Média
3,3
1772 notas
Você assistiu A Bruxa ?
5,0
Enviada em 11 de março de 2016
Excelente filme de terror , muitos confundem terror com suspense. Esse filme não é de sustos .. A tempos que não via esse tipo de terror pertubador.
anônimo
Um visitante
4,5
Enviada em 31 de maio de 2016
Antes de começar um aviso: se você é sensível (emocional ou teologicamente) quanto a forças sobrenaturais, satanismo ou a existência de Deus ou o Diabo, ‘A Bruxa’ não é um filme para você. Historicamente, o Julgamento das "Bruxas de Salém" realmente existiu, em uma cidade nos EUA que dá o nome ao julgamento. Naquele episódio, a superstição e a alienação de um juiz (e uma população) levaram a execução de aproximadamente vinte pessoas, na maioria mulheres, acusadas de bruxaria. A verdade é que, independente da sua crença, fatos sobrenaturais acontecem a todo momento e em qualquer lugar. Visões nas sombras, pesadelos, sensação de estar sendo observado, possessões demoníacas, ouvir vozes ao pé do ouvido, etc. A premissa do filme é baseada em fatos que ocorreram poucas décadas antes desse julgamento, na Nova Inglaterra (EUA) colonial do século XVII, quando as primeiras bruxas começaram a surgir.

Na trama, William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie) deixam sua colônia aparentemente por divergências religiosas, e levam seus cinco filhos para uma cabana isolada, onde podem cultivar milho, cuidar dos seus animais (cabras, cavalo, bode e galinhas) e recomeçar suas vidas. Cercados por uma floresta sinistra e intimidadora, eles impedem os filhos de entrarem lá e tentam se adaptar a essa nova realidade. Entretanto, o filho recém nascido desaparece misteriosamente enquanto a filha mais velha, Thomasin (Anya Taylor-Joy), brincava com ele. Teria sido uma bruxa, um animal selvagem, um sacrifício? E é com esta tragédia que a vida da família mudaria drasticamente.

Uma das críticas mais recorrentes quanto a filmes de terror é que os personagens não costumam agir como "pessoas", fazendo escolhas que ninguém em sã consciência faria na vida real. Mesmo de muito bom humor, o máximo que o espectador consegue relevar sem ser "tirado do filme" são uma ou duas vezes, mais do que isso faz a plateia parar e pensar: "Ah, é só um filme...", acabando completamente com a magia do cinema, que é fazer o espectador se desligar do mundo real por algumas horas. Em ‘A Bruxa’, a trama é tão bem desenvolvida que isso passa despercebido. Os personagens agem por necessidade, seja para seguir sua crença religiosa, seja pela fome que enfrentarão, pelo trauma, etc. Mas não são óbvios demais e nem implausíveis, agem como as pessoas provavelmente agiriam na mesma situação.

O filme resiste bravamente à tentação de cair nos clichês do gênero, escolhendo o caminho mais difícil - porém, mais satisfatório - de trabalhar o desenvolvimento dos personagens e envolver o espectador para que ele acredite na história, e não apenas leve um susto qualquer. Para ilustrar melhor, pense quantos filmes do gênero, ao apresentarem uma protagonista, recorrem ao uso de flashbacks, ou pior, um diálogo com um interlocutor qualquer sobre um importante trauma do seu passado. "A Bruxa", por sua vez, acerta ao preferir mostrar ao espectador esse trauma, tornando a catarse muito mais poderosa lá na frente. Isso nada mais é do que desenvolvimento de roteiro, o que a maioria dos filmes de terror atualmente tem preguiça de fazer ou prefere subestimar a inteligência do espectador.

