Preciso iniciar essa crítica dizendo que comecei a maratonar essa série para poder entender o porquê de tantas críticas negativas, queria poder julgar com propriedade. Me surpreendi ao ver que os números não estavam errados, esse filme realmente é ruim.
Primeiro, entendi que um filme como esse precisa criar um ambiente sentimental pra que se crie empatia e sentimentos pelos personagens, para que a história se torne comovente e envolvente, mas como eles são personagens muito duros e rasos isso não acontece, então o enredo não emociona, não gruda... Não existem expressões faciais no Massimo, um dos protagonistas. Quando a Laura, a outra protagonista, existem expressões de uma novela mexicana, porém bem pior, pois são todas realizadas de uma maneira indescritivelmente falsa. Até as novelas mexicanas conseguem ser melhores.
Além das expressões faciais e corporais decepcionarem, o roteiro não fica pra trás, falas como "are you lost, babygirl?", trazem pro filme um ar extremamente brega e com enrgia inclusive de pedofilia, o que não seria de se estranhar, visto que temos um filme inteiramente baseado no machismo, contendo até mesmo uma clara romantização ao tráfico sexual. A história gira toda em torno de uma mulher que é jogada em uma "Síndrome de Estocolmo", porém em um enredo muito mais complexo do que aquele que os diretores tentaram se basear e, sem sucesso, superar (50 tons de cinza). O roteiro além de péssima qualidade, tem furos, começamos as cenas depois do sequestro com o mafioso Massimo dizendo que não fará nada que Laura não queria, porém, menos de 5 minutos depois sua mão já se encontra encostada no seio da moça e, em seguida, o homem já a está prensando contra a parede. Além disso, poucas cenas depois, temos o desprazer de assistir a Massimo prendendo Laura em algemas nas mãos e nas pernas para que ela assistisse ao homem recebendo sexo oral de outra mulher, ou seja... uma manipulação, um abuso psicológico, e lógico e obviamente, algo que ela não queria passar, mas passa aos poucos a aceitar, visto que supostamente está se apaixonadando por esse mafioso que deveria exalar uma energia de gostosão, mas que, pra mim, só exalou energia de nojento, que ALIÁS, usa uma camisa POLO no filme kkkkkkkkk pera aí né figurinista? Ele deveria parecer sedutor...
Temos como protagonista uma mulher de negócios e com princípios feministas, demonstrados em uma cena inicial de reunião em que ela tem posição de trabalhadora com excelência, porém, deixa seus valores e ideais de lado por causa de um homem supostamente atraente. O protagonista mafioso é colocado como um homem sensual, forte e galã para poder atrair o público feminino para o filme e tentar conquistar as mulheres espectadoras assim como o personagem faz com a outra protagonista, ou seja, é criada uma suposta armadilha visual para que mulheres assistam a um filme onde elas são representadas como objetos sem valores e ideais, somente como uma pessoa para cumprir desejos sexuais. as cenas quentes que claramente também são produzidas pra de alguma maneira atingir o público feminino, caem mais uma vez em uma falha profunda, visto que são cenas sem química alguma e que trazem a cada segundo mais e mais desse sentimento de mulher como objeto, onde a protagonista é jogada de um lado pro outro, não atingindo o imaginário sexual das mulheres, como provavelmente o diretor pretendia, mas sim as deixando desconfortáveis e incomodadas, querendo inclusive, como no meu caso, pular essas cenas, visto que elas são desnecessariamente longas e com uma energia pesada quando paramos pra pensar em seus contextos.
No final, temos um enredo extremamente apelativo, tentando, pela primeira vez, já nos minutos finais, criar um laço afetivo entre os personagens e o espectador, colocando uma mulher grávida em uma situação de possível assassinato. Porém, nesse ponto o espectador já está de saco tão cheio de duas horas de um filme mal feito, que nem liga para o que de fato aconteceu, e parece que nem o próprio Massimo, visto que ao """receber""" a notícia a única coisa que faz é chorar e cair de joelhos no chão.
O que salva o filme de não ser um 0 bem redondo é a trilha sonora e a cenografia, porque de resto... foi difícil, como mulher, de digerir e tentar criticar de maneira teórica e justa...