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    O Senhor dos Anéis: A trilogia jamais teria acontecido sem este outro filme brilhante de Peter Jackson
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    Anos antes de adaptar os livros de J.R.R. Tolkien para as telonas, o diretor neozelandês lançou uma comédia de terror com Michael J. Fox.

    Frank Bannister é um médium charlatão que passa seu tempo enganando os moradores de sua pequena cidade com a ajuda de seus amigos fantasmas. Ele afirma que seu dom é resultado de um acidente de carro que matou sua esposa. Porém, quando vários habitantes começam a morrer misteriosamente, ele se torna o culpado ideal. Enquanto tenta desvendar os assassinatos sobrenaturais, ele se apaixona pela mulher de uma das vítimas e lida com um agente louco do FBI.

    Essa é a sinopse de Os Espíritos (1996), primeiro longa realizado por Peter Jackson em Hollywood. Uma comédia de terror absolutamente brilhante, amparada pela música de Danny Elfman e levada à distância por um Michael J. Fox que encontrou nela um dos melhores papéis de sua carreira. Veja o trailer abaixo:

    Os Espíritos é muito mais do que um "simples" filme de transição antes do grande salto que Jackson daria na indústria cinematográfica. É, como o próprio diretor admite, "um filme fundamental", que liga seu projeto anterior de baixo orçamento, Almas Gêmeas (1994), à grandiosa trilogia de O Senhor dos Anéis (2001-2003)

    Em 2010, quando a versão estendida de Os Espíritos foi lançada em DVD (com 3h45 de duração), Jackson explicou como esse trabalho permitiu que a saga da Terra-média saísse do papel. “Fiz Os Espíritos em 1995, antes dos tempos de O Senhor dos Anéis e King Kong. Parando para analisar minha trajetória como cineasta, é um filme crucial para mim. Foi a primeira vez que ultrapassei a barreira de um filme independente neozelandês, já que minhas obras precedentes foram todas financiadas assim.”

    “Os Espíritos me deu acesso ao que me parecia um orçamento muito grande na época. Para os padrões de hoje, era pouco. Mas era novo para mim. Eu nunca tinha feito efeitos visuais tão complexos”, avaliou Jackson.

    Universal Pictures
    Michael J. Fox em cena de Os Espíritos.

    O impacto em sua jovem empresa de VFX, a chamada WETA, foi enorme. “Nossa companhia [criada em 1993] passou de um computador para cerca de 35 quando chegamos ao auge dos efeitos visuais na pós-produção de Os Espíritos. Há cerca de 500 planos gerados por computador no filme.”

    “Durante o período de pós-produção, estávamos muito nervosos”, revelou Jackson. “Eu, pessoalmente, estava muito estressado. Ficava me perguntando: ‘O que vou fazer com todos esses computadores quando o filme acabar? Isso custou uma fortuna!’”

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    “Foi nesse ponto, por volta de novembro de 1995, que tive a ideia de fazer um filme fantástico. Eu pensei: ‘Que tipo de filme posso fazer com uma grande infraestrutura informática?’”, contou Jackson. “O Senhor dos Anéis então veio até mim, e fizemos as primeiras chamadas para o filme ainda na pós-produção de Os Espíritos.”

    Está claro, portanto, que as adaptações dos livros de J.R.R. Tolkien jamais teriam acontecido (pelo menos não na escala que aconteceram) se Jackson não tivesse lançado o longa estrelado por Michael J. Fox, Trini Alvarado, Jeffrey Combs e John Astin.

    Os Espíritos
    Os Espíritos
    1h 40min
    Criador(es): Peter Jackson
    Com Michael J. Fox, Trini Alvarado, Peter Dobson
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