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    Meu Pai: 5 curiosidades sobre o filme que rendeu o Oscar de Melhor Ator a Anthony Hopkins

    Também estrelado por Olivia Colman, o longa-metragem concorreu em seis categorias e levou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado.

    A 93ª edição do Oscar, que aconteceu na noite de ontem (25/04), foi marcada pela vitória de Anthony Hopkins como Melhor Ator. Por seu papel comovente em Meu Pai, o galês quebrou um recorde inacreditável: aos 83 anos, ele se tornou a pessoa mais velha a receber o prêmio nessa categoria, usurpando o título que pertencia a Henry Fonda desde 1981. E a trama protagonizada pelo astro ainda abocanhou o troféu de Melhor Roteiro Adaptado (escrito pelo diretor Florian Zeller em colaboração com Christopher Hampton).

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    Ao todo, Meu Pai teve seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Olivia Colman), Melhor Edição e Melhor Direção de Arte. Hopkins, que já ganhara a mesma estatueta pelo Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes, não pôde comparecer à cerimônia, mas agradeceu a conquista na manhã de hoje e, inclusive, prestou homenagem ao seu concorrente Chadwick Boseman.

    O AdoroCinema já tinha comentando sobre os acertos de The Father (no original) e sua capacidade de deixar o público confuso. Agora, passada a maior premiação do cinema, nós decidimos listar 5 curiosidades sobre o longa-metragem que trouxe Anthony Hopkins de volta para os holofotes. Confira a seguir – e leia também a nossa crítica.

    ANTHONY HOPKINS E SEU PERSONAGEM TÊM O MESMO NOME E DATA DE NASCIMENTO

    O protagonista de Meu Pai se chama Anthony e nasceu em 31 de dezembro de 1937. Tanto o nome quanto a data de nascimento são os mesmos de Anthony Hopkins – o que não é mera coincidência. A decisão de equiparar os dados do personagem e do ator partiu do próprio diretor do filme, Florian Zeller. Em entrevista ao jornal The Guardian, o francês explicou a escolha: "Foi uma maneira de tornar minha ideia irreal um pouco mais realista."

    Zeller conta que, originalmente, o idoso interpretado por Hopkins se chamaria André e que o astro se mostrou "ligeiramente envergonhado" com a mudança. "Ele me perguntou: 'Você tem certeza?' Eu disse a ele que era importante. Eu queria que não houvesse necessidade de atuação, para que ele ficasse dominado por suas próprias emoções, medos e moralidade", ressaltou o diretor. Ele acreditava que, assim, Hopkins poderia se conectar com seus sentimentos pessoais e imprimir isso em sua performance – por mais doloroso que fosse, como bem lembrou Zeller.

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    PARA O DIRETOR, ERA ANTHONY HOPKINS OU MAIS NINGUÉM

    Ao aceitar o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, Zeller revelou que escreveu o roteiro especialmente para Hopkins, deixando claro que Meu Pai não aconteceria sem a presença do eterno Hannibal. “Para mim, ele é o maior ator vivo. E só a ideia de trabalhar com ele era como um sonho", afirmou o diretor em seu discurso. Mas realizar esse sonho não foi nada fácil: Zeller enviou o roteiro a Hopkins em 2017 e manteve a produção paralisada enquanto a resposta não chegava. Ele confessou que, se o astro tivesse recusado, o filme teria sido feito em francês, com um ator local.

    “Foi meu primeiro longa-metragem, e ele é Anthony Hopkins", brincou Zeller, dizendo que não abriria mão de seus planos até que alguém viesse e provasse o contrário. "Às vezes somos nós que fechamos a porta para o que é possível e o que não é possível. E, para o [papel do] pai, eu realmente queria não fechar aquela porta e seguir minha inspiração, meu desejo e meu sonho", observou. E concluiu: "Obrigado, Anthony, por ter dito 'sim' para aquele roteiro e obrigado por dar tudo para aquele filme. Sua energia, sua graça e seu talento, compartilhar essa jornada com você foi a experiência mais incrível da minha vida."

    O ROTEIRO DE MEU PAI É ADAPTADO DE UMA PEÇA FRANCESA

    Além de assinar como diretor e roteirista de Meu Pai, Florian Zeller é o dramaturgo responsável pela peça de teatro que originou o filme. "Le Père" (no original) chegou aos palcos parisienses em 2012 e logo se tornou a encenação mais aclamada da última década. Ganhou, em 2014, o Prêmio Molière de Melhor Espetáculo.

    A adaptação cinematográfica de "Le Père" marcou a estreia de Zeller na direção de um longa-metragem. Por seu trabalho primoroso, ele derrotou os outros quatro indicados a Melhor Roteiro Adaptado – Borat 2: Fita de Cinema Seguinte, Nomadland, Uma Noite em Miami e O Tigre Branco. "Eu nunca quis que Meu Pai fosse apenas uma história. Tinha de ser uma experiência – do que poderia significar perder tudo, incluindo seu próprio rumo", disse Zeller ao The Guardian.

    OLIVIA COLMAN SE SURPREENDEU COM O ROTEIRO DO FILME

    Para o portal Entertainment Tonight, Olivia Colman contou sua reação ao ler o roteiro criado por Zeller. "Foi a primeira vez que experimentei algo escrito desse ponto de vista", observou ela, em referência à construção do filme a partir da perspectiva de um idoso vítima de demência. "Foi muito bom entender de onde a confusão pode vir e dar sentido a ela porque você está tão confuso quanto", completou a atriz, que encarna Anne, a filha zelosa de Anthony em Meu Pai.

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    ANTHONY HOPKINS CONVENCEU O DIRETOR A USAR UMA DE SUAS MÚSICAS PREFERIDAS NO FILME

    Em entrevista ao site do Sundance Institute, Zeller revelou uma contribuição curiosa de Hopkins para Meu Pai: uma ária da ópera francesa "Les Pêcheurs de Perles" (ou "Os Pescadores de Pérolas"), composta por Georges Bizet. "Ele adora música; eu também", explicou o diretor. "Um dia ele me disse: 'Uma das minhas favoritas é esta ária.' E me contou uma história: quando tinha 30 anos, ele estava fazendo uma peça no Reino Unido e, uma noite, ouviu aquela música pela primeira vez. Ele voltou ao hotel, onde havia um piano, e tentou encontrar a melodia. Ele deixou todo mundo louco, porque levou algo como três dias para encontrar", continuou Zeller.

    Na conversa com o francês, Hopkins se abriu: "Eu sempre sonhei em fazer um filme com essa música". Ao que Zeller respondeu: "Eu tentei realizar os sonhos dele assim como ele realizou os meus". E a parceria deu tão certo que, hoje, os dois podem comemorar a vitória no Oscar 2021.

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