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    Power
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Power

    Aproveitando um gênero conhecido sem cair no óbvio

    por Barbara Demerov

    Após Troco em DobroEsquadrão 6 e The Old Guard, a Netflix agora insere em seu catálogo original mais um longa-metragem de ação. Só que, apesar de flertar com a fantasia dentro do gênero de super-heróis, Power não se trata apenas de uma história sobre poderes e sequências de embates físicos. Há mais elementos dramáticos contidos nesta trama que, caso se baseasse apenas no objetivo dos vilões, talvez não fosse tão instigante.

    O filme dirigido pela dupla Ariel Schulman e Henry Joost (de Atividade Paranormal e Nerve) surpreende positivamente por dar uma atenção maior ao trio de personagens principais, que são tão interessantes quanto a misteriosa pílula que traz poderes momentâneos a quem a experimenta. Trata-se do plano sigiloso de uma corporação que pretende testar o maior número de pessoas de forma sorrateira, pulando de cidade a cidade sem deixar vestígios.

    A história de Power funciona muito por conta de apresentar o trio principal sem se alongar por demais em suas motivações – o que abre mais espaço para o espectador descobrir informações úteis, que adicionam emoção à jornada. Art (Jamie Foxx), Frank (Joseph Gordon-Levitt) e Robin (Dominique Fishback) são personagens distintos, mas como o roteiro foca bastante sua atenção nas particularidades que os unem, é possível comprar a ideia de que eles precisam se unir especificamente para esta missão contra quem está por trás da poderosa pílula.

    Em especial, o destaque vai para Art e Robin, que encontram um no outro a melhor forma de lidar com o principal objetivo de Power. Enquanto Art procura sua filha que tornou-se uma cobaia poderosa, Robin acaba por encontrar em Art a primeira pessoa que parou para lhe dar um conselho importante relacionado a seguir sua própria voz na vida. E é neste ponto que o título Power entrega um duplo sentido, pois a jovem precisava estar no meio de uma missão perigosa ao lado de um estranho para valorizar seu poder pessoal – no caso, o talento nato para o rap.

    Por intercalar os poderes da pílula com os poderes de seres-humanos comuns, o filme ganha uma identidade ao invés de seguir somente o caminho da procura por impacto visual. As cenas de ação são bem realizadas e, sem dúvidas, o talento de Jamie Foxx auxilia na efetividade das mesmas (destaque para a sequência que divide com Rodrigo Santoro – confortável no papel de vilão – próximo ao terceiro ato. Porém, o espírito de Power recai nas relações construídas entre os personagens, pois os diálogos são bem construídos e possuem o mínimo de exposição para embasar as motivações.

    Apesar de não entregar uma narrativa completamente inovadora, o fato de termos uma jovem protagonista negra transforma Power em uma produção relevante. Ao adicionarmos a relação de Robin com Art e sua filha, assim como a participação importante – porém menos chamativa – de Joseph Gordon Levitt, é inegável perceber a intenção da produção em dar voz a personagens que poderiam ser os sidekicks (ajudantes) dos protagonistas. Por isso, observar a inversão de papéis entre Frank, o policial branco, e Robin, uma jovem com problemas financeiros que sente a falta do pai, faz com que Power cresça aos olhos do público por sair um pouco do óbvio.

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    Comentários

    • Jackson A L
      Gostei do filme. Não é algo definitivamente novo, mas tem um bom elenco e por ser uma produção Netflix está de bom tamanho. Jamie Foxx muito bem em cena!!!
    • Érica Araújo
      Amei o filme. Vale super a pena. Te prende do começo ao fim. Amei os protagonistas, Os efeitos especiais, Tudo no filme. Ansiosa pelo segundo. Recomendo!
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