'A Bruxa' é dirigido pelo novato Robert Eggers, vencedor de Melhor Diretor em Drama no prestigiado Festival de Sundance, homenageado por sua "visão consistente, criando uma história assustadoramente detalhada e magistralmente executada", como consta no seu prêmio. E a homenagem é totalmente merecida, tanto que o mestre do terror Stephen King declarou que se apavorou assistindo ao filme e ainda representantes de igrejas satânicas aprovaram o filme, exibindo-o a seus fiéis, alegando que o filme é uma "impressionante apresentação da visão satânica que serve para propagar a contemporânea discussão da experiência religiosa". Sem querer entrar nesses méritos, garanto que o filme é realmente perturbador e deixaria rebeldes contra a religião Cristã, como o poeta John Milton (de Paraíso Perdido, escrito na época em que o filme se passa, no século XVII), orgulhoso. O roteiro - que também é assinado por Eggers - é bem amarrado, o suspense é pacientemente construído e o diretor utiliza primorosamente composições de cenas e sequências (com variações atmosféricas, ou seja, cenas que começam super tranquilas e de repente o caos está fora de controle), de modo que fiquem marcadas na mente do espectador depois de um bom tempo.

A atriz Kate Dickie (mais conhecida pelo papel de Lysa Arryn em Game of Thrones) revive um papel muito semelhante ao da série, como uma mãe super protetora, que tende a piorar muito quando passa por um luto na família. Apesar de não trazer nenhuma novidade na sua performance, Kate prova que realmente tem talento para atuar no cinema, especialmente em papéis nos quais precise interpretar uma pessoa emocionalmente instável. Mas a grande revelação em termos de atuação é o ator Ralph Ineson. O ator britânico que já atua há um bom tempo, mas nunca obteve um papel de destaque - incluindo na mesma série ‘Game of Thrones’, na qual tem um papel bem secundário na primeira temporada - aproveita seu sotaque e sua voz imponente fazendo ótima leitura do inglês "antigo" da época, compondo um personagem cercado de responsabilidade, contradição e ainda dividido entre o que defende e aquilo que seus olhos não parecem acreditar. O elenco mirim também está espetacular, desde os gêmeos até os irmãos Thomasin e Caleb (Harvey Scrimshaw), mas o grande mérito desta performance está nas mãos do diretor, que soube como guiá-los e deu a cada um seu grande momento para brilhar na tela (toda a sequência de um dos filhos doentes em casa é de arrepiar, por exemplo!).

O design de produção é simples, mas muito bem caracterizado. Tanto os personagens, como os cenários e a região rústica onde a trama se desenrola, antes que alguém possa dizer alguma coisa, já dizem muito sobre aquelas pessoas e a época em que a história se passa. Como no gênero terror e suspense a trilha sonora tem um papel fundamental para provocar no espectador as emoções desejadas, o compositor Mark Korven faz um trabalho muito bom, acompanhando a mudança da atmosfera conforme o filme vai ficando mais e mais sério, ele utiliza desde instrumentos "caipiras" no início do filme até notas fortes e pesadas que dão um clima muito mais denso do meio para o final.

A fotografia de Jarin Blaschke tem enquadramentos bem escolhidos, sabendo segurar o suspense em alguns momentos, focar nas emoções e reações dos personagens em outros, mas se destaca pelo próprio método utilizado. Os elogios não são por acaso. Filmado em um formato pouco convencional hoje em dia (1.66 : 1), Blaschke revelou que a escolha foi tomada para dar mais verossimilhança à experiência de assistir ao filme. Neste formato, a casa e o celeiro ficam com a maior sensação de claustrofobia, enquanto na floresta, essa escolha valoriza a altura das árvores com relação aos personagens, e o diretor Robert Eggers simplesmente adorou o resultado. O DP também declarou que grande parte do filme foi filmada apenas com a luz ambiente disponível, auxiliando bastante no impacto visual do filme (qualquer pessoa que já esteve envolvida em um set de filmagem sabe a dificuldade que é encontrar a iluminação ideal, portanto, optar por não utilizar nenhum artifício é uma decisão bastante perigosa e corajosa).

