adapta o romance de Robert Harris, focando na intriga e tensão durante o processo de escolha de um novo Papa. O filme é uma celebração do talento dos atores, com performances marcantes de Ralph Fiennes, Stanley Tucci e John Lithgow, e uma direção primorosa que destaca todos os aspectos técnicos, incluindo fotografia, figurino e trilha sonora. Ambientado no Vaticano, o enredo gira em torno de um conclave papal, onde cardeais com visões e atitudes diferentes disputam a sucessão após a morte do Papa. Cada personagem traz à tona suas ambições e segredos, que começam a se revelar, abalando a confiança dos outros.

Embora o filme seja vendido como um thriller, ele é mais um drama intenso que explora a luta pelo poder e a tensão religiosa. A revelação nos minutos finais traz um plot twist que desafia normas conservadoras da Igreja, proporcionando um choque para os mais tradicionais, ao mesmo tempo que toca em temas de diversidade e os novos tempos. A personagem de Isabella Rossellini, Irmã Agnes, se destaca como uma peça chave na trama, oferecendo uma reviravolta significativa.

No geral, Conclave é um filme que combina uma excelente construção de personagens e um enredo envolvente com elementos de mistério e drama, deixando uma impressão duradoura ao questionar as estruturas rígidas da Igreja e de poder.
4,0
Enviada em 23 de janeiro de 2025
Conclave, dirigido por Edward Berger, chega com a promessa de ser um drama sofisticado e intrigante, seguindo os passos do aclamado Nada de Novo no Front, que rendeu ao diretor um Oscar de Melhor Filme Internacional em 2023. Trazendo novamente um orçamento de 20 milhões de dólares, Berger se propôs a explorar um dos processos mais sigilosos e fascinantes do mundo: a escolha do novo Papa, durante o tradicional conclave do Vaticano. Com um elenco estelar liderado por Ralph Fiennes e Stanley Tucci, além de uma equipe técnica afiada, o filme parecia destinado a ocupar um lugar de destaque na temporada de premiações. Mas, como tantas produções com alta expectativa, Conclave tropeça em sua própria ambição ao não sustentar o impacto emocional e narrativo que promete.

Desde o início, Conclave impressiona por seu design de produção meticuloso e pela recriação detalhada do processo de seleção papal. A equipe de Berger realizou uma pesquisa profunda para traduzir o sigilo e a grandiosidade do conclave em tela. Cada detalhe do ambiente, desde os figurinos dos cardeais até os cenários claustrofóbicos da Capela Sistina, contribui para uma atmosfera de isolamento que se torna quase palpável. Berger utiliza o espaço para amplificar a tensão e o mistério, enquanto o design de arte, impecável em sua execução, confere um realismo que enriquece a experiência do espectador. Essa ambientação cuidadosamente elaborada é um dos maiores trunfos do filme e, sem dúvida, será lembrada nas categorias técnicas das premiações.

No centro da narrativa está Ralph Fiennes, interpretando o cardeal responsável por organizar o conclave. Com uma performance que equilibra fragilidade emocional e autoridade moral, Fiennes entrega um trabalho digno de destaque. Seu personagem, inicialmente um mero facilitador do processo, se vê imerso em uma teia de segredos, mentiras e dilemas pessoais. A dinâmica entre os cardeais, representados por um elenco diversificado e talentoso, é outro ponto alto do filme. Stanley Tucci, em particular, brilha em suas aparições, trazendo nuances e complexidade ao seu papel. A trama é construída de forma a manter o público intrigado com os mistérios por trás de cada cardeal, suas alianças políticas e convicções morais, que oscilam entre visões conservadoras e liberais.

Berger demonstra habilidade ao manter o público imerso nesse ambiente denso e repleto de tensão durante a primeira metade do filme. Cada cena é carregada de simbolismos e camadas de significado, enquanto os diálogos revelam pedaços importantes da narrativa. A sensação de suspense é cuidadosamente orquestrada, e a trama parece caminhar para um clímax arrebatador. No entanto, o que começa como uma obra intrigante e cheia de potencial, logo se revela previsível e formulaica.

