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    Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

    Espetacular e bobo

    por Taiani Mendes

    Após muito tempo planejando, tentando, desenvolvendo, Luc Besson (LucyO Quinto ElementoO Profissional) finalmente tirou do papel seu projeto dos sonhos, a adaptação cinematográfica da história em quadrinhos de ficção científica Valerian, criada por Pierre Christin e Jean-Claude Mézières em 1967, parte importante de sua infância. Visualmente, com destaque para as inúmeras raças alienígenas detalhadas e diferentes entre si, Valerian e a Cidade dos Mil Planetas honra seu orçamento milionário, o maior já registrado na França. O roteiro da aventura espacial, no entanto, parece fruto da mente de um menino de dez anos de idade. Um garoto do século XXI que compreende a relevância de uma personagem feminina forte, o impacto de Rihanna e é crítico ao consumismo e à ganância, mas não domina construção narrativa bem o suficiente para escrever um longa-metragem satisfatório e, apesar da mente aberta, ainda não conseguiu se desprender de algumas ideias do século passado.

    O belo prólogo, ao som de "Space Oddity", David Bowie, sintetiza em breves minutos quase cem anos de acontecimentos marcantes para a humanidade fora do planeta Terra. Tal início empolga, no entanto saiba que o 3D impressiona neste momento mais do que em todo o filme e o tempo logo deixará de ser administrado com parcimônia. A fantasia tem exageradas duas horas e dezoito minutos de duração, que podem até não cansar o espectador imerso no universo fantástico, porém inevitavelmente vão provocar ao fim da sessão um questionamento: por que tão longo? Na primeira hora os heróis Valerian (Dane DeHaan) e Laureline (Cara Delevingne) já executaram - com emoção - a principal missão e trocaram dezenas de farpas de amor/desprezo, o vilão foi estabelecido, maravilhosas criaturas inéditas passaram pela telona, o ser humano foi ridicularizado e o "grande mistério" encontra-se bem perto da solução. Todas as cartas estão na mesa, mas o diretor prefere enrolar separando os protagonistas e tratando a revelação do arquiteto das maldades como algo digno de suspense, com flashbacks e explicações desnecessárias para complementar.

    A trama de Valerian está intrinsecamente conectada aos Pearls, alegres e carinhosos seres brilhantes de gênero neutro, bastante parecidos com os Na’Vi de Avatar. Habitantes de planeta paradisíaco, eles recolhem pérolas e as multiplicam através de fofos bichinhos de estimação conhecidos como Conversores. A posse do último conversor do universo é algo disputadíssimo na aventura e ainda assim ele permanece a maior parte da história negligenciado pelos personagens e pelo público numa pequena bolsa. É compreensível que, diante de possibilidades fotográficas tão amplas, o aspecto imagético tenha sido privilegiado ante a narrativa, porém o abismo é tão grande que nem mesmo o desfile de extraterrestres incríveis em cenários fantásticos é capaz de sustentar a nulidade do plot. Não é desta vez que a direção de arte salva um filme, mas chega perto. Há notável esforço, em conjugação com efeitos visuais alucinantes.

    Ocasionalmente excelentes personagens também podem ajudar a minimizar os danos e no caso se há alguém capaz disso é a Sargento Laureline, nascida para ser chamada de ícone feminista. Desde a primeira aparição dando afiados foras no Major Valerian - chefe que não para de assediá-la -, ela é autoconfiante, direta, insubordinada quando necessário, destemida, eficiente e apaixonada, mas não do tipo que perde completamente a cabeça por amor e por isso aceita qualquer coisa. Ela tem personalidade, vontade, voz e capacidade de salvar e desafiar Valerian. Uma rara dinâmica equilibrada, ainda mais incomum no gênero ficção científica. O que ela tem de interessante, no entanto, ele tem de péssimo. A cada dez palavras, uma é casamento e todos seus diálogos com a companheira de nave são obrigatoriamente transformados em tentativa de sedução. Como se ter uma playlist de conquistas não fosse o bastante, ele ainda é arrogante, não aceita seguir orientações da parceira e se complica nas ações por praticar atos fora do combinado. Não seria o primeiro caso de protagonista beirando o odiável que dá certo, só que não dá e ele acaba ofuscado. Para piorar, Cara – em evolução, faz esquecer a dança esquisita da péssima vilã de Esquadrão Suicida – e Dane – um erro de escalação – não têm química romântica. Combinam se alfinetando e formam uma boa dupla de ação, mas não dá para torcer por beijo.

