"Nossa fé é algo vivo, exatamente por caminhar de mãos dadas com a dúvida."
Baseado no livro homônimo, Conclave aborda, entre a ficção e o real, a cerimônia realizada pelo Vaticano, após a morte do Papa, no qual, cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) se reúne com os cardeais e sacerdotes da Igreja Católica para eleger o seu sucessor. Isolados do mundo, Lawrence se envolve entre segredos profundos e intrigas perigosas, capazes de abalar toda a igreja.
Com uma tensão crescente desde o início, um thriller se instaura entre as paredes do Vaticano e da Capela Sistina, levantando não questões sobre a religião em si, no entanto, acerca do uso indevido dela por muitos membros da Igreja para conseguir poder e influência, se distanciando do verdadeiro objetivo da Igreja, não servir ao ódio, mas ao Amor.
A narrativa não se classifica apenas como uma critica a infeliz condição que muitas igrejas e religiosos vivenciam, mas ao abordar que a Igreja Católica, apesar de ser lideradas por homens mortais e pecadores, deve permanecer em constante evolução, não alterando seus dogmas ou leis, porém propagando a mensagem de amor e esperança para todos, espalhando a palavra que Cristo nos ensinou.
No que se refere a qualidades técnicas, o filme brilha com uma fotografia deslumbrante, focando em uma visão intimista e ampla de suas cenas, elevadas por uma trilha sonora que carrega em seus sons, tensão e tons agoniantes. Ademais, os figurinos e a montagem tornam a experiência ainda mais completa, dando um grau realista a essa obra.
Em uma atuação magistral, Ralph Fiennes interpreta um personagem carregado de nuances e com uma grande carga emocional, muito representado por poderosos olhares e cenas onde a feição era tão forte, que nenhuma palavra precisava ser dita.
Em síntese, Conclave constrói um ótimo thriller, repleto de ótimas qualidades técnicas, que tornam uma obra ficção um lembrete da triste atula realidade da Igreja Católica, comandadas em tela por uma ótima atuação de Ralph Fiennes.