Você assistiu a O Poderoso Chefão errado por 50 anos: Este final deletado mudaria o sentido de uma das maiores cenas do filme
Rafael Felizardo
Rafael Felizardo
-Redator | Crítico
Sonhador desde pequeno e apaixonado por cinema de A a Z, encontrou em David Lynch um modo de sonhar acordado.

Dirigido por Francis Ford Coppola, um dos maiores títulos da história do cinema contaria com um desfecho diferente.

Não há como negar que O Poderoso Chefão é um dos filmes mais influentes da história, uma produção que se tornou um monólito incontestável dentro da sétima arte. Dirigido por Francis Ford Coppola, o longa-metragem se inspira no livro homônimo de Mario Puzo, acompanhando a saga da poderosa família Corleone.

Para se ter ideia, The Godfather (no original) definiu o gênero dos filmes de máfia, injetando no crime organizado valores familiares, sentimentalismo e dilemas geracionais. O final que chegou aos cinemas de todas as partes do mundo foi responsável por marcar o público, mas originalmente, há um desfecho alternativo, nunca utilizado, que poderia ter mudado tudo.

COMO É O FINAL DE O PODEROSO CHEFÃO?

No fim de O Poderoso Chefão, Michael Corleone (Al Pacino) consolida definitivamente seu poder como novo Don da família. Enquanto participa do batizado de seu sobrinho, Michael ordena a execução simultânea de todos os chefes das famílias rivais, eliminando qualquer ameaça ao domínio dos Corleone.

Pouco depois, ele também manda matar Carlo (Gianni Russo), marido de sua irmã Connie (Talia Shire), como vingança pela traição que resultou na morte de Sonny (James Caan). Ao ser confrontado por Kay (Diane Keaton), sua esposa, Michael mente de maneira fria ao negar envolvimento nos assassinatos, mas a verdade fica clara na cena final, quando ele é tratado com reverência pelos capos e a porta do escritório se fecha no rosto de Kay, simbolizando a transformação do personagem em um líder frio e implacável - e distante da família.

ORIGINALMENTE, O FIM SERIA DIFERENTE

De acordo com um artigo do Comic Book Resources, inicialmente, O Poderoso Chefão tinha um final diferente, mais condizente com o livro escrito por Mario Puzo. As cenas que antecediam o brutal fechamento da porta seriam permeadas por certa religiosidade, com Michael jurando fidelidade a Deus enquanto encomendava os assassinatos durante o batismo.

Desta forma, Kay ficaria sabendo de todos os crimes de Michael, e seria vista indo à igreja com Carmella (Morgana King) para acender uma vela para que Deus perdoasse sua corrupção e seus pecados. Neste encerramento aprovado por Puzo, Kay desempenharia um papel bastante diferente daquele que assumiu ao longo da trilogia, seguindo o costume siciliano de que os homens tinham permissão para fazer o que bem entendessem, sem que as mulheres se intrometessem.

Muitas mulheres sicilianas, como Apolônia (Simonetta Stefanelli), eram criadas para se comportarem dessa maneira: enquanto suas necessidades fossem atendidas no casamento, elas ignoravam os pecados de seus maridos e iam rezar por suas almas na igreja. No final em questão, Kay assumiria oficialmente o lugar de Apolônia, tornando-se a esposa que Michael havia planejado para ela.

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