    Dane tem o carisma de uma pessoa adoentada, mas não é o fundo do poço do filme em termos de atuação. Esse título é de Clive Owen, 100% canastrão em todas suas cenas. Ethan Hawke faz participação divertida e Rihanna é um capítulo a parte. Ou melhor, tem um solo. O show de sua personagem, Bubble, é bacana, porém o potencial hipnotizador é perdido pelo exagero de CGI nos contorcionismos e planos de reação do personagem de Hawke. Só essa sequência já seria o melhor desempenho da cantora no cinema, mas ela vai além fazendo graça com frases típica de atriz insegura, declamando Shakespeare e tentando entregar com veracidade um dos mais bregas discursos dramáticos. “Um dos” porque o páreo é duro e as frases feitas surgem até quando menos se espera. Se fosse apenas a partir do clímax, risível, tudo bem – ou menos mal, já que o último ato é ruim de forma geral.

    Os quadrinhos Valerian foram das maiores inspirações da franquia Star Wars e as semelhanças saltam aos olhos. A "casa" dos agentes federais parece a Millennium Falcon, um “primo” de Jabba the Hutt executa papel equivalente e o próprio herói soa como um Han Solo do Paraguai. A única sequência de perseguição de naves é filmada por Luc seguindo de tal forma a cartilha de George Lucas que poderia facilmente fazer parte de algo da saga agora concorrente. O tom infantil de Guerra nas Estrelas, no fim das contas, não é muito distante das bobeiras de Valerian, mas eles tinham a vantagem do suspense e uma legítima força do mal aparentemente invencível, aqui inexistentes.

    Besson joga na tela uma série de referências – preste atenção no Beco do Paraíso –, não foge de comparações com Star Wars, tem a ousadia de colocar Rihanna carregando o drama existencial (e a crítica social f#$%) do filme e constrói universo exagerado digno de um visionário, com toques especiais de sátira. Ao mesmo tempo insiste num mistério que não existe, usa diálogos que causariam inveja em escritores de autoajuda, piadas ruins e acredita em um protagonista que dá nos nervos. Alienígenas divertidos, como o trio do jogral e a figurinista do banquete, não compensam “falhas humanas” como Dane DeHaan e Clive Owen e a pobre trama é incapaz de evitar a monotonia. Valerian e a Cidade dos Mil Planetas é na maior parte do tempo um deleite visual e um teste de resistência para os neurônios. Os equívocos são tamanhos que o longa pode ser encarado como uma comédia escrachada geradora de gargalhadas do início ao fim – e isso está longe de ser um elogio ou o objetivo do cineasta. Vá sem expectativa de uma boa história e seus olhos não sairão decepcionados.

