You ou Você... a série que transformou perseguição criminosa em "amor que dói" e nos fez questionar se a Netflix anda assistindo os próprios roteiros sob efeito de álcool. Vamos falar sobre essa montanha-russa de absurdos, onde Joe Goldberg (Penn Badgley) faz Dexter parecer um monge budista e a lógica vai pro beleléu no primeiro episódio.
Joe conhece Beck, uma aspirante a escritora que, convenhamos, tem a segurança digital de uma porta de vidro temperado. Ele stalkeia ela com a facilidade de quem acha senhas no post-it do computador, e a série tenta nos convencer que isso é "romântico" porque... ele lê livros? Beck, por sua vez, é tão autodestrutiva que quase pede pra ser trancada naquela caixa de vidro. Moraleja: se seu namorado tem um porão cheio de lembranças suas, CORRA. Mas não antes de postar no Stories .
A série tenta equilibrar "olha como as redes sociais são perigosas" com "mas olha como é gostoso perseguir alguém pelo Google". Stephen King elogiou? Deve ser o mesmo Stephen King que acha It uma comédia leve.
Joe muda pra LA, troca de nome como quem troca de cueca e se envolve com Love Quinn, uma chef que faz Morticia Addams parecer equilibrada. Descobrimos que ela é tão psicopata quanto ele (plot twist: ela mata MAIS), e aí a série vira Bonnie & Clyde se fossem influencers de casal tóxico. O bebê Henry nasce, e você se pergunta: "Cadê o Serviço Social?".
Joe reclama de LA ser superficial, mas ele literalmente enterra corpos como se fossem mudas de planta. E ainda arruma tempo pra julgar os outros por não lerem Dostoiévski.
Joe e Love se mudam pra um subúrbio onde todo mundo sorri até morrer (literalmente). A temporada é basicamente:
- Love: "Vou esfaquear alguém por ciúmes"
- Joe: "Não, amor, vamos conversar... depois eu te mato"
O casal faz terapia (???), e o terapeuta não percebe que eles estão descrevendo crimes como "problemas de comunicação". No final, Joe foge pra Europa como se fosse um intercâmbio, não um fugitivo.
Um vizinho antivacina é tratado como pior que os assassinos. Prioridades, né?
Joe vira professor em Londres (porque nada diz "discreto" como um americano com sotaque fingido) e a série entra no modo "quantas identidades roubadas um homem pode ter?". A quinta temporada promete mais do mesmo: Joe persegue, mata, repete. A essa altura, até o algoritmo da Netflix deve estar cansado.
A série devia ter acabado na Temporada 3. Love era a única digna de Joe — ela pelo menos admitia que era psicopata sem fingir ser um "romântico incompreendido".
You é como um acidente de carro: você sabe que é errado ficar olhando, mas não consegue parar. A série brinca com temas sérios (stalker, abuso) como se fossem plot twists de novela das 9, e Penn Badgley carrega o roteiro nas costas com um charme que beira o ilegal.
Dica: Assista como comédia e tenha o número da polícia à mão. Por precaução.