Abigail: Crítica AdoroCinema

Casamento Sangrento, filme estrelado por Samara Weaving que chamou atenção com sua trama divertida e repleta de sangue, surpreendeu os fãs de terror em 2019, impulsionando a carreira dos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett em Hollywood. Logo depois, eles foram escolhidos para repaginar e continuar o legado da franquia Pânico após a morte de Wes Craven, assumindo o comando de Pânico (2022) e Pânico 6 (2023). A dupla agora está de volta com seu filme de monstros, Abigail, uma nova visão sobre os vampiros.

Em Abigail, um peculiar grupo de criminosos aceita mais um típico trabalho. Dessa vez, a proposta é sequestrar uma bailarina de doze anos, que também é filha de um dos mais poderosos homens do submundo. Enquanto o contratante do grupo pede um resgate de 50 milhões de dólares para o pai da garota, o grupo só precisa observar a criança por uma noite em uma mansão isolada. No entanto, quando os raptores começam a desaparecer, um por um, logo descobrem da pior forma que estão trancados dentro de casa com uma garotinha nada normal.

Abigail é uma comédia de terror divertida e sangrenta

Universal Pictures

Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett têm um estilo bem definido em seus filmes, que exploram a comédia de terror pela mistura de momentos cômicos e sanguinolentos. Casamento Sangrento foi o momento em que a dupla trabalhou essas características com mais liberdade, mas eles assimilaram bem seu estilo próprio com o da franquia Pânico.

Abigail tem uma proposta bem semelhante com Casamento Sangrento em alguns elementos, especialmente em suas tramas, que funcionam como um jogo de gato e rato inesperado e violento, além da ambientação em uma mansão. Mas, neste novo filme, o roteiro escrito por Stephen Shields e Guy Busick coloca criminosos como caça, enquanto a caçadora é nada menos que uma garotinha bailarina e, obviamente, vampira.

Desta forma, Abigail é uma comédia de terror divertida e sangrenta. Os diretores não poupam violência, fazendo o sangue jorrar em todas as cenas que o grupo principal enfrenta essa ameaça vampiresca – justificando totalmente sua classificação indicativa de 18 anos nos cinemas brasileiros. Enquanto isso, o lado cômico é deixado mais para a dinâmica e os conflitos entre a equipe de criminosos.

Após polêmica demissão de Pânico, Melissa Barrera se destaca em Abigail

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Abigail demora um tempo para estabelecer seu tom, se prolongando demais na apresentação dos personagens e do sequestro, mas engata de vez quando os protagonistas percebem o problemão em que se meteram e a garota vampira finalmente entra em ação.

Os bandidos são formados por Joey (Melissa Barrera), Frank (Dan Stevens), Rickles (William Catlett), Sammy (Kathryn Newton), Peter (Kevin Durand) e Dean (Angus Cloud, em trabalho póstumo após seu trágico falecimento em 2023), além de Lambert (Giancarlo Esposito) como contratante.

Todos funcionam bem em suas próprias funções e características, representando arquétipos básicos de filmes de assalto, mas o destaque mesmo fica para Melissa Barrera. A atriz, que retoma sua parceria de Pânico e Pânico VI com Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett após sua polêmica demissão na franquia de terror, tem o maior espaço para brilhar no filme e serve como uma anti-heroína por causa da relação que ela constrói com Abigail.

Outro que rouba a cena é Dan Stevens como um ex-policial líder do grupo, que causa aversão pelas atitudes canalhas e diverte quando abraça o lado canastrão ao longo da narrativa.

Respiro para o universo de monstros da Universal, Abigail pode ser um novo ícone do terror

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O universo de monstros da Universal tem um passado glorioso no terror de Hollywood, especialmente entre as décadas de 30 a 50, quando figuras lendárias como Drácula, Frankenstein, Múmia, Homem Invisível e Lobisomem faziam sucesso no cinema. Não é de hoje que existe um desejo de trazer esses seres de volta em um universo compartilhado modernizado, tanto que surgiu alguns anos atrás a franquia Dark Universe, mas o fracasso de A Múmia (2017) com Tom Cruise enterrou esses planos.

Abigail é um respiro, e mostra o potencial que os monstros da Universal ainda têm no cinema de terror atual. O filme é uma espécie de reimaginação moderna para A Filha de Drácula (1936), sequência do clássico Drácula (1931), e coloca a atriz Alisha Weir (que ficou conhecida por interpretar Matilda no filme musical de 2022) no papel homônimo.

O filme não se aprofunda muito na mitologia vampiresca de Abigail, apesar de fazer piada com outras produções clássicas, já que está mais interessado em utilizar a personagem da maneira mais divertida e violenta possível nas cenas de ação. Weir brilha muito no papel, fazendo uma transição perfeita entre a inocência inicial de uma garotinha indefesa para a ameaça assustadora e sarcástica quando a vampira mostra suas intenções.

Por mais que visualmente o filme não seja tão criativo ao explorar a ambientação da mansão como cenário de horror, ele acerta em cheio na caracterização de Abigail – aterrorizante com seus dentes sinistros e afiados – e nas cenas de morte sangrentas. No final das contas, a vampira mirim tem tudo para conquistar os fãs de terror e até se tornar uma figura icônica como M3GAN recentemente.

Vale a pena assistir Abigail?

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Se você gosta de comédias de terror, Abigail é entretenimento garantido. Mesclando momentos cômicos pela dinâmica no grupo de criminosos com cenas sangrentas e violentas protagonizadas pela garotinha vampira do título.

O novo filme da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett é um filme de monstro simples, mas extremamente divertido, apostando em um verdadeiro festival de sangue para entreter.