Nos últimos anos, produções que exploram a origem de produtos ou marcas icônicas viraram febre: desde o tênis inovador em Air: A História por Trás do Logo até o salgadinho apimentado em Flamin' Hot: O Sabor Que Mudou a História ou a jornada do Game Boy em Tetris. Essas narrativas já não surpreendem ninguém — mas a reação foi bem diferente no final dos anos 2000.
Ninguém acreditava que esse filme de Fincher iria dar certo
Quando surgiu a notícia de que David Fincher (diretor de Clube da Luta e Se7en) e Aaron Sorkin (roteirista de The West Wing) adaptariam a criação do Facebook para o cinema, as piadas foram inevitáveis.
O ceticismo, porém, durou pouco: A Rede Social, lançada em 2010, tornou-se um fenômeno, conquistando três Oscars em oito indicações e até o título de "melhor filme dos anos 2010" segundo Quentin Tarantino durante uma entrevista em 2019 para a IndieWire.
Qual a trama de A Rede Social?

Tudo começa em uma noite comum — mas decisiva — em outubro de 2003. Erica Albright (Rooney Mara) cansa do comportamento arrogante do namorado e decide terminar. O estudante de Harvard em questão, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), não digere o golpe no ego: invade seu blog para despejar rancor e, em seguida, cria um site onde os usuários avaliam a aparência das alunas da universidade.
O projeto viraliza instantaneamente, sobrecarregando a rede de Harvard e chamando a atenção dos irmãos Winklevoss (Armie Hammer) e Divya Narendra (Max Minghella), que recrutam Zuckerberg para desenvolver uma plataforma de encontros exclusiva.
Ator que fez Mark Zuckerberg rejeita associação com bilionário e detona: "Está fazendo coisas problemáticas"Paralelamente, Eduardo Saverin (Andrew Garfield), melhor amigo de Mark, propõe algo maior: uma rede social para todas as universidades da Ivy League. A chegada de Sean Parker (Justin Timberlake), cofundador do Napster, acirra a disputa — e o que segue é uma guerra de egos, traições e ambição desmedida.
Como retratar a frieza digital?

O desafio de Fincher e do diretor de fotografia Jeff Cronenweth era transformar cenas de programação e reuniões tensas em algo visualmente cativante. A solução veio com uma estética gelada e planos que reforçam o distanciamento emocional dos personagens.
A fotografia azulada e os enquadramentos claustrofóbicos criam uma atmosfera de desconforto, ecoando a alienação por trás de uma rede que prometia conexão, mas fomentou rivalidades. A trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross foi outro trunfo.
Suas composições eletrônicas minimalistas — tensas e melancólicas — elevaram o clima de suspense. A dupla, que depois colaboraria em Soul e Rivais, deu ao filme uma identidade sonora inovadora.

Se você quer revisitar este drama sobre poder, solidão disfarçada de sucesso ou descobrir por que ele envelheceu tão bem, A Rede Social está disponível na Max e Prime Video.