O maior problema de Conclave reside em sua estrutura narrativa. Na metade do filme, praticamente todos os mistérios e segredos apresentados são resolvidos, esvaziando o suspense que sustentava a história até então. O foco retorna à escolha do novo Papa, que deveria ser o ponto central do longa, mas perde força devido à previsibilidade do desfecho. Embora o roteiro tente introduzir um novo plot twist nos minutos finais, ele surge tarde demais e carece de desenvolvimento para causar o impacto desejado. A transição entre a resolução dos mistérios e a retomada da narrativa principal é abrupta e dilui o envolvimento emocional do espectador.

Além disso, Conclave desperdiça a oportunidade de aprofundar questões morais e políticas que poderiam enriquecer a trama. O embate entre as visões conservadoras e liberais dos cardeais é apenas superficialmente explorado, sem que o filme se comprometa a desenvolver um debate mais profundo sobre o impacto dessas escolhas. O roteiro se contenta em pincelar essas questões, deixando de lado a complexidade que o tema merece.

No entanto, nem tudo se perde. A direção de Berger continua sólida, e sua habilidade em criar atmosferas tensas é inegável. A trilha sonora e a fotografia complementam a ambientação, contribuindo para uma experiência visual e sensorial envolvente. O elenco, liderado por Fiennes e Tucci, eleva o material que tem em mãos, trazendo camadas de profundidade mesmo quando o roteiro falha em explorá-las.

Em resumo, Conclave é um filme tecnicamente impressionante, com atuações marcantes e uma premissa fascinante. No entanto, sua incapacidade de sustentar o mistério e a tensão até o final, combinada com a superficialidade na exploração de temas morais, impede que a obra atinja todo o seu potencial. Berger demonstra novamente seu talento para construir narrativas grandiosas, mas aqui, a execução fica aquém das expectativas. Ainda assim, Conclave é uma experiência que vale a pena pela sua atmosfera imersiva e pelas performances de seu elenco, mesmo que a previsibilidade do roteiro deixe um sabor agridoce.
4,0
Enviada em 27 de abril de 2025
Sinopse:
CONCLAVE acompanha um dos eventos mais secretos e antigos do mundo: a escolha de um novo Papa. Após a morte inesperada do atual pontífice, o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) é encarregado de conduzir esse processo confidencial. Os líderes mais poderosos da Igreja Católica de todo o mundo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção, cada um com suas próprias ambições. Lawrence se vê no centro de uma conspiração, desvendando segredos que ameaçam não apenas sua fé, mas também as fundações da Igreja.

Crítica:
"Conclave", dirigido por Edward Berger e adaptado do romance de Robert Harris, é uma obra que provoca reflexão enquanto explora os recantos sombrios e intricados da escolha do próximo papa. Com um elenco estelar liderado por Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Sergio Castellitto e Isabella Rossellini, o filme aproveita seu potencial dramático para pintar um retrato envolvente do poder, da ambição e da fé.

A narrativa se desenrola em meio à atmosfera tensa do Vaticano, onde os cardeais se reúnem para eleger seu novo líder. Fiennes brilha como o cardeal Thomas Lawrence, que, ao mesmo tempo em que é um homem de fé, se vê enredado em um jogo político profundo e traiçoeiro. O filme habilmente mostra os conflitos internos de Lawrence, balançando entre a tradição e os escândalos que reverberam entre os candidatos. Isso não só mantém o espectador intrigado, mas também levanta perguntas pertinentes sobre a moralidade e a transparência dentro de uma instituição tão venerada.

Berger, conhecido por sua habilidade em construir narrativas tensas, utiliza os corredores do Vaticano como um microcosmo para discutir temas universais de liderança e corrupção. A cinematografia é rica em detalhes, capturando a grandiosidade e a claustrofobia do ambiente vaticano. A trilha sonora, sutil mas impactante, complementa a construção de tensão, elevando momentos cruciais da trama.

Os diálogos, escritos por Peter Straughan, são afiados e reveladores, revelando as motivações pessoais dos cardeais e suas interações complexas, cheias de alianças e rivalidades. Isso transforma o filme em um verdadeiro drama psicológico, onde cada decisão é uma dança cuidadosa entre obrigações e interesses pessoais.

"Conclave" não se limita a ser um thriller político; é uma exploração profunda da fé, do poder e da humanidade inerente em cada um. Ao desenrolar um enredo que mantém o espectador à beira do assento, o filme provoca reflexões sobre até onde os indivíduos irão por sua crença e os pesos das decisões que moldam o futuro de milhões.