O filme conta com vários produtores, dentre eles o brasileiro Rodrigo Teixeira, um dos principais produtores brasileiros, de filmes como ‘O Cheiro do Ralo’ (2006), ‘Heleno’ (2011) e ‘Francis Há’ (2012), além do polêmico ‘Love [3D]’ (2015). Em um primeiro momento, a produção se assemelha bastante com ‘A Vila’ (2004) de M. Night Shyamalan. Sua diegese, a época em que se passa, e até mesmo a sua formulação narrativa dialogam. Mas ok, as semelhanças param por aí, pois ‘A Bruxa’ tem um desfecho muito mais satisfatório! Após tantos filmes de terror "mais do mesmo", enfim surge este que será um futuro clássico do gênero certamente, um filme com cenas marcantes, grandes performances, excelente direção e que se destaca em uma época onde muitos já estavam perdendo as esperanças... O cinema ainda respira!
4,0
Enviada em 19 de outubro de 2018
Como muitos disseram esse não é um filme de terror daqueles que vemos a mesma receita sempre, ele poderia ser mais empolgante ou aterrorizante, mas o sentimento é outro, como uma angústia e algo similar a um sofrimento empático quando vemos uma excelente atuação dos personagens.
A fotografia é bonita, vale a pena assistir uma vez mas infelizmente ele não tem uma história paralela animadora ou um final surpreendente, o que não trás magia ao filme e isso talvez seja difícil de engolir já que estamos cada vez mais (mal) acostumados.
4,5
Enviada em 27 de setembro de 2016
(...)Dificilmente encontramos um filme de terror que consegue ter um impacto tão grande em seus espectadores como este.
2,5
Enviada em 19 de junho de 2016
Filme tinha tudo para dar certo, uma fotografia impecável, uma boa historia para desenvolver mais pecou com um diretor iniciante que não soube passar o filme para a tela, o filme é sem nexo, e sem um fim, totalmente sem sentido.
3,5
Enviada em 8 de março de 2016
Interessante, porém tinha potencial pra ser incrível.
O diretor Robert Eggers - após estudar minuciosamente a época das bruxas de Salém - acerta muito no clima, na escuridão progressiva como fotografia.
A ideia dum terror psicológico, passando a sobrenatural, é bem legal.
Mas essa passagem foi feita de forma abrupta, trazendo um pouco de risos e esvaziando um tanto o ótimo clima q o próprio diretor conseguiu construir.
Além disso, as mudanças de posicionamento sobre quem era provavelmente bruxo na família foram também apressadas, causando menos empatia no espectador.
Enfim, uma ideia brilhante, bem realizada, mas que derrapa no timing.
3,0
Enviada em 8 de março de 2016
Deixa a desejar como filme de terror e como enredo. O filme é válido pelo trabalho dos atores e pelo clima angustiante; nada mais.
0,5
Enviada em 21 de junho de 2016
PSEUDO CRÍTICA RELIGIOSA

Em seus primeiros minutos, o filme cria uma expectativa de suspense, do qual na verdade se revela em um drama familiar religioso (repetitivo e chato) contextualizado no século XVII. Fica a impressão de que o estreante diretor tentou fazer um terror psicológico, do qual não chegou nem perto. Muito incompetente!
4,5
Enviada em 13 de janeiro de 2017
A bruxa com certeza é melhor filme do genêro terror de 2016. As ataução são profundas e marcantes, principalmente a da atriz Anya Taylor-Joy, que se tornou a revelação de 2016 sem sombras de dúvidas! O elenco é forte e consistente em suas atuações. A direção é presente em cada cena. A trilha sonora é fundamental para a formação de um clima sombrio. A fotografia é impecavel. Toda a direção de arte sensacionalmente brilhante! O roteiro afeta o psicológico do telespectador enquanto junta terror e drama. Contudo, A bruxa foi a melhor surpresa de 2016 em todos os sentidos.
2,5
Enviada em 26 de março de 2016
Na Inglaterra, século XVII, o fanatismo religioso era predominante e muito rigoroso entre as diversas classes sociais, de tal modo que qualquer um que cometesse crimes de heresia seria expulso das comunidades, exilado para vales distantes. Sem comércio, sem médicos, basicamente entregue à própria sorte, vivendo da subsistência. É nesse embalo que “A Bruxa” traz seu desenrolar, contando a história de uma família que após cometer tal crime (pregando uma religião diferente da situada), é exilada para uma clareira nos extremos da região, próxima à uma sombria e tenebrosa floresta, que se torna o principal palco da trama, já que a mesma abriga um ser sobrenatural, explicando o principal ditado do filme: “O mal está na floresta”.

