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    Christopher Nolan afirma que Netflix é uma moda passageira

    Diretor está prestes a lançar o aguardado Dunkirk.

    O cineasta Christopher Nolan é um purista. Ferrenho defensor da filmagem em película, ele é um dos poucos diretores no mundo que ainda não se rendeu ao formato digital, e parece que ele também não é muito fã das novas plataformas de exibição. Segundo o realizador - que está prestes a lançar Dunkirk, longa descrito pelas primeiras reações da crítica como um grande espetáculo cinematográfico -, a Netflix não é nada mais, nada menos que uma moda passageira.

    Em entrevista ao jornal El Mundo, Nolan declarou que assistir seu drama de guerra na televisão ou na Netflix seria uma espécie de heresia: "A televisão existe desde os anos 50 e a Netflix é televisão. Quem se importa com a Netflix? Não faz diferença para ninguém, não é nada mais que uma moda, uma tempestade em copo d´água. Qual é a definição de um filme? O que é um filme? Algo que dura duas horas? É um gênero específico? Não. O que sempre definiu um filme foi o fato de ser exibido nos cinemas. Nem mais, nem menos. O fato de a Netflix fazer filmes para televisão que competem no Oscar ou no Festival de Cannes significa apenas que o cinema está sendo utilizando como ferramenta promocional [...] Agora, se eu fosse o diretor de um festival, não aceitaria os filmes da Netflix porque eles não são filmes".

    Charles Cundall/Underwood Archives/Getty Images

    Para o cineasta, que já causou polêmica ao declarar que aqueles que não gostaram de Interestelar, não entenderam o filme, a sala de cinema - preferencialmente equipada com um projetor de película -, é a única e exclusiva forma de se ver um filme: "Meus filmes favoritos são aqueles que são filmes e nada mais [...] são puramente cinematográficos. Não poderiam ser séries de televisão e não poderiam ser contados através do rádio. Quando um filme é visto na televisão, já é outra coisa. A experiência é completamente distinta [...] Como cineasta meu único objetivo e compromisso é criar experiências que só podem ser vividas na sala de cinema".

    Sempre que uma nova tecnologia ou inovação chega ao mercado, seja ele cinematográfico ou não, é certo que a novidade causará rachas. É impossível alcançar um meio-termo e a declaração de Nolan reafirma a controvérsia ocorrida em Cannes, quando a inclusão de duas produções da Netflix (Okja e The Meyerowitz Stories) fizeram com que a direção do Festival mudasse suas regras. A partir do ano que vem, a mostra francesa aceitará apenas filmes que sejam lançados nas salas de cinema. Logo, se a Netflix quiser que um de seus filmes entre na Competição, terá que lançá-lo no circuito exibidor, contrariando sua política de distribuição exclusiva para o streaming.

    Por outro lado, os serviços de streaming têm financiado e distribuído projetos quase engavetados de cineastas renomados. The Irishman, que acaba de contratar Joe Pesci, permaneceu em estágio de desenvolvimento durante muitos anos e sairá do papel por iniciativa da Netflix - no entanto, o acordo não impediu que o diretor Martin Scorsese também criticasse a experiência de ver filmes em casa. Vale lembrar que a companhia também é a responsável pela restauração do filme "perdido" de Orson Welles, The Other Side of the Wind.

    E você, o que acha da opinião de Nolan? Concorda com o diretor ou não? Ele foi enfático demais ou apenas falou o que pensa? Bem, seja qual for sua resposta, é muito difícil não reconhecer que, atualmente, a obra do cineasta é praticamente incontornável. Afinal, não é todo diretor que entrega filmes como Amnésia, O Cavaleiro das Trevas e A Origem em uma só carreira.

    Em Dunkirk, Nolan explora o resgate dos soldados britânicos presos na praia homônima, durante a Segunda Guerra Mundial. Coestrelado por Tom Hardy, Cillian Murphy, Mark Rylance, Kenneth Branagh e Harry Styles, o suspense chega aos cinemas brasileiros no dia 27 de julho.

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