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    Executiva da Marvel reforça compromisso com representatividade LGBTQIA+ no estúdio e cobra CEO da Disney
    Diego Souza Carlos
    Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

    Victoria Alonso falou sobre a legislação "Don't Say Gay" após Eternos conquistar o prêmio de Melhor Filme no GLAAD Awards.

    Ao longo dos últimos anos, os representantes do Marvel Studios têm dito que a cada novo lançamento, seja no cinema ou no streaming, a representatividade seria uma bandeira relevante para suas histórias.

    A pequenos passos, as narrativas têm colocado os holofotes em personagens pertencentes a grupos sub-representados e, se depender de Victoria Alonso, essa mudança deve continuar. A presidente de produção física, pós-produção, efeitos visuais e animação da empresa, reforçou esse compromisso com o público no último final de semana.

    Durante o GLAAD Media Awards, premiação criada por uma organização não-governamental cujo foco é monitorar a maneira como a mídia retrata pessoas LGBTQIA+, a executiva argentina disse que teve uma reunião de 45 minutos com Bob Chapek, CEO da Disney, sobre a legislação "Don't Say Gay", da Flórida, Estados Unidos. Anteriormente, o conglomerado foi criticado por supostamente se envolver com o projeto de lei, a ponto de ter uma carta aberta de funcionários da Pixar com críticas à empresa, além do posicionamento do presidente.

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    “Se você é membro da comunidade LGBTQIA+ e trabalha na Walt Disney Company, as últimas duas ou três semanas foram um evento triste. Eu pedi coragem ao Sr. Chapek em uma sessão de 45 minutos”, disse ela ao lado de Nate Moore e Chloé Zhao, que venceu o prêmio de Melhor Filme na honraria com Eternos.

    Ela continuou: “Pedi a ele para olhar em volta e realmente se o que vendemos é entretenimento para a família, não escolhemos qual família. Família é esta sala inteira. Família é uma família no Texas, no Arizona, na Flórida e na minha família, na minha casa. Então, peço novamente ao Sr. Chapek: por favor, respeite - se estamos trabalhando para famílias - tome uma posição contra todas essas leis malucas e ultrapassadas. Tome uma posição para a família. Pare de dizer que você nos tolera — ninguém me tolera, deixe-me dizer isso. Você tolera o calor na Flórida, a umidade no Arizona ou na Flórida, e a secura no Arizona e no Texas. E você tolera uma birra em uma criança de dois anos. Mas você não nos tolera. Merecemos o direito de viver, amar e ter. Mais importante, nós merecemos uma história de origem.”

    Por fim, a executiva concluiu: “Enquanto eu estiver no Marvel Studios, lutarei pela representação de todos nós.”

    Quem é Victoria Alonso?

    Seu primeiro trabalho na Marvel foi em 2006, como integrante da equipe de efeitos visuais e pós-produção do estúdio. Com Homem de Ferro ela estreou como produtora na empresa, algo que repetiu até Os Vingadores, de 2012, quando passou a atuar como produtora executiva dos projetos audiovisuais da Casa das Ideias.

    Antes de ser contratada pela empresa, ela atuou em filmes como Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas, Como Cães e GatosCruzada e Como se Fosse a Primeira Vez.

    “Ela é uma das executivas mais dinâmicas, sinceras e acessíveis da indústria e estamos entusiasmados por ela continuar a estar ao nosso lado nesta função mais elevada enquanto conduzimos o Marvel Studios para o futuro”, disse Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, quando a cineasta foi promovida em setembro do ano passado.

    Representatividade na Marvel

    Essa não é a primeira vez que Victoria aborda o assunto. Anteriormente, em entrevista ao Deadline, ela já havia afirmado que sob seu comando histórias inclusivas e representativas estariam no Universo Cinematográfico da Marvel. “Eu acho que é importante ouvir constantemente o que os fãs estão dizendo”, disse a executiva que integra a comunidade LGBTQIA+. “Há algo realmente mágico em ser vista”.

    “Você não precisa de uma capa, martelo ou escudo. Sua superpotência é a sua voz, e sua voz vai criar a mudança para si mesmo, para a sociedade e para aqueles que você ama”, disse. “Se você usar sua voz, você vai criar o tipo de energia que vai trazer a mudança para nós. E não usar a sua voz significa silêncio, e o silêncio é um veneno.”

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    Feige também já fez coro com as declarações de Victória. Em entrevista ao Rotten Tomatoes, em julho passado, o executivo disse que a representatividade é “importante para todos” assim como fazem nas HQs, em que “há muitos personagens LGBTQ e queremos mostrar isso no tela também “.

    “Queremos dar vida a esses personagens na tela. Como Stan Lee costumava dizer: ‘A Marvel representa o mundo fora de sua janela.’ E fora da sua janela existem todos os diferentes tipos de pessoas, lugares e preferências. Queremos que isso se reflita no MCU e em nosso mundo fictício”, comentou.

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