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    Este personagem de Elementos era um dos maiores medos da Disney – e precisou de inteligência artificial para ser criado
    Bruno Botelho dos Santos
    Bruno Botelho dos Santos
    -Redator | crítico
    Bruno é redator e crítico do AdoroCinema, que divide seu tempo na cultura pop entre tomar susto com os mais diversos filmes de terror, assistir os clássicos do cinema ou os grandes blockbusters e enaltecer o trabalho de David Lynch e Stanley Kubrick.

    O novo filme da Pixar recorreu ao uso de tecnologia sofisticada, incluindo ferramentas de inteligência artificial, para criar um dos personagens principais.

    Elementos, o novo filme da Pixar (o amado estúdio de animação da Disney responsável por Toy Story, Carros e Os Incríveis), poderia ser apenas mais uma animação, mas o talento dos designers e artistas para criar com amor cada característica dos personagens se destaca – e eles não foram os únicos envolvidos na construção deste universo.

    Elementos
    Elementos
    Data de lançamento 22 de junho de 2023 | 1h 42min
    Criador(es): Peter Sohn
    Com Leah Lewis, Mamoudou Athie, Ronnie Del Carmen
    Imprensa
    2,8
    Usuários
    4,1
    Adorocinema
    3,5
    Assista agora em Disney +

    A Pixar revelou como seus impressionantes efeitos de chamas de fogo foram criados. Em entrevista para a Wired, o diretor Peter Sohn revelou que ao animar uma de suas personagens principais, Faísca, exigiu que os efeitos acontecessem em todos os frames. Como isso levaria muito tempo, mesmo com as poderosas unidades de processamento gráfico da Pixar, eles tiveram uma solução para esse processo com inteligência artificial.

    Peter Sohn e sua equipe recorreram a uma tecnologia chamada "Neural Style Transfer", um método baseado em IA que permite que as imagens se movam como voxels em animação. Isso permitiria que os designers simplesmente executassem a ferramenta em cima de um efeito de fogo de aparência mais simples, sem tanta sobrecarga no processamento gráfico. Segundo a entrevista, havia apenas 50% de chance de o método dar certo.

    Para ajudar a desenvolver uma solução interna, a Pixar fez parceria com a Disney Research Studios, especializada em aprendizado de máquina e inteligência artificial. "Muitos de nós não usamos o aprendizado de máquina até que ele começou a se tornar predominante recentemente, então aprendemos no trabalho", diz Paul Kanyuk, supervisor técnico da Pixar que trabalhou anteriormente em Wall-E (2008) e Up - Altas Aventuras (2009).

    Pixar / Disney

    Após reuniões regulares para resolver o problema, a equipe finalmente criou um método, que foi usado em conjunto com a transferência de estilo neural para obter um efeito assistido por IA para as chamas de Faísca. "Depois de aplicar uma transferência de estilo ao fogo naturalista, você pode começar a direcionar seu estilo e começar a trazer a mão do artista para algo que não pode ser tocado de outra forma", diz o supervisor de personagens Jeremie Talbot. "É esse casamento do lado esquerdo do cérebro com o lado direito do cérebro e o uso da tecnologia como uma ferramenta para ajudar a expressar emoções", explica o diretor Peter Sohn sobre usar essa tecnologia de IA no filme.

    Em entrevista ao CinemaBlend, o diretor revelou que o design da personagem era um dos seus maiores medos. "[Os personagens de fogo] eram um dos nossos maiores medos, só para ser franco, quando começamos isso. Acho que tudo o que fiz foram esses desenhos de fogo, que eram essas coisas estáticas e todo mundo ficou tipo 'Cara, vamos conseguir focar nos olhos', então logo tudo era sobre tentar controlar o fogo, e a tecnologia sobre esse controle. Chamava-se NST (Neural Style Transfer), que não sou um técnico, mas é pegar um estilo de desenho, como se você pudesse fazer [um desenho de uma] chama gráfica, e pegaria isso e começaria a imprimir nas três dimensões das chamas", explicou.

    "Não havia nada parecido": Elementos inspirou novos estilos de animação na Pixar

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