Em suma, "Conclave" é uma adição notável ao gênero, que combina excelência dramática com questionamentos filosóficos, fazendo-o não apenas um entretenimento, mas uma reflexão essencial para o público moderno.
2,0
Enviada em 18 de dezembro de 2024
A trama seria interessante se a condução do filme não tivesse o viés de criticar a Igreja Católica. Percebo uma tentativa constante de atacar os dogmas católicos (apesar de não concordar com alguns deles) e eviscerar a igreja ainda mais. Não vejo uma crítica tão contundente a outras religiões. Talvez pq elas nao sejam tão tolerantes ou que exijam mais respeito. Falo isso com o indicação ao hinduísmo, judaísmo e, até mesmo, o islamismo. Achei a reviravolta rasa e desnecessária, principalmente para a escolha do papa. Senti ali um discurso militante. Desnecessário para esse tipo de filme. Salva a atuação magistral de Ralf Fiennes que carrega o filme.
5,0
Enviada em 15 de janeiro de 2025
Ainda impactada, e na torcida (desde já!) por algumas estatuetas que irá concorrer. Que narrativa espetacular, com diálogos bem estruturados/densos, fotografia, cenografia incrível e que show de interpretação do Ralph Fiennes e Stanley Tucci❤️ na minha opinião...Fiennes, um fortissimo candidato ao Oscar de melhor ator. O final do filme, é surpreendente, lindo/emocionante com o discurso que elege o novo pontifície. Vaidade, ambição, poder, vícios, xenofobia, racismo e... inúmeras vulnerabilidades, são elementos no qual, expõem o que está nos bastidores dos muros do Vaticano. A minha única crítica: poderiam explorar mais a trilha sonora, entretanto, as poucas existentes são de altíssimo nível.
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
5,0
Enviada em 31 de janeiro de 2025
Um espetáculo... de atuações, de figurino e cenários, de história... queria crer que as pessoas com poder terminassem tocadas por Deua igual aos cardeais do filme...
1,0
Enviada em 21 de fevereiro de 2025
Sejamos imparciais, um filme com excelentes atuações e até a primeira hora de exibição, sem qualquer comprometimento com ideologias, apesar de algumas bobagem ditas, mas sem maiores ênfase. O problema e o início dos exageros acontece no discurso do cardeal Thomas Lawrence (Ralph Fiennes), onde deixa claro a militância e a ideologia. A partir daí é um festival de besteira, com ataques a um cardeal que "representa" a direita e o conservadorismo, fazendo-o parecer uma aberração e ameaça, enaltecendo os progressistas e culminando com a maior forçada de barra dos últimos anos. A direção se perde em um idealismo exagerado e tenta convencer que o Conclave é um jogo sujo de corrupção, poder e que ninguém, absolutamente ninguém dos representantes da igreja católica está interessado na verdadeira fé ou no povo. A tentativa de sujar e desacreditar a igreja católica é visível. Um filme que merece cair no esquecimento, como tantos, que tiveram a mesma e fracassada proposta.
4,0
Enviada em 25 de janeiro de 2025
Ralph Fiennes em grande forma. Um filme interessante sobre o conclave e seus bastidores. Exagera na parte política e na diversidade. Bastante inverossímel.
2,0
Enviada em 4 de dezembro de 2024
Um filme bom para entendermos melhor o ritual do conclave para escolha de um papa, claro que maquiaram muito o evento, trazendo situações que nunca aconteceriam, alguns plots twists absurdos na minha visão, como sempre acabam colocando questões que na minha opinião não caberiam em um filme como esse , sempre a lacração.
2,5
Enviada em 14 de janeiro de 2025
Bons actores, boa fotografia e pormenores curiosos do ritual (alguns talvez menos rigorosos na veracidade), pinceladas do retrato dos meandros políticos de qq instituição vivida por seres humanos, MAS mais uma manifestação da Agenda (desligar a dimensão biológica e espiritual do ser humano livre e ligar a dimensão pseudo-libertária-social do desejo/vontade egocêntrica do ser humano fantoche). Pena. Três estrelas pela oportunidade de conversas boas que poderá despoletar; porque algumas dúvidas podem destruir certezas e algumas certezas são descobertas pelas dúvidas. Mas que as há, há; certezas e dúvidas. O relativismo às vezes pode ser a cedência à preguiça ou ao medo de ir mais longe.
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