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    Vai que Dá Certo
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Vai que Dá Certo

    Comédia de erros cheia de acertos

    por Roberto Cunha

    O cinema nacional de um salto em 2011, tomou um tombo em 2012, mas de uma maneira geral vai bem, obrigado. De um lado, produtores, distribuidores e exibidores celebram o resultado de filmes com humor raso, próximo do televisivo devidamente aprovado pelas massas, que vendem ingressos a rodo. Do outro, a pequena turba dos "ducontra" faz barulho. Ora defendendo a ideia de que a nossa produção não deveria se resumir a comédias assim, ora alardeando que poderia ser melhor. Estão errados? Não mesmo. Mas quem disse que erram aqueles que escolhem um caminho seguro? A decisão é de quem realiza e se a escolha deles têm sido fazer rir assim, a sua opção - decididamente - não é chorar, mas procurar alternativas de diversão. Nesse sentido, Vai Que Dá Certo é um título quase profético.

    Com a clara intenção de não dar errado, Mauricio Farias (da bem sucedida série televisiva Tapas & Beijos) escreveu, produziu e dirigiu uma história divertida sobre cinco amigos dos velhos tempos que não andam bem das pernas no quesito "situação financeira" e resolvem dar um golpe em uma transportadora de valores. A ideia surgiu porque um deles trabalha lá e bolou um plano mirabolante para faturar uma grana fácil. Difícil vai ser botar em prática a empreitada com um time de trapalhões e aí, meu caro, só vendo para crer na confusão que os idiotas vão se meter.

    O roteiro é bom, funciona direitinho, embora demore um pouco para embalar. Mas quando isso acontece, desce redondo e aí é só deixar o riso fluir com as trapalhadas vividas pelo pobres assaltantes que acabam se envolvendo com uma fauna de moral muito rica: policiais corruptos, traficantes e políticos. Citando ícones do universo cinematográfico e do mundo nerd de heróis, jogos eletrônicos, entre outros elementos, as piadas vão brotando, são bem sacadas e o timing de todo o elenco está perfeito.

    Escorado em um verdadeiro time de jovens talentos, como Fábio Porchat, Bruno Mazzeo, Lúcio Mauro Filho, Gregório Duvivier, Felipe Abib, Danton Mello e o auxílio luxuoso do veterano do riso Lúcio Mauro, a aposta num sotaque regional revela uma visão legitimamente brasileira de ousar, o que é ponto para o audiovisual tupiniquim. Resumindo, Vai Que Dá Certo é uma comédia de erros cheia de acertos, que diverte sem apelação e com humor de qualidade. É ponto final. E para o cinema nacional.

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