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    Festival de Berlim 2018: Organização rejeita mudar a cor do tapete vermelho em prol da campanha #MeToo

    Dieter Kosslick, diretor do festival, disse que deseja propor discussões mais "profundas" do que a questão do tapete.

    A organização do Festival internacional de Cinema de Berlim rejeitou a ideia de trocar o tradicional tapete vermelho do local onde são realizadas as sessões de gala do evento por um tapete preto.

    A proposta foi idealizada pela atriz alemã Claudia Eisinger para chamar a atenção para o movimento #MeToo, que visa combater o assédio sexual na indústria do entretenimento e dar voz às vítimas de abusos. Graças a uma mobilização similar, a cerimônia de entrega de prêmios do Globo de Ouro deste ano trouxe artistas mulheres e homens vestindo preto.

    Dieter Kosslick, diretor do Festival de Berlim, afirmou que deseja que as atividades promovidas pelo evento "abordem o discurso do #MeToo de uma forma mais profunda do que a questão do tapete permite". No comando de um dos festivais de cinema mais importantes da Europa e do mundo desde 2001, Kosslick ainda disse que "desenrolar um tapete preto na Berlinale não é o caminho que nós escolhemos".

    Com mais de 23 mil assinaturas, uma petição online publicada na plataforma Change.org por Eisinger afirmava que a comunidade alemã ligada ao cinema deveria se posicionar de forma clara sobre a questão do assédio. "É nossa responsabilidade continuar a garantir a visibilidade do movimento. O mundo inteiro está nos observando e é por isso que nós, como membros do setor cinematográfico, somos chamados a enviar sinais claros. É nossa responsabilidade sinalizar ao mundo que o abuso sexual, o assédio e a discriminação das mulheres deixaram de ser invisíveis - e não apenas em nossa indústria."

    A noite de abertura da Berlinale contou com a exibição nesta quinta-feira (15), em première mundial, da animação em stop motion Isle Of Dogs, de Wes Anderson.

    Segundo o site Deadline, Kosslick classificou as múltiplas denúncias contra figuras como Harvey Weinstein como episódios que "desmascararam dimensões chocantes de coerção e abuso". "Nós da Berlinale acreditamos firmemente na importância das ações e debates relacionadas ao movimento #Mee Too. Nós compreendemos totalmente a motivação por trás da petição da Sra. Eisinger. Mas o festival fez uma decisão consciente de não se envolver em ações políticas simbólicas."

    Com cobertura do AdoroCinema, o 68º Festival Internacional de Cinema de Berlim será realizado até o próximo dia 25 de fevereiro, domingo. Acompanhe tudo no nosso Guia do Festival de Berlim 2018 e nas nossas redes  sociais, especialmente nas Instagram Stories.

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