Há sequências de ação que prendem o espectador e as irmãs Lana e Lilly Wachowski sabem muito bem como conseguir isso. Elas o demonstraram ao longo de seu trabalho como diretoras da saga Matrix e em uma dessas parcelas construíram uma estrada do zero e destruíram 300 carros para conseguir um dos momentos mais espetaculares da franquia estrelada por Keanu Reeves.
Matrix Reloaded, o segundo filme da história de Neo, tem um momento em que Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss) são perseguidos pelas Gêmeas, uma dupla de indivíduos idênticos, e um bom punhado de agentes em uma estrada. E, para gravar essa sequência, as irmãs Wachowski gastaram 2,5 milhões de dólares.
O motivo deste alto custo foi que uma estrada de dois quilômetros teve que ser construída do zero em uma antiga pista da Estação Aérea Naval de Alameda, localizada na Califórnia, Estados Unidos. Tudo estava cercado por uma parede de, aproximadamente, 6,1 metros que parecia cimento, mas, na verdade, era madeira. A estrada foi pavimentada com três pistas em cada sentido.
Mas, o que é uma perseguição na estrada sem carros? Nada. Então, para suprir essa necessidade, as cineastas contaram com a ajuda da General Motors, que doou 300 carros. Nem a estrada e nem os veículos sobreviveram: tudo foi destruído depois. O anúncio foi feito pela empresa automobilística: "A General Motos doou impressionantes 300 veículos para criar uma das cenas de perseguição de carros mais intensas da história do cinema!"
UMA GRAVAÇÃO PERIGOSA
Warner Bros.
Uma das protagonistas da sequência, Moss, afirmou que foi uma filmagem muito perigosa. "Eles precisavam dos melhores dublês do mundo", disse ela ao IGN em 2012. "Era perigoso. Você podia sentir isso todos os dias."
Mais tarde, por ocasião da promoção de Matrix Resurrections, quarto filme da saga lançado em 2021, Moss lembrou que essa sequência, que durou vários dias de filmagem, foi estressante. "Não sou um piloto muito experiente. Treinei com uma moto pequena e depois com uma moto maior", começou.
Quando Trinity dirige, há um homem atrás dela: o Keymaker, interpretado por Randall Duk Kim. "A vida de um passageiro dependia de ser impecável e perfeito, porque eu sabia que se permitisse à minha mente um momento de dúvida poderia ferir outro ser humano. E sustentei isso por todos aqueles dias... Foi cansativo suportar aquilo sabendo que eu iria mantê-lo vivo", acrescentou.
O resultado de todo esse trabalho foi uma das sequências de ação mais caras da história do cinema, mas também uma das mais espetaculares.