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    Príncipe em Nova York 2: Por que Eddie Murphy foi obrigado a escalar ator branco para o primeiro filme?

    O ator ainda falou sobre o racismo e a falta de diversidade em Hollywood: "Homens brancos comandam esse negócio. Sempre foi assim".

    Prestes a protagonizar a continuação de Um Príncipe em Nova York - que teve um trailer divulgado recentemente -, Eddie Murphy já revelou que está com um certo receio de que a sequência acabe estragando a história que foi contada no primeiro longa. Em entrevistas recentes, o ator contou um pouco mais sobre a sua experiência com o racismo e a falta de diversidade em Hollywood e ainda deixou escapar que ele e Arsenio Hall foram obrigados pelo estúdio a escalar pelo menos um ator branco para o filme dos anos 80. 

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    Aos 59 anos, Murphy afirmou para a Radio Times, enquanto promovia o lançamento de Um Príncipe em Nova York 2, que a comédia não conseguiu evoluir muito desde a estreia do primeiro filme, mas que as pessoas estão mais preocupadas com o que consideram ser o "politicamente correto”. "Tem sido assim há anos e anos, mas não apenas os afro-americanos; é também sobre mulheres e outras minorias", disse o ator. "Homens brancos comandam esse negócio. Sempre foi assim."

    Ele ainda revelou se a questão do racismo acabou prejudicando de alguma forma a carreira dele: "Em termos de meu trabalho e minha carreira, raça nunca foi um problema. Venho fazendo filmes há 40 anos e nunca, nem uma vez, não consegui deixar de fazer um filme porque era negro. Eu transcendi essas coisas”. Porém, Murphy deixou claro que ele não pode ser considerado uma regra, mas sim a exceção. “Mas isso não quer dizer que eu saí do céu e entrei em Hollywood. Eu sou um homem negro que nasceu na América; eu sou afro-americano. Crescendo neste país, não há como você não ter que enfrentar algumas merdas", afirmou. 

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    Durante uma outra entrevista no programa Jimmy Kimmel Live!, Murphy e seu parceiro no filme, Arsenio Hall, comentaram sobre a determinação da Paramount Pictures, lá em 1988 enquanto gravavam as primeiras cenas de Um Príncipe em Nova York, de que o filme tivesse pelo menos um ator branco no elenco. "Eu amo Louie (Anderson), mas acho que fomos forçados a colocá-lo nisso”, contou Hall. “Fomos forçados a colocar uma pessoa branca”, completou. 

    "Isso foi na década de 1980, sabe. Então foi tipo: 'Precisamos ter uma pessoa branca no filme. Tem que ter uma pessoa branca no filme'. Eu fiquei tipo: 'Oi?'", explicou o protagonista. Os dois ainda contaram que receberam uma lista com o nome de três pessoas, mas a escolha foi bem rápida: "Quem era o cara branco mais engraçado que existia? Nós sabíamos que Louie era legal, então foi assim que ele entrou para o filme”, completou Murphy. 

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    Ainda durante a entrevista para a Radio Times, o ator que interpreta o príncipe Akeem refletiu sobre como apesar de tudo que estamos passando o humor se mantém intacto: "Os tempos mudam e os gostos mudam, mas engraçado ainda é engraçado. No momento, estamos passando por um período de politicamente correto e as pessoas estão um pouco mais tensas com a comédia, mas não há data de validade para o engraçado". 

    Para quem não lembra, no primeiro filme acompanhamos Akeem, um príncipe que deixa seu país de origem na África e vai para o Queens junto com seu amigo Semmi. Na tentativa de escapar de um casamento arranjado, a dupla embarca nessa viagem para encontrar uma rainha que o ame independente do seu título. Além de Murphy e Hall, o elenco conta com a volta de alguns atores do cast original, como James Earl Jones. Juntam-se a ele novos nomes como Kiki Layne, Leslie Jones, Tracy Morgan, Wesley Snipes e Rick Ross. Um Príncipe em Nova York 2 tem data de estreia marcada para 5 de março deste ano, exclusivamente no catálogo da Amazon Prime Video.

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