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    Gramado 2013: Wagner Moura descarta Tropa de Elite 3

    O eterno Capitão Nascimento falou também sobre Elysium, Serra Pelada, Praia do Futuro, Trash, Fellini Black and White e uma possível estreia como diretor.

    por Francisco Russo

    Se você é fã dos dois Tropa de Elite e sonha com o dia em que um terceiro filme seja produzido, é bom perder as esperanças. Ou ao menos que uma possível nova sequência seja estrelada por Wagner Moura. Questionado sobre o assunto em plena entrevista coletiva realizada no Festival de Gramado, o ator foi enfático: "Não há a menor chance".

    Wagner Moura em concorrida coletiva para a imprensa @ Edison Vara Press Photo

    Wagner aproveitou a oportunidade para falar sobre diversos novos projetos, desde a ficção científica Elysium até longa-metragens inéditos, como Serra Pelada, Trash e Praia do Futuro. De quebra, não fugiu da raia ao ser questionado sobre as manifestações que têm ocorrido no país desde junho e o atual momento do governador carioca Sérgio Cabral Filho. Confira abaixo os principais destaques da coletiva.

    UMA POSSÍVEL CARREIRA INTERNACIONAL

    Wagner Moura debutou no cinema hollywoodiano em Elysium, que estreou nos cinemas americanos na última sexta, 9 de agosto. O convite para o filme veio através do próprio diretor Neill Blomkamp, fã assumido dos dois Tropa de Elite, que reservou para o ator um personagem dúbio que ajuda o protagonista vivido por Matt Damon em sua luta contra o mundo excludente e luxuoso da estação espacial Elysium. O ator falou sobre a possibilidade de uma carreira internacional no futuro.

    "Depois de Elysium é provável que rolem novos convites para trabalhar lá, mas não vejo a minha vida como trabalhar aqui ou lá. Não gosto da palavra 'carreira', pois é a minha vida na verdade. Estarei sempre procurando fazer coisas novas e diferentes, trabalhar com diretores interessantes, contar histórias legais, procurar personagens que me motivem e me transformem aqui, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar."

    RODAR UM FILME NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS

    Com a recente experiência em Elysium, Wagner foi questionado sobre as diferenças entre rodar um filme no Brasil e nos Estados Unidos. "Fazer um filme é a mesma coisa em qualquer lugar, a diferença é o dinheiro envolvido e a comida."

    FELLINI BLACK AND WHITE

    Antes mesmo do lançamento de Elysium, Wagner Moura já estava apalavrado com outro filme em língua inglesa: Fellini Black and White, no qual interpretaria o diretor italiano Federico Fellini. Entretanto, o falecimento do diretor Henry Bromell em 18 de março fez com que o projeto fosse suspenso. Wagner comentou como está o projeto neste momento.

    "Agora quando estive em Los Angeles para lançar Elysium estive reunido com o produtor e decidimos que vamos encontrar um novo diretor. Era um projeto muito pessoal do Henry, mas agora iremos retomar."

    ESTREIA COMO DIRETOR

    Após dirigir o videoclipe da canção "Te Amo", de Vanessa da Mata, Wagner revelou que está bem próxima estreia como diretor nas telas de cinema. "Adoraria poder dizer agora, mas não posso falar ainda. Estou negociando a compra dos direitos de um livro e, apesar de já haver um acordo verbal com este autor, eu ainda não assinei o contrato. Então penso que não seria ético falar agora sobre o filme, mas está bem perto."

    TRASH

    Escalado para o elenco de Trash, novo filme dirigido por Stephen Daldry (Billy Elliot, As Horas) cujas filmagens já estão em andamento no Rio de Janeiro, Wagner não economizou elogios para o projeto. "Stephen Daldry é o tipo de diretor que passa na vida de um ator de 10 em 10 anos, é um cara extraordinário! É um filme brasileiro, pois será todo falado em português. É sobre três crianças que acham uma carteira com instruções para que eles achem um tesouro. O filme é ao redor destes garotos, com personagens feitos pelo Martin Sheen, Rooney Mara, Selton Mello, José Dumont e eu, que passam por eles."

    PRAIA DO FUTURO

    "Karim (Aïnouz) era um diretor que eu perseguia há muito tempo", revelou o ator. "Conheci o Karim quando ele foi um dos roteiristas de Abril Despedaçado e agente ficou amigo. Sou apaixonado pelo cinema dele, adoro seus filmes. Eu vivia dizendo que queria fazer um filme com ele, aí quando ele foi fazer Praia do Futuro me chamou. Ele é um cara incrível, categoria Stephen Daldry." Wagner confirmou também que o filme apenas chegará ao circuito nacional em 2014.

    SERRA PELADA

    O próximo filme estrelado por Wagner Moura a chegar aos cinemas brasileiros será Serra Pelada, em 18 de outubro. Entretanto, desta vez caberá a Wagner um papel coadjuvante. Perguntamos ao ator o porquê dele ter trocado de personagem, já que inicialmente seria um dos protagonistas, e como foi o trabalho como coprodutor no longa-metragem.

    "Este é um filme em que participei muito mais como produtor. É um filme que comecei a trabalhar já há uns quatro anos e finalmente no ano passado conseguimos o dinheiro para fazer. Só que, aos 45 minutos do segundo tempo, perdemos um dinheiro que não entrou. O filme era um épico, gigantesco, muito caro. Fizemos uma escolha errada de rodar realmente em Serra Pelada, ao invés de maquiar o cenário em São Paulo, o que fez com que ele fosse adiado. Neste adiamento eu deveria estar em Los Angeles rodando Fellini Black and White, que não aconteceu. Então tive que abrir mão do personagem, que ficou com o Juliano Cazarré, e terminei fazendo um papel bem pequenino, mas era algo que eu precisava fazer. Tenho uma relação afetiva bem forte com o filme. Ele conjuga as duas pontas, pois fala de um momento interessante da história do Brasil e ao mesmo tempo vai agradar o espectador que gosta de filmes de ação. É um Scarface brasileiro."

    MANIFESTAÇÕES

    "Acho que elas fazem todo o sentido", disse Wagner Moura ao ser questionado sobre as manifestações contra o governador Sérgio Cabral que têm ocorrido há semanas no Rio de Janeiro. "O Sérgio Cabral se notabilizou graças às UPPs e criou-se um clima de euforia que eu mesmo na época estranhei. As UPPs são muito importantes, mas como primeiro passo. Tem que entrar na favela com hospital, escola, praça, livro... Sempre achei este triunfalismo das UPPs uma bobagem. Fora isso, não posso ser entusiasta de nenhuma atitude do governo Sérgio Cabral, ao menos as que tenho conhecimento."

    O ator aproveitou a oportunidade para falar também sobre as manifestações que tomaram conta do país. "O que aconteceu no Brasil foi inesperado e comovente. Somos um país muito acostumado com a subserviência, então é bonito ver as pessoas na rua. É uma tradição que a gente não tem. As pessoas ficavam muito procurando o efeito prático daquilo, mas o efeito psicológico no próprio povo brasileiro foi muito mais importante do que qualquer sentido pragmático que poderia acontecer."

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