ROBOCOP| Crítica.
Autor: Luiz Fernando Correia.
“José Padilha brilha em sua estreia em Hollywood, e entrega um dos melhores e mais dignos remakes já feitos.”
Robocop, excelente filme de 1987 do cineasta holandês Paul Verhoeven, é considerado um clássico do mundo da sétima arte. O filme misturava ficção científica com muita ação, cenas impactantes, diálogos primorosos, ótimos efeitos, e uma ultra-violência jamais vista no cinema. O principal fator que o fez explodir, era o teor de grande sátira social que o filme abordava. Discutindo temas sobre o capitalismo, corrupção, ganancia, privatização, identidade, influência do poder político e Judiciário, natureza humana. Robocop foi tão bem recebido, que a critica o elegeu o melhor filme de 1987.
Quando anunciaram que o clássico de 87 ganharia um remake, uma forte preocupação e temor surgiu em mim, e na cabeça de todos os fãs. Como fã, fiquei preocupado que fizessem um filme ruim, desrespeitando todo o legado do policial do futuro. A única pergunta que rondeava a cabeça de todos era: Quem seria capaz de dirigir e fazer esse novo Robocop?
Para grande alívio, a Sony acertou brilhantemente em escolher o diretor da tropa, o cara responsável pelos 2 melhores filmes nacionais da ultima década, o diretor brasileiro José Padilha. E Para grande satisfação e tranquilidade de todos os fãs, Padilha nos entrega um remake digno de Robocop.
O diretor brasileiro peitou o estúdio, e só aceitou fazer se fosse seu próprio filme, e com sua equipe. O novo não é uma copia do original, é um novo filme. Ele mantém a mesma premissa do policial que sofre um atentado e é mantido vivo como máquina. O diretor presenteia os fãs com um filme recheado de referências ao original. O tema do original, os bordões clássicos, aparição da armadura clássica, o som da pisada robótica, dá ao filme um especial tom nostálgico.
O roteiro do estreante Joshua Zetumer , que conta com auxílio do próprio Padilha é bem sucedido. Usa e abusa das questões políticas e sociais, e toca varias vezes nas ferida da sociedade americana. Deve ser por isso, que a sua estreia nos EUA não foi muito bem recebida pelo público. O diretor brasileiro é corajoso, vemos ao longo do filme sua tradicional marca de criar diferentes pontos de vista, abordar o drama familiar, e ser mais fincado na realidade, estilo muito parecido com Tropa de Elite.
Toda a ação e os efeitos visuais são bem satisfatórios, com uma narrativa empolgante e chocante ao ponto de não parar; Parece que toda hora algo importante esta prestes a acontecer. Fator que aumenta cada vez mais o nível do filme.
O ótimo elenco brilha em suas interpretações. Joel Kinnaman convence muito bem no papel de Alex Murphy, e mais ainda como Robocop. Michael keaton esta muito bem a vontade como Raymod Sellars, o megaempresário presidente OminiCorp apoiado pelo governo e pela mídia. Samuel L. Jackson atua muito bem na pele de um apresentador de um programa jornalístico que apoia a violência radical. Destaque para Gary Oldman, interpretando brilhantemente o ambicioso médico cirurgião e especialista em robótica Dr. Dennett Norton.
O final Satisfaz, apesar de que poderia ter sido mais explosivo, não
diminui todos os méritos do filme. Mesmo não chegando a altura do filme original, o novo robocop é muito bem apresentado e brilhantemente chega para apagar todo o medo de remakes ruins em nossas mentes. Com um ritmo eletrizante e inteligente, josé padilha consegue prender a atenção do público do início ao fim. O diretor brasileiro brilha em sua estreia em Hollywood, e entrega um dos melhores e mais dignos remakes já feitos.
AVALIAÇÃO: ÓTIMO.