A série foi muito bem construída ao longo de suas temporadas. A consolidação do Joe como serial killer foi feita de forma gradual e inteligente, a ponto de fazer o público se apegar ao vilão. A série soube explorar muito bem a fórmula: “Se o vilão for carismático, apresentar motivos compreensíveis para seus atos e despertar identificação, ele rouba o protagonismo”.
A quinta temporada, no entanto, tentou quebrar essa fórmula, apresentando o Joe de forma mais crua: um psicopata misógino e narcisista. A ideia era interessante, mas a execução deixou a desejar.
A essa altura, Joe era um assassino experiente, capaz de cometer crimes perfeitos. Porém, o roteiro ignorou essa construção para forçar um final incoerente, onde personagens femininas sobrevivem a situações impossíveis e o protagonista age como se fosse iniciante no crime. Mudaram completamente sua essência em uma única temporada.
O final ideal, na minha concepção, teria sido a volta da Love para confrontá-lo. Não havia espaço para um desfecho tão raso e sem lógica como o que foi entregue.
You sempre flertou com o absurdo, mas sem perder a conexão com a realidade — algo que foi abandonado na última temporada.
Ainda assim, é uma série memorável, eu gostei.
⭐ Nota final: 3,5/5