Média
4,0
1556 notas
Você assistiu Blade Runner 2049 ?
5,0
Enviada em 12 de outubro de 2017
Vi o filme (2049), meio de surpresa, versão dublada e fui totalmente desarmado para assistí-lo. Percebi que tenho uma estranha sensação de pertencimento do filme, por ter visto quase dez vezes no cinema e incontáveis em VHS e DVD, penso que o filme é meu, como pais que não querem que os filhos sejam divididos com nenhuma outra pessoa.

Antes fiz uma pesquisa do diretor, já tinha visto A Chegada, excelente filme de Denis Villeneuve, olhei também o ótimo Sicario e os estranhos O Homem Duplicado e Os Suspeitos. Sempre fui fã de filmes de diretores, Wenders, Herzog, Coppola, pensei que a assinatura na direção tinha morrido e o último dos moicanos fosse o Tarantino.
Percebo que Villeneuve tem uma marca forte que reúne som e imagem, ele tem capacidade de criar uma ideia de isolamento dos personagens, no som, se ouve sons do protagonista da cena e sons periféricos distantes, quase não existem sons intermediários. Nas imagens e tomadas essa bolha também é criada. Outra característica do diretor é criar um grande clima de suspense com lentidão, sombras, silêncio, mas sem culminar em um susto.

Quanto ao original, falar de um filme de ficção de 1982 onde não existia computação gráfica, porém é um primor de imagens, personagens, música, visões de futuro quase precisas e direção perfeitos. Mas o que o fez ser o meu filme preferido é a sua parte questionadora, não se Deckard também é um androide, mas sim qual a diferença de um androide para um humano, a existência ou não de uma alma? Ou apenas o aprimoramento de um em relação ao outro.

Vamos ao filme de 2017, existia um gancho muito interessante que foi deixado, ou não, no primeiro filme, uma passagem de bastão perfeita que o segundo corredor (Villeneuve) soube pegar com maestria. O filme aproveita tudo de ótimo do primeiro, com referências simples que chamam a atenção de quem cultua o original, close de pupilas, “o aproxima, direita..” da análise de imagens digitais, transpassar de paredes em brigas, do beijo da androide.. Não sei de tem ligação, mas a namorada virtual traz a lembrança do filme Her, outra obra prima.

O diretor é fiel ao clima do primeiro, muda um pouco o turno, o que era à noite e azulado, fica mais diurno e amarelo. Nos novos pontos criados (fábrica de memórias e o novo criador, Wallace substituindo Tyrell), o diretor coloca mais fortemente sua assinatura. Se o primeiro filme já era uma ficção para adultos esse é mais ainda. No primeiro, a busca por Tyrell era como a busca de Deus, o criador, para prolongar a vida, agora a busca é pelo pai, pelas origens. O tom filosófico, angustia existencialista, do original muda para um tom mais psicanalítico, porque me abandonaram, porque não me querem?

Outro ponto, apesar de dublado e a sala ressonar um pouco (vi em NH), não lembro de um filme com som tão bom quanto esse, não caiu no clichê de saturar na trilha sonora, mas existem timbres que vão muito além de ruídos. Não percebi nenhum clichê no filme, todas as referências ao original são perfeitas, a recriação da cena “quase final” (E todos esses momentos serão perdidos como lágrimas na chuva) é apresentada de modo magistral, e escrevendo isso agora, percebo que é quase uma antítese do original, quem ver o filme talvez perceba isso. É impossível, para um fã, não sentir um aperto, um espremer de sentimentos que inevitavelmente vertem em lágrimas.

