Em 2007, a Disney lançou uma edição especial do terceiro filme da saga Piratas do Caribe. Ela continha cenas deletadas, mostrando as mais de três horas de filmagem que finalmente chegaram aos cinemas, com um total de 168 minutos. A mais importante de todas, como se descobriu mais tarde, não havia sido incluída na versão das telonas.
Revelou que Beckett contratou Jack Sparrow para "transportar carga", mas decidiu libertá-lo. A isso, o famoso pirata de Johnny Depp respondeu: "Pessoas não são carga, meu amigo". Reconfirmada em um romance posterior, a história de origem de Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (2007) mudou completamente a percepção de Sparrow.
Jack Sparrow não era um pirata
Walt Disney Pictures
Conta a história de como, ao descobrir que a carga continha quase 200 escravos, Jack decidiu roubar o navio Wicked Wench e libertá-los. Posteriormente, Beckett o rotulou de pirata, afundou o navio queimando-o e, em seguida, o personagem de Johnny Depp fez um pacto com Davy Jones para reflutuá-lo. A aparência distinta da madeira carbonizada foi o que o levou a renomeá-lo para Pérola Negra.
Quando o corte inicial chegou à Disney, com mais de três horas de duração, os executivos começaram a cortar atalhos para tornar o filme mais acessível ao público em geral. Entre as muitas cenas cortadas, a origem de Jack Sparrow pareceu a mais clara para eles. Além de como tal heroísmo obscurecia a ideia de um personagem amoral, a mera ideia de abordar a escravidão em um filme para a família parecia demais para eles.
A decisão coincidiu não apenas com o fato de toda a franquia evitar completamente discutir essa prática controversa da época, mas também com a forma como a Disney estava eliminando qualquer possível conexão com o drama histórico da escravidão. Inclusive, chegou a modificar a atração Piratas do Caribe para eliminar o leilão de mulheres que ainda era exibido na época.