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    Pose, Sense8 e outras produções com protagonismo trans para assistir na Netflix

    Filmes e séries com representatividade trans ainda são difíceis de encontrar para assistir. Por isso, separamos seis ótimas produções com muita diversidade disponíveis na Netflix.

    Nos últimos anos, vimos um pequeno avanço em relação à representação de minorias no audiovisual, mas a falta de diversidade na indústria ainda é enorme. É visível que o cinema e a televisão ainda estão longe de ser espaços inclusivos, mas houve um pequeno aumento de produções criadas e protagonizadas por mulheres, minorias raciais e pessoas LGBTs.

    Porém mesmo a comunidade LGBT recebendo mais espaço nas telas, um grupo que ainda é bastante invisibilizado é o trans. Existem alguns bons filmes com representatividade trans, mas pessoas transexuais ainda têm pouquíssimo espaço no mercado audiovisual, e muitas vezes a representação que encontramos de personagens trans é caricata e ofensiva.

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    Por isso, o AdoroCinema escolheu essas seis incríveis produções com muito protagonismo trans disponíveis no catálogo da Netflix que todo mundo deveria assistir.

    POSE

    Quando se pensa em representatividade trans, Pose é uma das primeiras produções que vem à cabeça atualmente. A série fez história ao se tornar a primeira com protagonistas majoritariamente transgênero que inclui as atrizes M.J. Rodriguez, Dominique JacksonAngelica Ross e Indya Moore. Além do elenco, Pose também possui uma equipe de roteiristas, diretores e produtores bastante diversa, entre eles Janet Mock, que também trabalhou em outras produções da Netflix como The Politician e Hollywood.

    O drama foi co-criado por Ryan MurphyBrad Falchuk (responsáveis por Glee e American Horror Story) e Steven Canals. O enredo explora a cultura dos bailes promovidos pela comunidade LGBT em Nova Iorque durante as décadas de 1980 e 1990, assim como a epidemia do HIV durante esse período.

    Pose foi revolucionária por centrar as vivências de mulheres trans em suas tramas, mas sem resumir suas experiências apenas a ser trans. O drama apresentou suas personagens como indivíduos complexos e multidimensionais, cuja existência vai muito além da transgeneridade. Pose também fez história no Emmy com sua diversidade ao ser indicada a melhor série dramática.

    REVELAÇÃO

    Revelação é um dos melhores documentários sobre temática LGBT na Netflix. O filme faz um recorte da representação de pessoas transgêneros durante toda a história do cinema e televisão, apresentando como a imagem criada sobre a comunidade trans no audiovisual sempre foi bastante problemática.

    Através de entrevistas com atrizes, atores, diretores, produtores e roteiristas trans, o filme convida o público a aprender um pouco mais da história de opressão que esse grupo sofre e como o discurso transfóbico é naturalizado no audiovisual e está presente em vários filmes e séries amadas pelo público como Ace Ventura e Family Guy.

    Entre os profissionais presentes no documentário estão as atrizes Laverne Cox (Orange is the New Black) e M.J. Rodriguez (Pose) e o ator Elliot Fletcher (Shameless, The Fosters).

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    LAERTE-SE

    Laerte-se foi o primeiro documentário brasileiro original da Netflix e acompanha a história da cartunista brasileira Laerte Coutinho depois que assumiu sua identidade trans em 2009. O filme acompanha a carreira da artista e a influência de suas charges na cultura brasileira, além de trazer um incrível debate sobre várias questões complexas referentes a gênero.

    Com um olhar intimista, o documentário introduz o público ao mundo particular de Laerte e nos envolve facilmente nas histórias dela. Através de questionamentos interessantes sobre feminilidade e estereótipos de gênero, o filme incentiva o telespectador a repensar o realmente que significa ser homem ou mulher.

    CRÔNICAS DE SAN FRANCISCO

    Protagonizado por Laura Linney (Ozark), Crônicas de San Francisco dá continuação a série dos anos 1990, acompanhando o retorno de Mary Ann SIngleton à casa da rua Barbary 23 anos depois de sua partida. Embora a protagonista da série seja uma mulher cis, existem vários personagem trans centrais no enredo.

    Um dos protagonistas da série é interpretado pelo ator não-binário Elliot Page, conhecido por Juno e X-men, que revelou ser transgênero meses atrás pelas redes sociais. A série também explora questões de gênero e vivência trans através de Jake Rodriguez (Garcia), um homem trans explorando novas faces da sua sexualidade, e da matriarca Anna Madrigal (Olympia Dukakis), uma senhora de 90 anos que acolhe outros jovens LGBTs em sua casa.

    SENSE8

    Sense8 foi revolucionário por ser uma grande produção de ficção científica criada por duas mulheres trans, LanaLilly Wachowski (Matrix e V de Vingança), e com uma personagem central também trans, interpretada por Jamie Clayton.

    A série se aprofunda na vivência de Nomi, explorando todo preconceito que já sofreu tanto pela sociedade quanto dentro de sua própria família. Através de flashbacks, somos apresentados à experiência da personagem enquanto criança e vemos como jovens trans têm sua identidade reprimida e são ensinados a não se aceitar.

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    Sense8 se tornou rapidamente um enorme sucesso entre o público brasileiro, motivando a série até a gravar cenas no Brasil durante a segunda temporada. Os brasileiros sofreram com seu cancelamento prematuro após apenas duas temporadas, mas a Netflix ouviu o pedido dos fãs e produziu um episódio final lançado em 2018.

    ALICE JÚNIOR

    Alice Júnior é um filme brasileiro premiado que acompanha Alice (Anne Celestino), uma jovem trans carismática que usa seu tempo livre gravando vídeos no Youtube. Depois que seu pai é transferido, ela se muda de Recife para uma cidade no interior e precisa se adaptar a uma nova escola e novos colegas.Mas esse espaço novo se mostra hostil e preconceituoso contra a existência de Alice, que é obrigada a enfrentar a transfobia de frente.

    O filme apresenta uma perspectiva ainda pouco vista no cinema nacional: como é o contexto brasileiro para crianças e adolescentes trans. Alice Júnior demonstra que o espaço escolar ainda é extremamente ameaçador para estudantes transgêneros e como as autoridades escolares dão pouco amparo para esses alunos.

    Mas mesmo explorando temáticas de opressão, o filme consegue ser leve e divertir o público com uma protagonista simpática e fácil de se identificar.

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