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    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas: Você sabia que essa é a primeira animação da Sony a ter personagem LGBTQ+?

    Com direitos comprados pela Netflix no início de 2021, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas tem como protagonista uma personagem LGBTQ+.

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas foi lançado em 30 de abril na Netflix e já consta como uma das produções mais assistidas da plataforma no Brasil. Originalmente produzido pela Sony Pictures Animation, o filme teve direitos comprados pela gigante do streaming no início de 2021 e, além de conter diversas referências à cultura pop, o longa-metragem fez história como a primeira animação da Sony com uma protagonista assumidamente LGBTQ+.

    Embora os personagens LGBTQ+ estejam, lentamente, se tornando mais comuns em animações na TV norte-americana, tanto para crianças quanto para adultos, ainda há falta de representação da comunidade que faz parte de uma significativa parte da sociedade. O primeiro personagem abertamente gay em produções animadas surgiu em 2012, com Mitch, de Paranorman, dublado por Casey Affleck. Depois dele, as demais personalidades em tal gênero de filme não passavam de meras insinuações vagas e potenciais até a chegada de A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas.

    Referências LGBTQ+ em A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas fez o que, até agora, nenhuma animação estadunidense fez, para todas as idades, antes: A co-protagonista, Katie Mitchell (Abbi Jacobson), é abertamente queer. Estrelando no papel principal, ela aparece com um broche de arco-íris desde a primeira imagem promocional do filme, simbolizando as cores da bandeira LGBTQ+.

    Sua identidade se estende ao longo dos materiais de divulgação e, obviamente, na produção em sua totalidade. Inclusive, em uma das cenas do trailer, a personagem aparece dizendo que “demorou um pouco para se descobrir”, em um cenário que mostra Céline Sciamma, diretora francesa responsável pelos filmes lésbicos Retratos de Uma Jovem em Chamas e Lírios d’Água, como uma de suas cineastas favoritas.

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    Ao longo da obra, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas apresenta mais referências à sexualidade da personagem, como o momento em que Katie aconselha ao irmão Aaron (Michael Rianda), afirmando que ele não deve ter vergonha de quem ele ama, e ainda compartilha suas experiências como uma pessoa marginalizada devido às suas atrações românticas. Vale mencionar também o momento em que a jovem descreve seu status de relacionamento com a nova colega de classe, quando a mãe afirma que ela e a aluna Jade “são oficiais” e que estarão juntas no almoço de Ação de Graças, tratando o assunto com a naturalidade que deve ser conversada e inserida na sociedade.

    Representatividade dentro e fora das telas

    Além da importância de trazer uma personagem LGBTQ+ às telas, a animação ainda contempla a personagem com uma dublagem de Abbi Jacobson que, na vida real, é bissexual. Tal escolha de equipe legitima o lugar de fala para que pessoas da comunidade sejam as porta-vozes de suas próprias narrativas e vivências, gerando uma trama que agregue identificação genuína a quem vive a experiência como parte de um grupo minoritário no cotidiano.

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    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas faz um incrível trabalho ao retratar uma personagem principal LGBTQ+ com grande relevância na história. Essa representação não modifica o rumo da narrativa e nem prejudica os demais elementos do filme, e a importância da animação está justamente em mostrar de maneira explícita o quanto a sexualidade pode ser retratada com leveza e, aos poucos, se tornar uma questão naturalmente abordada dentro de cada casa, para públicos de todas as idades.

    Apesar de não ser a primeira animação a apresentar personagem com tal característica, o longa-metragem abre precedentes para que esta não se torne a última, e traz um exemplo positivo do caminho que os estúdios, diretores e roteiristas trilhem em rumo de uma sétima arte mais inclusiva em todos os seus gêneros.

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