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    Pray Away na Netflix: Conheça o triste documentário sobre “cura gay” produzido por Ryan Murphy

    O documentário retrata os horrores sofridos por membros da comunidade LGBTQIA+ que foram submetidos às "terapias de conversão”.

    Nesta semana, a Netflix disponibilizou um de seus documentários mais polêmicos e melancólicos: Pray Away. Produzida pelo icônico Ryan Murphy — que desenvolveu seriados como American Horror Story, Pose e Hollywood — a obra reúne sobreviventes das infames terapias de conversão, que tentam “curar” a homossexualidade como se fosse uma doença.

    Pray Away
    Pray Away
    Data de lançamento 4 de agosto de 2021 | 1h 44min
    Criador(es): Kristine Stolakis
    Usuários
    3,1
    Assistir em streaming

    Em pouco menos de duas horas de duração, diversos ex-líderes e vítimas do tratamento são entrevistadas, detalhando como funciona e quais são os danos culturais e sociais desse tratamento para a comunidade LGBTQIA+.

    Aliás, essa é uma das estreias mais importantes de agosto no catálogo. Confira a seguir, tudo o que você precisa saber sobre Pray Away, dirigido por Kristine Stolakis (Where We Stand):

    A cura gay ao redor do mundo

    Em 24 de junho de 2021, a senadora Marie-Pierre de La Gontrie propôs uma legislação destinada a proibir a terapia de conversão na França. Na região, essas práticas ainda são legais, mesmo que permaneçam ocultas, praticadas com o maior sigilo e, portanto, difíceis de identificar.

    Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, esses tratamentos são licenciados em 22 estados. No total, quase 700.000 cidadãos americanos foram supostamente enviados a essas sessões para “curar” a homossexualidade e outras identidades de gênero. Aqueles que sofreram com isso têm duas vezes mais chances de morrer em uma tentativa de suicídio.

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    Impacto na comunidade LGBTQIA+

    Criados com vergonha e auto-julgamento, muitos homossexuais se agarraram na religião para ir contra sua própria natureza. Alguns, como Michael Bussee, chegaram até a criar um programa internacional para voltar ao “caminho certo”. O homem que antes se considerava um “ex-gay” co-fundou, em 1976, a Exodus, organização que ganhou milhares de membros em todo o mundo.

    O documentário Pray Away, filme de estreia de Kristine Stolakis, gira em torno destes rostos complexos, que são tanto vítimas como torturadores.

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    Produzido por Ryan Murphy em parceria com a Blumhouse

    Produzido por Ryan Murphy e a Blumhouse, produtora geralmente especializada em filmes de terror de sucesso, o longa oferece um olhar sem julgamentos sobre esse assunto que ainda é um grande tabu.

    O documentário mistura imagens de arquivo — muitas vezes perturbadoras — e depoimentos de quem conseguiu escapar. Utilidade pública, Pray Away conta como essas terapias de conversão alimentam o medo e colocam as pessoas nas mãos de psicólogos e terapeutas não qualificados.

    O objetivo dessas sessões não é somente a “cura” de uma orientação sexual, mas também colocar homens e mulheres em papéis sociais pré-estabelecidos.

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    Personalidades polêmicas

    O filme destaca viagens edificantes, como a de John Paulk. Este último se tornou, no final dos anos 90, uma polêmica figura da mídia apresentando-se como um “ex-homossexual”. Casado com uma mulher chamada Anne Edward - ela mesma uma “ex-lésbica” - ele estampou inúmeras capas de revistas e realizou aparições em diversos programas de televisão para promover sua “cura”.

    Pray Away: por que é importante assistir?

    Pray Away enfatiza o sentimento de remorso por parte daqueles que já participaram desses movimentos e que hoje aceitam sua homossexualidade. O documentário, entretanto, mostra que o mecanismo das terapias de conversão é uma espiral destrutiva. Quando as organizações fecham as portas - Exodus encerrou suas atividades em 2013 - outras assumem a tocha, como Jeffrey. Em sua última cena, a diretora dedica o filme aos que sobreviveram a essas práticas, mas também aos que não tiveram a mesma sorte.

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