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    Jason Blum fala sobre Jovens Bruxas e o terror em 2020: "É reconfortante assistir histórias sobre uma realidade diferente da sua" (Entrevista)

    Entrevistamos o fundador da Blumhouse e falamos sobre o mais recente lançamento da produtora: Jovens Bruxas - Nova Irmandade.

    Em 2020, o que não falta são filmes de terror para Jason Blum e a Blumhouse, sua renomada produtora. Apesar de a pandemia da COVID-19 ter afetado o desempenho das salas de cinema ao redor do mundo e atrasado inúmeros lançamentos, a Blumhouse conta com uma carta na manga para este mês de novembro: a estreia de Jovens Bruxas - Nova Irmandade.

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    Sequência direta do filme Jovens Bruxas, de 1996, o lançamento conta com Michelle Monaghan (Pixels), David Duchovny (Arquivo X), Cailee Spaeny (Círculo de Fogo - A Revolta) e Lovie Simone (Greenleaf) no elenco e chegará às salas de cinema a partir de 05 de novembro.

    Aproveitando a proximidade com a estreia, o AdoroCinema teve a oportunidade de entrevistar Blum. Além de Jovens Bruxas, os assuntos em pauta recaíram para este momento atípico no cinema e também no streaming, em que as pessoas estão consumindo muito mais conteúdo em suas casas. Além disso, Blum falou sobre a evolução do terror desde uma de suas primeiras produções: Atividade Paranormal, cuja franquia iniciou-se em 2007.

    JOVENS BRUXAS, DIREÇÃO FEMININA E CASTING APURADO

    Blum revelou que a intenção inicial relacionada a um novo projeto de Jovens Bruxas era, na verdade, um remake. Mas tudo mudou quando a diretora Zoe Lister-Jones deu a ideia de seguir a mesma linha temporal do filme 1996. "A ideia de Zoe foi a melhor e a mais interessante que tínhamos em mãos, então resolvemos seguir com ela", disse. 

    Além desta ideia, Lister-Jones também se esforçou para montar um set de filmagens composto majoritariamente por mulheres. Blum, que apoiou a ideia, desde o princípio gostaria que a nova produção fosse contada por uma mulher. "A diferença entre os dois filmes das Jovens Bruxas recai também na audiência, que está diferente, está mais sofisticada. Acredito que as mulheres -- na verdade, as pessoas no geral -- estão mais conscientes do que estavam em 1996. Especialmente quando falamos sobre a desigualdade entre homens e mulheres. Acho que todas essas coisas têm um papel importante na nova versão das Jovens Bruxas. Também considero interessante que, no primeiro filme, o vilão era uma mulher. E no filme de hoje, o vilão é um homem", apontou o produtor estadunidense.

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    Sobre a escalação do quarteto principal, Blum explicou que, na Blumhouse, o departamento de casting é uma das áreas que ganham mais atenção na empresa. "Ele é administrado por Terri Taylor e Sarah Domeier Lindo. É muito incomum uma produtora ter um departamento de elenco tão grande, mas fazemos isso porque o elenco é um fator muito importante em nosso projetos. Fazemos principalmente filmes de baixo orçamento, então trabalhamos com muitos talentos emergentes. Então, o elenco foi realmente descoberto pelo meu departamento de elenco e Zoe, que trabalharam juntos para montar o que considero um ótimo elenco", disse, ao elogiar Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone e Zoey Luna.

    CRESCIMENTO DO HORROR NOS ÚLTIMOS ANOS E O FOCO NO INDEPENDENTE

    Ao falar sobre o mercado cinematográfico de terror num geral, Blum fez observações interessantes acerca do cenário atual, com a pandemia e o isolamento social. O produtor acredita que este movimento que favorece o consumo do terror está forte em 2020. "Quando há coisas assustadoras no mundo real fora de sua porta, acho que há algo reconfortante em assistir uma história - que você sabe que não é verdade - sobre coisas ruins acontecendo em um mundo que não é o seu, uma realidade que não é a sua. Eu acho que isso é catártico. E também é algo controlável: você pode simplesmente desligar sua TV. Você pode fazer isso ir embora, mas você não pode fazer o mundo exterior ir embora. Então eu acho que há algo aí. De alguma forma, tudo isso que está acontecendo no mundo faz com que as pessoas se sintam 'melhor' ao ver coisas assustadoras. Nossos filmes disponíveis em streaming, inclusive, estão tendo um ótimo desempenho neste momento", afirma.

    Ao responder uma de nossas perguntas sobre possíveis relações (ou principais diferenças) entre o terror de 2007, marcado pelo início da franquia Atividade Paranormal (uma das mais conhecidas da Blumhouse), e o terror de Jordan Peele, Blum relembrou: "Curiosamente, o primeiro Atividade meio que bateu um dos últimos Jogos Mortais. No início dos anos 2000 tínhamos todos esses filmes slasher, gore, os filmes de Eli Roth (O Albergue). Depois, tudo recaiu em todos esses filmes sobrenaturais: Atividade Paranormal, Invocação do Mal, etc..."

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    "Então, com a franquia The Purge e Halloween, o cenário ficou mais sangrento novamente. Acredito que, nos dias atuais e ainda por um tempo, teremos mais violência gráfica. Depois o mercado voltará ao sobrenatural", analisa o produtor. "Além disso, neste meio tempo, ainda há algo de novo no gênero, que é o terror com uma mensagem social. Muitos desses filmes têm algo a dizer sobre o mundo ou têm uma mensagem social para passar para o público", explica. Corra!NósO Homem Invisível certamente se encaixam neste padrão que a Blumhouse anda apresentando ao público nos últimos anos.

    Mas, para além das grandes produções de Hollywood com elencos e diretores conhecidos, a Blumhouse é reconhecida por sempre ter dado bastante atenção ao cinema independente. Blum diz não calcular ou definir para qual área do mercado seus filmes vão nos estágios iniciais. "Tento não pensar sobre onde vai acabar, se vai ser um filme independente ou de um grande estúdio. Nós procuramos filmes que pareçam originais, que sejam assustadores e dos quais gostemos -- mas não pensamos muito sobre aonde eles chegarão. Se gostamos deles e se são assustadores e originais, nós seguimos em frente e tentamos produzi-los", diz.

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