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    Robert Pattinson afirma que "é mais divertido interpretar pessoas que não respeitam as normas" (Entrevista exclusiva)

    O ator está em cartaz nos cinemas brasileiros com Bom Comportamento.

    Se foi com o vampiro elegante, respeitoso e purpurinado Edward Cullen que Robert Pattinson foi alçado à fama mundial, fato é que desde o término da saga Crepúsculo o ator tem buscado desafios que o afastem cada vez mais da imagem de galã romântico. O mais recente deles está em Bom Comportamento, já em cartaz nos cinemas brasileiros, onde encarna um assaltante de banco que tenta livrar o irmão da prisão.

    Em entrevista concedida ao AdoroCinema durante o Festival de Cannes, Pattinson revelou que personagens mais selvagens o atraem. "Definitivamente, é mais divertido interpretar personagens que são mais elétricos, mais selvagens. Pessoas que não respeitam as normas. Você não tem muitas oportunidades para fazer isso na vida real, mas quando você pode atuar assim durante três meses, se comportar do jeito que quiser… Você pode simplesmente não fazer essas coisas [como ator], mas seria muito pior, seria uma vida muito chata!"

    NO RITMO DE BOM COMPORTAMENTO

    Para atuar em Bom Comportamento, Robert Pattinson teve que mergulhar fundo no universo do personagem. O que lhe rendeu até mesmo uma visita à prisão.

    "Nós visitamos prisões durante a pesquisa para o filme. JoshBenny são amigos do ex-comissário de prisões de Nova York e ele iria nos mostrar uma cela. Mas, no dia da visita, ele não pôde ir. Então, nós dissemos ao funcionário que tínhamos permissão para visitar qualquer lugar da prisão que quiséssemos. Eles não sabiam que nós estávamos fazendo pesquisa para um filme, acharam que éramos da prefeitura. Nós entramos na prisão, falamos com todo mundo com quem queríamos falar. Visitamos a ala para os prisioneiros mais violentos do Centro de Detenção do Brooklyn, onde todos os detentos precisam ficar encarcerados em celas individuais. Foi uma experiência fascinante."

    O ator comentou ainda que teve que alterar bastante sua rotina para se adequar ao ritmo das filmagens. "Os dias de trabalho tinham praticamente 16, 17 horas. Trabalhávamos de dia e de noite. Mas estar isolado me ajudou bastante, dormir menos que o normal também. Morei em um porão durante as filmagens, um lugar minúsculo sem janelas que era basicamente um cômodo único. Era uma masmorra subterrânea da qual eu saía para gravar esse filme insanamente intenso. Foi incrível!"

    HISTÓRICO DO PERSONAGEM

    Para compor um personagem, muitas vezes a produção elabora um dossiê sobre sua história e particularidades que, nem sempre, é apresentado no filme. Tudo para que o ator tenha melhores condições para desenvolver o perfil desejado.

    "Conversamos [com os diretores Ben e Joshua Safdie] durante nove meses antes de começarmos a produção. Então, sim, eles criaram um passado muito detalhado para o personagem. Era um documento de cinco páginas que continha informações sobre um tio do meu personagem, me senti como um policial infiltrado tendo que aprender tudo aquilo. Mas me ajudou muito."

    Pattinson revelou que ele e Ben Safdie, que interpreta seu irmão no filme, criaram um método próprio para desenvolver seus personagens: "Eu e Benny escrevemos cartas um para o outro, como se fôssemos nossos personagens. É o luxo de ter bastante tempo para se preparar. Além disso, quando concordei em fazer o filme, o roteiro ainda não estava pronto. No fim das contas, nossas ideias estavam lá nas páginas."

    QUANDO DIRETOR E ATOR SE MISTURAM

    Nem sempre é fácil contracenar com alguém que também dirige o filme, ainda mais quando realidade e ficção se misturam. Foi o que aconteceu em Bom Comportamento. "É engraçado porque ainda não consegui lidar com o fato de que o diretor e o ator são a mesma pessoa", afirmou Pattinson. "Às vezes ele me dirigia como se ainda estivesse no personagem. Foi bem estranho. Não queria pedir a ele que falasse com Josh [Safdie, o outro diretor] ao invés de falar comigo, porque a dinâmica deles é muito forte. É óbvio que Nick mantém uma relação de gratidão com Connie e quando Benny, como Nick, me dirigia, era difícil de entender."

    DESAPARECENDO EM CENA

    Assim como acontece em The Rover - A Caçada e Z - A Cidade Perdida, Robert Pattinson mergulha no personagem de tal forma que a imagem do galã hollywoodiano rapidamente é dissipada junto ao espectador. "Tenho encontrado materiais diferentes, e sou mais velho", explica o ator, atualmente com 31 anos. "Sou uma pessoa tímida e, quando você faz algo que te deixa famoso, as pessoas acham que você se acha uma grande estrela. Então, tento me afastar disso ou tento subverter a percepção do público."

    Confira nossa crítica de Bom Comportamento!

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