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    Exclusivo: Bryan Singer explica por que os mutantes são aceitos pela sociedade em X-Men: Apocalipse

    E ainda o paradeiro de Magneto, o conceito por trás das novas versões de personagens conhecidos, o uso de câmeras 3D e muito mais!

    Foi difícil falar com Bryan Singer no set de filmagens de X-Men: Apocalipse. Preciosista, o diretor repetiu dezenas de vezes uma cena com James McAvoyTye SheridanSophie Turner antes de encerrar o dia de trabalho e, enfim, atender a imprensa. Mas a espera valeu a pena!

    Em um bate-papo descontraído, o diretor falou sobre todo tipo de assunto. Revelou como se inspirou na saga A Era do Apocalipse, explicou o porquê da escolha dos quatro Cavaleiros do Apocalipse, analisou as mudanças de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido para este novo capítulo da saga mutante e, é claro, falou do futuro. Será que Singer permanecerá na franquia por mais um filme? Nem ele mesmo sabe (ainda).

    A estreia de X-Men: Apocalipse nos cinemas está agendada para 19 de maio.

    NOVAS VERSÕES DE PERSONAGENS CONHECIDOS

    Assim como aconteceu com Xavier, Magneto, Fera e Mística em X-Men: Primeira Classe, X-Men: Apocalipse insere uma nova leva de mutantes bem conhecidos dos cinéfilos, agora em versão mais jovem. O diretor explicou como procurou situar os novos Ciclope, Jean Grey, Tempestade e Noturno. "Era muito importante, especialmente agora, que os personagens fossem parecidos com suas versões nos quadrinhos. Esta é a versão mais jovem deles, então precisava ter certeza que tivessem o mesmo tipo físico. Fizemos muitos testes de cena até chegarmos aos jovens Tempestade, Ciclope e Jean Grey." Vale lembrar que, ainda nesta semana, foi divulgada a primeira cena com Ciclope uniformizado, em um visual bem parecido com o criado por Jim Lee para as HQs.

    Singer ainda ressaltou uma questão importante da nova geração, em comparação às versões interpretadas por Halle BerryJames MarsdenFamke Janssen na trilogia original. "Eles são jovens e ainda inexperientes, o oposto do que eram quando surgiram na série pela primeira vez."

    Mudança, por sinal, era um dos objetivos do diretor ao rodar o novo filme: "Definitivamente estou tentando fazer coisas que não foram vistas antes. A forma como Cérebro funciona, o visual dos personagens e como eles agem, Noturno surge de forma diferente... Pesquisei muito nos quadrinhos em busca deste material."

    MUTANTES ACEITOS PELA SOCIEDADE

    Um dos pilares da série dos X-Men é o preconceito dos humanos em relação aos mutantes, uma analogia ao que acontece com as minorias na sociedade atual. Em X-Men: Apocalipse, esta situação surge de forma diferente. Singer explica: "É uma espécie de anti-Dias de um Futuro Esquecido, no sentido de que, após os eventos do filme anterior, os humanos agora aceitam os mutantes como parte da sociedade - ao menos na superfície. Se em Jurassic Park era dito que o parque estava aberto, posso dizer que este filme é tipo "a escola Xavier está aberta!"

    O principal motivo de tamanha mudança, por incrível que pareça, é Mística. O diretor, mais uma vez, explica: "Após impedir a morte do presidente dos Estados Unidos e a guerra entre humanos e mutantes, Mística agora é uma celebridade! Mas ao mesmo tempo é uma foragida."

    ERA UMA VEZ...

    "Começa de forma até ingênua, como se fosse um conto de fadas: um ser com incríveis poderes, que surgiu milhares de anos antes do domínio da ciência pelos humanos e que se considera um deus. Ele tem o poder de moldar outras pessoas e lida com desejos primitivos, como medo e traição. Ele acorda em 1983, em um mundo muito fracionado, mas também conectado, pela TV e pelo rádio. Há a ameaça nuclear, as Nações Unidas, celebridades, deuses falsos ou deuses de outras religiões... Existe uma necessidade global, não é uma civilização tipo a da Babilônia ou do Egito, que girava em torno de tumbas."

    O diretor falou também sobre o intérprete do temido Apocalipse: "Oscar Isaac é um grande ator. Ele buscava ver as coisas pelo lado filosófico, explorando o personagem, o porquê dele precisar dos cavaleiros, ser um deus e um líder. Sua aparência física também permite que o público acredite que ele tenha vindo realmente da Babilônia, o que ajuda o personagem."

    ANOS 1980

    Como a história de X-Men: Apocalipse é situada em 1983, o diretor buscou várias referências da época. "Visualmente, busquei manter a paleta de cores típica dos anos 1980. Especialmente no figurino e na arquitetura. Tem algo dos anos 1970, no sentido de brincar com a época."

    ONDE ESTÁ MAGNETO?

    O desfecho de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido deixa o paradeiro de Magneto em aberto. Singer explica onde está Erik Lehnsherr no início do novo filme. "Magneto decidiu seguir uma vida parecida com a de seus pais. Foi para a Polônia e passou a trabalhar entre humanos, até repentinamente ser obrigado a retornar ao seus hábitos antigos, mas de uma forma diferente. De um modo trágico e apocalíptico."

    FAMÍLIA MUTANTE

    "Este filme é muito emocional, muito intenso. E também tem momentos românticos, pois temos Jean e Scott, Moira e Charles, Mística e Hank. A ideia de família também está presente, pois Mercúrio está em busca do pai! O conceito de família, seja de sangue ou formada por amigos, é algo muito importante neste filme", avisa o diretor.

    3D OU NÃO, EIS A QUESTÃO!

    "Seria mais fácil não rodar em 3D", explica o diretor, levando em conta as dificuldades técnicas de operar as pesadas câmeras no set de filmagens. "Decidi rodá-lo assim porque me permite fazer modificações de último minuto, sem comprometer os efeitos visuais. Quando se faz uma conversão para 3D isto compromete a fotografia, o que complica bastante ao fazer mudanças na sala de edição. E eu faço muitas mudanças! A qualidade também influenciou nesta decisão, pois rodando direto em 3D conseguimos melhores tomadas em close ups e cenas dramáticas."

    ÚLTIMO FILME?

    Há rumores de que X-Men: Apocalipse seja a despedida de Bryan Singer do universo mutante. Questionado sobre o assunto, ele ficou em cima do muro - e revelou a dificuldade que é abandonar os personagens. "É difícil deixar estes personagens nas mãos de outras pessoas, já que fui o primeiro a lidar com eles [em X-Men - O Filme] e também a apresentar esta versão mais nova. Foi muito duro para mim quando Matthew Vaughn foi o diretor [de X-Men: Primeira Classe]. Ele não estava na lista inicial de possíveis diretores, mas ao conversar com ele pude perceber que possuía a visão necessária para que o filme fosse feito da forma correta, e ele fez um trabalho fantástico. Para fazer mais um filme preciso ter a responsabilidade e o desejo de seguir em frente."

    O AdoroCinema viajou a Montreal a convite da Fox Film do Brasil.

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