Tenho que rever esse filme muitas e muitas vezes, gostaria de trocar ideias com quem viu o filme e para aqueles que não acreditam em uma continuação, ainda mais de clássicos e muito tempo depois eu respondo com os filmes Mad Max, Transpotting e agora Blade Runner 2049.
5,0
Enviada em 29 de outubro de 2017
A continuação do espetacular, “Blade Runner” de 82 consegue uma façanha impensável, ser tão bom, senão melhor, que seu antecessor, com um roteiro ótimo, boas atuações e uma direção de arte perfeita, Denis Villeneuve consegue de novo, já havíamos nos encantado com “A chegada” ano passado, agora ele faz nos apaixonarmos por seu filme, pra quem gosta de ficção cientifica é impossível não amar seu novo trabalho, que é o melhor filme de ficção cientifica dos últimos anos, superando até seu ótimo “a chegada”. O roteiro de “Blade Runner 2049” faz tudo aquilo que uma boa ficção tem que fazer , pensar um conceito de futuro alienado ao presente trazendo consigo uma critica e uma mensagem, o filme tinha tudo para ter uma continuação com um roteiro forçado, mas não, é um roteiro muitíssimo inteligente que traz um conceito novo alienado aquilo que vimos no primeiro, cheio de surpresas e encantamentos. Trazendo um futuro extremamente sexualizado, talvez inspirado no futuro de “Laranja Mecânica”, e com muitas influencias orientais nesse futuro, talvez pelo grande dominação econômica e populacional que a china vem tomando, não temos um futuro lindo e deslumbrante, ele é sombrio, sujo, sem vida, a onde o entretenimento e o sexo e a busca de qualquer relação com algo real é o objetivo de vida, é um futuro que põe em cheque nossas ações no presente, a onde o mundo já está poluído demais, obrigando um êxodo causando um desconforto social, a onde as marcas e as empresas exercem mais do que um poder financeiro, e politico, e sim um poder social, embora nada disso seja tratada diretamente no filme, mas tudo isso está lá, no cenário, nas interações, em tudo, o futuro mostrado em blade runner não é algo inédito- Até porque seu antecessor faz isso-, mas a forma como é mostrada é perfeita e viceral. Na parte técnica, "Blade Runner" é um espetáculo, com poucos efeitos especiais, e sim cenários incrivelmente vivos e absurdamente lindos, a direção de arte e fotografia do filme são perfeitas, é um contraste de puro deslumbramento mestrado com uma depressão que rodeia o filme, é um paleta de cores escuras, e parece que os cenários assim ficam ainda mais vivos e grandiosas, além de parecer que estamos vendo um filme dos anos 80 em 2017, e isso não é algo ruim, pois isso dá um charme inexplicável ao novo filme de villeneuve, não apenas na fotografia, mas na direção de arte em geral, até os botões, telas, maquinários, conceitos de tecnologia são os aplicados nos filmes dos anos 80, “Blade Runner já nasce um clássico" e é indicação certa no próximo óscar na categoria de fotografia, direção de arte e até figurino, visto que quase todos seus personagens tem sua própria personalidade oprimida no figurino em minúsculos detalhes, e que a crueldade do futuro não abre espaço a individualidade plena do figurino, e isso é bem retratado no filme, e não podemos deixar de citar sua ótima trilha sonora, que não é grandiosa ou épica, ela é sintética, discreta, quase nostálgica, brega e em alguns momentos conversa com a fotografia do longa. Apesar do filme conter um elenco magnifico, não temos nenhuma atuação que salta ao olhos, mas também não temos nada que estrague, Ryan Gosling está bem como replicante, consegue ser centrado, indiferente e ao mesmo tempo passar pequenos sentimento, Harrison Ford tem uma presença de tel absurda, quando o mesmo aparece é impossível notar em alguma coisa que não seja ele, além do mais, suas recentes voltas ao seus personagens clássicos faz todo mundo morrer de nostalgia e amores, salve um destaque para as ótima Robin Wright, que parece que ainda não saio de House Of Cards, mas isso combina com sua personagem, Sylviac Hoek, que tal como Ryan cumpre maravilhosamente bem seu papel, e também para Ana de Armas, que com seu holograma demonstra sua beleza tão incrível que acreditamos que é um holograma, além de fazer inúmeras metáforas sobre o amor virtual e descobertas amorosas, e o grande Jared Leto, que apesar de ter um ótimo figurino e ter uns designs incríveis em seus escritórios, sua atuação não convence e nem empolga. Denis Villeneuve emplaca outro grande filme, para mim o diretor já é um sucessor natural do grande Ridley Scott, e se Denis acabar sua carreira amanhã, já estaria consagrado. Enfim, contemplem um dos melhores filmes do ano, uma continuação mais do que digna a um dos maiores e melhores filmes de ficção cientifica de todos os tempos, bem atuado, bem roteirizado, bem dirigido, não consigo apontar um ponto fraco no filme e sim apenar o elogiar e aplaudir de pé.
5,0
Enviada em 15 de outubro de 2017
Roteiro muito bom, atuações muitos boas
algumas pessoas não entenderam que o estilo do filme é lento, denso, mesmo assim, fascinante e agoniante em algumas cenas.
Outras pessoas tbm não entenderam o foco do filme, disseram que querem transformar a franquia numa "arranca dinheiro do público", mas estão enganados. A história gira ao redor do protagonista e existem muitas coisas ao redor dele que podem ser exploradas e continuadas em outros filmes, mas não, o foco é ele, a história é do ponto de vista dele.
Por último, para aqueles que reclamam de um filme muito longo, pouco importa isso, mesmo com tantos minutos o diretor conseguiu impor o ritmo lento que constrói muito bem a trama e os personagens. Muito bem recebido pela crítica, mas que o público cai matando por ser "lento, sem graça, da sono, sem ação". Enquanto isso sai a notícia que os brasileiros, preferem ver pica-pau do que blade runner. Talvez prefiram "transformers 149", que é longo mas não é chato pq tem ação. Ta certo!
5,0
Enviada em 7 de outubro de 2017
Pra quem for CONTEMPLAR a sequência da ficção cult BLADE RUNNER 2049, NÃO deixe de reparar:
1. Homenagem retrô às décadas de 1960/70: roupas, carros, música, URSS;
2. Traço arquitetônico do prédio corporativo em Arte Déco, numa clara alusão aos regimes totalitários;
3. Analogia ao messianismo cristão e
4. Na subversão do discurso da obsolescência quando do bug digital: a memória dos mais velhos, os registros em papel...
Thales H.