De cara pode-se notar o clima que o filme está pretenso a passar, com cenários obscuros e ambientações pesadas, buscando terror em elementos simples como a família rodeando uma fogueira em meio à noite, ou o próprio anoitecer, que vêm acompanhados de uma trilha sonora abaladora e arrepiante, forçando o espectador a ficar mais alerta, a esperar algum fenômeno, mas infelizmente nessas cenas o filme não passa disso, criando apenas um suspense barato, o que deixa muito a desejar, uma vez que altas doses de terror não são impregnadas com frequência no filme; Algo que desanima o espectador antes mesmo de que a narrativa chegue em seu ápice, o que somente acontece após muito decaimento. O diretor cria um clima que embora sombrio, é bem parado, desviando muito a atenção do espectador já que a trama não consegue prendê-la por completo.

O filme também aposta em elementos satânicos, fazendo muitas referências ao tema e usando figuras sobrenaturais durante o mesmo para que fique cada vez mais claro ao espectador a real mensagem que o filme quer passar: algo totalmente sobrenatural, que contrasta com a religião dos personagens, criando o típico clima de uma guerra religiosa desde seu início, de uma maneira furtiva, porém muito intensificada, deixando o clima do filme ainda mais pesado; Isso só toma sua real forma no final, um verdadeiro retrocesso, uma vez que a trama é mal dividida nestes quesitos, tornando a mesma desbalanceada. Por outro lado, o marketing foi bastante eficaz, com frases que se tornavam uma verdadeira incitação para que o espectador assistisse a obra, como: “Um pesadelo que irá gelar seu sangue”; “Da a impressão de que não deveríamos estar vendo”; “De abalar a alma”; “Perturbador” [...] Junto a um trailer que se mostrou muito mais amedrontador e movimentado do que todo o filme. E o que se diz das cenas de susto do mesmo, deixam muito a desejar...

Para compensar as falhas que temos na direção, é inegável que os quesitos técnicos foram muito bem aplicados, principalmente a fotografia, com seus ótimos ângulos e iluminação muito bem regulada, quase que nos transportando para o local em que algumas cenas ocorrem, junto a uma mixagem de som perfeita, o que dá ainda mais tensão em determinados momentos. Outro detalhe que não passa em branco é o figurino, que é fiel ao da época e muito bem produzido. E o que dizer dos cenários, que são esplêndidos e mórbidos, perfeitos para o desenrolar do filme. As atuações não deixam nem um pouco a desejar, principalmente a de Kate Dickie, que faz o papel da mãe de Thomasim (Anya Taylor, a principal personagem), mostrando uma incrível adaptação, provavelmente devido ao contato com um papel medieval após atuar em Game Of Thrones. Ela tornou-se uma atriz perfeita para o papel. Se poucos botavam fé em Anya Taylor para representar a jovem personagem Thomasim, certamente se surpreenderam com sua singela e dramática atuação.

Mesmo tendo todo o necessário para criar uma boa e bem desenvolvida trama, Eggers deixa muito a desejar com um filme que embora seja sempre sombrio, tem um clima parado, não é frenético, é o básico filme de terror cult, assim como “O Bebê de Rosemarie” e “The Babadook”, onde o papel artístico do filme vale muito mais do que a obra em si (somente para o diretor, é claro). Outro ponto negativo é que alguns elementos no filme só podem ser compreendidos por algumas pessoas que têm conhecimentos mais amplos sobre o assunto, mas para a maior parte do público não faz o menor sentido, tornando-se um total floop, o que pesa muito nas críticas, pois mesmo tendo uma média acima do considerado “bom”, estão chovendo, ou melhor, desabando comentários negativos sobre o filme, o que faz sua futura bilheteria e recepção serem prejudicadas ainda mais. Outro furo ainda maior foi deixar tudo para o final, criando uma cadeia acelerada de acontecimentos para cobrir a lentidão que foi predominante no meio do filme e que ainda assim, como já citado, não foi bem compreendida por boa parte do público. Boa história, bons cenários, bons atores, bom tema, péssimo desenvolvimento.

The Witch (título original) não faz jus ao gênero em que está categorizado, apresentando uma trama convencional, lenta e mal desenvolvida. Muito longe da grandeza apresentada no marketing, não ganhando o destaque esperado e tornando-se apenas mais um terror cult, e, assim como a do que vos fala, acarretado de críticas negativas.
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