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    Governo americano vai investigar sexismo em Hollywood

    "Filmes e séries estão entre os nossos mais poderosos e influentes produtos culturias e eles são esmagadoramente feitos por homens, contando histórias de homens e apresentando homens através de lentes masculinas, reforçando estereótipos."

    A pauta da desigualdade de gênero é um assunto rotineiro quando se fala sobre a representatividade feminina na indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Agora o assunto é questão nacional. Com base em um pedido realizado pela ONG União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), orgãos federais terão a responsabilidade de investigar as acusações de sexismo em Hollywood.

    A sindicância será realizada por comissões do United States Department of Labor, equivalente ao Ministério do Trabalho. Serão analisadas as práticas de contratação dos estúdios de Hollywood em uma "investigação ampla e com bons recursos", afirmou a adovogada Melissa Goodman, que trabalha na diretório que cuida de pautas de gênero e LGBTQ na ACLU, em entrevista para a Associated Press.

    "Nós estamos muito encorajadas por ver o quão a sério o governo levou esse assunto", disse Goodman. "Nossa esperança é que eles façam os líderes da indústria tratem das contínuas violações dos direitos civis que as mulheres diretoras experimentam e ainda estão experimentando".

    A organização pelos direitos civis reuniu testemunhos de mais de 50 diretoras que relatam suas vivências de desigualdade de gênero em Hollywood. Em uma fase posterior do processo, agentes federais vão entrar em contato com produtores e outras partes interessadas para entender o motivo de tão poucas mulheres serem contratadas.

    "Filmes e séries estão entre os nossos mais poderosos e influentes produtos culturias e eles são esmagadoramente feitos por homens, contando histórias de homens e apresentando homens através de lentes masculinas, reforçando estereótipos", afirmou Goodman. "Eu acho que isso molda a forma como mulheres e meninas olham para si mesmas e limita as oportunidades que o mundo apresenta a elas".

    As estatísticas são contundentes. De acordo com uma pesquisa de 2015 realizada pela organização Women in Film and Television, apenas 7% dos 250 filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos foram dirigidos por mulheres. Segundo o mesmo levantamento, 38% dos filmes tinham apenas uma ou nenhuma mulher trabalhando atrás das câmeras. Em um duro contraste, nenhum dos filmes analisados tinha apenas um ou nenhum homem na equipe (69% deles empregaram de 10 a 27 homens). 

    No campo da atuação, a realidade não é diferente e a disparidade salarial é um dos problemas mais latentes. Na mais recente lista divulgada pela revista de finanças e negócios Forbes, Jennifer Lawrence foi apontada como a atriz mais bem paga do planeta no período entre junho de 2014 e junho de 2015, com um faturamento de US$ 52 milhões. No mesmo recorte temporal, Robert Downey Jr., no topo da lista dos atores mais bem pagos do mundo, faturou US$ 80 milhões. Apenas quatro atrizes faturaram mais US$ 20 milhões no período analisado, o que mostra um contraste brutal com a lista dos atores mais bem pagos entre 2014 e 2015, que traz 21 astros com rendimentos superiores a US$ 20 milhões.

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