1 crítica

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5,0
Enviada em 23 de outubro de 2017
Melhor filme do ano até agora, uma continuação de respeito que consegue capturar a essência do primeiro Blade Runner, com uma ótima direção de Denis Villeneuve, fotografia primorosa e trilha sonora poderosa.
4,0
Enviada em 7 de outubro de 2017
AAAAAAAAH que filme bom! Apesar de ser muito longo, mantem as caracteristicas de Blade Runner original! Entao o filme é meio lento, falas concisas e bem pensado. Tem que pensar pra entender!
3,5
Enviada em 6 de outubro de 2017
Um bom filme, embora não vá agradar a todos. Um pouco lento e com pouca ação, na primeira metade e com um pouco mais de ação no final. Não vi vantagem no 3D, você quase que não percebe. Uma ficção, continuação de Blade Runner o caçador de androides, não um remaker, não é uma refilmagem. É novo em quase tudo, mantendo, entretanto, o tema, os homens sintéticos (androides ou replicantes) do futuro. A inclusão de Harrison Ford no enredo é a jogada que lembra uma continuação. Star Wars também fez isso e deu certo. No primeiro Blade Runner, a insatisfação dos replicantes era com a morte iminente, queriam ter vida mais longa. Nesse, a questão é mais complexa, eles querem o poder de dar vida a outros iguais. Não é um filme fácil de entender. Aparentemente, todos os personagens são replicantes, de modelos diferentes. Não dá para saber se ainda existem humanos na terra. Até uma fábrica, onde os operários são crianças, parecem replicantes. Será isso uma crítica às fabricas de países asiáticos que exploram a mão de obra infantil? Quanto a direção, roteiro, fotografia e cenários, achei perfeitos. Vale a pena, para quem gosta de filmes de qualidade.
Jose G.

2 críticas

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5,0
Enviada em 15 de outubro de 2017
Villeneuve não poderia ter feito melhor, respeitou a estória original em todos os detalhes, a sequencia é perfeita. Num cenário pós-apolitístico onde o mundo tomou tons de cinza, apresenta uma sociedade que aprendeu a sobreviver. O roteiro muito bem costurado, tomadas de cenas propositalmente lentas, não há respostas diretas. Mais uma vez o filme nos leva a refletir sobre o que nos faz humanos, no que realmente somos diferentes dos androides.

Se você é um fã dos atuais filmes de aventuras e super-heróis, talvez você não ache este filme tão prazeroso.
Nando M.

1 crítica

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5,0
Enviada em 23 de outubro de 2017
Uma obra-prima do gênero, todas as cenas são brutais e ao mesmo tempo lindas, as quais são combinadas com um roteiro reflexivo, de multi-camadas. Nem uma única palavra é desperdiçada nos diálogos. Todas as emoções são transmitidas através das expressões e do silêncio. Tão misterioso que que quando menos se espera é revelado algo incrível. As performances dos atores são brilhantes. Um filme perfeito.
brunogoes

1 crítica

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5,0
Enviada em 23 de outubro de 2017
Insanamente belo. Visuais realmente incríveis, direção maravilhosa e fotografia espetacular. A ascensão surpreendente que Villeneuve vem atravessando é absolutamente insana. O trabalho feito em Blade Runner 2049 por toda a equipe é sensacional. Os designers dos sets criaram algo excepcional. Um dos melhores filmes da década.
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