E a receita para um romance de sucesso é: uma pessoa humilde e solidaria conhece outra totalmente diferente, sendo rica e egocêntrica. Com uma pitada de drama pessoal de saúde e voilà! Bilheteria garantida! E na adaptação cinematográfica do livro da autora Jojo Moyes de 2012, tem tudo isso (lógico, trazidos do conteúdo da obra de Jojo que escreveu o roteiro). Então se escolhe um rapaz à la James Bond e uma mocinha linda e pronto, o "prato" que o público gosta de seja servido "está no ar". Então, não temos nada de novo neste trabalho comandado pela diretora Thea Sharrock (e sendo seu segundo serviço para os cinemas). Mas diferentemente de A CULPA É DAS ESTRELAS (2014) que é uma filme bonito mas beeeeem triste, aqui achei o filme beeeeem bonito e comovente..... Talvez devido a excelente atuação da atriz Emilia Clarke (obrigado ao seriado GAME OF THRONES por achá-la!!!!!). Ela está espetacular!!!!! Além de ser um mulherão, sua simpatia transcende as telas (eu também me apaixonei pela personagem). Viajando um pouco na maionese, ele me lembrou muito o Peter Parker com a falta de grana, sendo super desastrada e com um humor para esconder certa dor, sendo alguém puro coração. Ou seja, se me lembrou Peter, lembrou a mim mesmo..... Clarke (que interpreta a protagonistas com o mesmo sobrenome Clark, mas sem a letra "e") está maravilhosa, nos entregando uma intérprete diferente de Daenerys Targaryen (GAME OF THRONES) e Sarah Connor (do filme O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS de 2015 - comentários no NP). O filme vale por ela e por um certo assunto delicado. Ela é de se apaixonar......já tal ato polêmico é tocado de uma maneira bem leve (pow, estamos em uma romance, não podia se esperar diferente), mas coloca em pauta se tal decisão é viável ou não, se é ou não uma atitude egoísta, pois faz com que outras pessoas sofram. E como estamos na visão de Louisa Clark, não vivenciamos as verdadeiras dificuldades de William Traynor (interpretado pelo ator Sam Claflin.....mulheres suspirando ao fundo.....), que aparece como um cara emburrado e logo mais, começa a ver novamente o lado bom da vida (como esperado, e também, se minha cuidadora fosse Emilia Clarke, um milagre aconteceria com certeza). Achei as filmagens lindas, que bela Fotografia! A escolha foi assertiva da Trilha Sonora (por que será que sempre querem que lágrimas escorram pelo rosto?). E a tiradinha pela escolha do ator Matthew Lewis sendo um maratonista (ele que era o gordinho da saga Harry Potter, Neville Longbottom), sendo proposital ou não, achei boa demais! E por ser um romance (só para ver se você não esqueceu o que está assistindo), qualquer drama é sim deixado de lado, apenas mostrado quando não tem jeito (ou quando é preciso lembrar da situação do gajo). Uma bonita e divertida história de amor sem ser um conto de fadas (apesar de o cara ser rico, ex-atlético, olhos azuis, que já foi legal um dia, cavalos, etc.....). E eu percebi que, quando cuidamos de alguém, o verdadeiro amor surge! Então, é hora de cuidarmos mais dos outros ao invés de olharmos só para o que é de nosso gosto, ceder para receber e nunca desistir, porque se você dá de coração e o outro ser não recebe, é porque ainda não é a hora. Quando você se doa, você inspira as pessoas ao redor a fazer o mesmo, mesmo que não aparente, mesmo que não imediatamente......(.....acho que fui atingido pelo espírito "coração derretido" da película.....). Mas eu gostaria de ver se algum estúdio ou diretor fazerem uma estória igual, mas sem a riqueza que facilita as coisas, sem a mesma beleza dos atores de Hollywood, de um casal humilde com a mesma dificuldade mas indo atrás de SUS para atendê-los, sem dinheiro para nada, correndo atrás de direitos prometidos por um governo corrupto e que os faz dormir em uma fila de espera. É, não daria nem um belo romance e nem um ótimo drama. Seria um verdadeiro terror.....(.....agora tomado pela sensação criada pelas passeatas na Av. Paulista e Brasil afora.....)...