De origem aristocrática e ex-viciado em heroína, Barão (Ney Matogrosso) decide fundar uma seita ligada aos rituais com ayahuasca, o chá alucinógeno do Santo Daime. Uma investigação sobre a alma brasileira, com reflexões sobre questões existenciais, individualidade sexual e direito de liberdade.
Críticas AdoroCinema
3,5
Bom
Ralé
Marginal com orgulho
por Bruno Carmelo
Depois de Luz nas Trevas, a diretora e atriz Helena Ignêz continua a referenciar o cinema marginal em Ralé. A produção funciona como uma homenagem, mas também uma atualização aos novos tempos e linguagens: enquanto resgata a famosa Sônia Silk, cria personagens inéditas como a Exibicionista, com a qual Sônia tem claro parentesco. Ralé é uma viagem no tempo, uma maneira de dizer que o cinema marginal nunca acabou, apenas se reinventou, encontrando outras brechas no sistema. A cena inicial é uma verdadeira pérola, a melhor de toda a projeção. Uma artista (Djin Sganzerla) pega um rolo de fita isolante preta e começa a aplicá-la diretamente nas bordas da imagem, modificando o enquadramento, criando um novo formato para a tela. A cena não tem pressa em censurá-la: a atriz controla a direção e o tempo do gesto. Este é o personagem-autor por excelência, uma bela metáfora do cinema feito com pou
Sabe aquela sensação maluca de que você não entende absolutamente nada do que se passa na tela, mas ainda assim não consegue parar de olhar? Ralé nos traz esta experiência, onde o abstrato ganha forma de história e as críticas fazem tanto sentido que parecem tiradas da vida real. Destaque para a atuação do Ney, que foi muito além do que eu imaginava.
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