Quase sete anos se passaram desde então e as coisas mudaram muito, mas em 2018, quando o filme Roma, de Alfonso Cuarón, se tornou um dos melhores títulos do ano e um sério candidato ao Oscar, um intenso debate se abriu em Hollywood: os filmes produzidos pelas plataformas de streaming deveriam ser considerados pela Academia caso não tenham sido lançados nos cinemas?
A Netflix, que na época estava em seu auge, deixou claro que queria e poderia produzir e lançar filmes no mesmo nível de qualquer outro grande estúdio de Hollywood e, é claro, que eles também poderiam ser fortes concorrentes ao Oscar. Para isso, no entanto, a empresa precisava concordar em lançá-los nos cinemas – e os cinemas, por sua vez, deveriam concordar em distribuir um filme cuja exclusividade duraria pouco e que rapidamente estaria disponível em streaming (ou já estava).

Na época, havia duas posições muito claras, mas, no final, Roma foi uma das grandes protagonistas da 91º edição do Oscar e marcou um antes e um depois, abrindo caminho para os que viriam depois. Se tornou o primeiro filme da Netflix a ser indicado pela Academia de Hollywood para Melhor Filme, e não parou por aí. Teve um total de dez indicações, das quais ganhou três prêmios: Melhor Filme Internacional, Melhor Fotografia e Melhor Diretor.
Roma também teve outros marcos, como ser o primeiro filme mexicano a ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; Alfonso Cuarón ser o primeiro diretor a ganhar o Oscar de Melhor Fotografia por seu próprio filme; e ser, empatado com O Tigre e o Dragão, o filme internacional com mais indicações na história.

Qual é a história de Roma?
Ambientado na década de 1970, Roma tem como protagonista a jovem Cleo (Yalitza Aparicio), que trabalha como empregada doméstica para uma família mexicana de classe média no bairro de Roma, na Cidade do México. Junto de sua companheira e amiga Adela (Nancy García), Cleo não só cozinha e limpa, mas também cuida das três crianças da casa.
Quando seus patrões Sofía (Marina de Tavira) e Antonio (Ernando Grediaga) se separam e o último sai de casa, ela ajuda Sofía a manter isso em segredo para as crianças, embora não seja a única coisa que perturbe a vida até então harmoniosa. Ao mesmo tempo, há uma forte escalada de violência na cidade após a agitação política entre os estudantes.
Depois de Roma, outros filmes seguiram seu rastro e tiveram seu momento particular de glória no Oscar, como Ataque dos Cães, Mank, O Irlandês e, é claro, A Sociedade da Neve, do espanhol Juan Antonio Bayona.
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