Discordo da crítica de Fernando Russo, muito embora eu não possua qualificação em Cinema para realizar uma análise técnico-artística do que pode significar o filme "A Cabana". Sinceramente, não me pareceu um filme religioso. Os simbolismos e as questões colocadas filosoficamente em um nível que o crítico considerou "risível", ou coisa pior, são trazidas de uma forma honesta. O filme não trata de religião, é bom frisar. Os desdobramentos acontecem dentro da margem possível de compreensão do protagonista, e não é difícil imaginar o mesmo filme feito numa ambiência Asiática, com as figuras "divinas" que correspondem àquele ambiência. O filme é sedutor, belo, envolvente. Expõe feridas e surpreende pela falta de "sensacionalismo" ou pretensão. As cinco estrelas são merecidas, e a crítica ao ator é injusta. Ele convence porque não é caricato. Eu não me considero religioso, e realmente gostei muito desse filme. É preciso aprender a "ouvir" as coisas nas entrelinhas, e o filme deixa muitos espaços para a reflexão. Escancara outros espaços, mas existe um nível de coerência extremamente plausível. O filme é sobre um homem confrontado consigo mesmo. Se pensarmos em perdão, justiça ou outros valores como "cristãos", ora, quantos filmes estariam implicitamente nessa lista. A ética humana e a necessidade de crer em algo para que a vida tenha uma mínima justificativa são questões que pertencem à Filosofia, não à Religião. A diferença de estrelas entre Fernando Russo e os espectadores aqui do site, por si só, demonstra o que quero dizer. Assista a esse filme. Vale à pena. De verdade.