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    Comentários

    • Richardson d
      Esqueçam o livro...considerar apenas elementos e personagens, não fidelidade, o pessoal fica bitolado em ser igual a livro que esquece as coisas boas da obra.O filme diverte, entretém bem, claro que tem os altos os baixos, mas é bom sim, só não é digno de Oscar, claro.
    • Maria C
      Deu para me distrair e pronto... nada de blá blá blá ...
    • Fernando Vrech
      Quantas muié tu conseguiu com essa puxação de saco?
    • Daniel Asimov
      Isso respondeu sua pergunta, não? -> Não, retardado.Eu perguntei por que você considerou a personagem babaca e você não respondeuDizer que eu pedi pra discorrer o óbvio NÃO É responderPelo visto o BURRO e Zé ruela é você mesmo...
    • Daniel Asimov
      Como eu já disse antes, você pouparia muito mais de seu tempo deixando de fingir que é inteligente e simplesmente respondendo a pergunta do porquê você achou a personagem no filmeO máximo que sua jumentice conseguiu foi escrever Isso é óbvioEu até diria para você seguir seu próprio conselho e estudar mas dado teu nível de retardo mental isso não adiantaria, a única solução seria tu se matar e nascer de novo...
    • Just a G.
      Ah, e de preferência tente ficar quieto sempre que der. Nem todo mundo gosta de ter que lembrar da existência de gente tão obtusa nesse planeta. Apenas um conselho amigável.Mas como já sei que você não vai dar ideia, pode voltar a digitar o que você estiver afim. Juro que não vou atrapalhar você a brincar de inteligentinho mais. Tenha uma boa vida e estude ;)
    • Just a G.
      Como se não bastasse eu perder preciosos 15 minutos do meu tempo e pelo menos 5 pontos do meu QI lendo essa critica boba, você ainda me pede para discorrer o óbvio?Pqp, para o mundo que eu quero descer kkkkkkkkkIsso respondeu sua pergunta, não? ou seu cérebro já está em um estado tão deplorável ao ponto de você não perceber que isso tecnicamente já é uma resposta pra sua pergunta, pessoinha inteligentinha?Se ficou revoltadinho com minha resposta eu já não to nem aí.Flw zé ruela, continua falando sozinho aí. Gente chata da sua laia tende a ficar assim mesmo kkkkkkkkkkkkkkkk
    • Daniel Asimov
      O primeiro comentário do retardado (vulgo Just a G.): Just a G. Daniel Asimov • 6 dias atrásComo se não bastasse eu perder preciosos 15 minutos do meu tempo e pelo menos 5 pontos do meu QI lendo essa critica boba, você ainda me pede para discorrer o óbvio?E aqui, segundo ele (desde meu primeiro comentário sua pergunta foi respondida.) respondeu a minha pergunta Por que a personagem é babaca?Ops... Respondeu não... Restou apenas ao imbecil falar bonito pra disfarçar a própria idiotia...
    • Daniel Asimov
      E mais uma vez o retardado não responde minha pergunta e enrola com palavreado bonito pra posar de inteligente mas não disfarça tua burrice não, amiguinhoO que você acha que respondeu foi apenas dizer que é óbvioOu seja, o apedeuta é você mesmo...
    • Just a G.
      Respondi a seus comentários pois gente do seu tipo me entretêm. E aparentemente seu QI é realmente tão pífio ao ponto de nem sequer conseguir notar que desde meu primeiro comentário sua pergunta foi respondida.Se ela lhe agrada ou não, ou se meramente você não é capaz de interpreta-la, já não é problema de minha parte. E por favor, adoraria mais uma de suas respostas cômicas, dignas de alguém tão apedeuta como você aparenta ser.Ver você pensar ser tão inteligente ao ponto de vir aqui por pura conveniência me fazer uma pergunta tão estúpida está sendo muito divertido.
    • Daniel Asimov
      Parvas... Uau, que palavreado empolado! Pena que apenas isso não ajuda a disfarçar sua falta de argumentos, amiguinhoMeu grande pecado foi simplesmente fazer uma pergunta. Vi que você chamou a personagem de babaca e fiquei curioso para saber o porquê, bem simples assim, você gastaria muito menos de seu tempo dando alguma resposta direta. Pelo visto você é tão inteligente que não conseguiu elaborar uma resposta melhor do que Porque sim. Parece que pela sua imensa criatividade em dar uma resposta você não tem muita moral para falar do QI dos outros. Desculpe se fiz uma pergunta que forçou tanto sua grande inteligência...Aparentemente você não tem tempo pra perder mas ao mesmo tempo tem tempo pra escrever esse texto de 8 linhas para mim... Em uma linha poderia definir porque o babaca, mas não... Aliás você gastaria bem menos de seu tempo simplesmente não me respondendo nada, se respondeu é porque tem sim muito tempo livre...
    • Just a G.
      Oras lamento por ter esperado um nível de QI decente de sua parte para ser capaz de notar algo tão superficial quanto uma personagem fútil, e sim, babaca. Creio que superestimei sua inteligencia. Desculpe-meNão respondi pois estou desinteressado, e ao contrario de você, aparentemente, não desfruto de tempo livre o suficiente para gastá-lo respondendo perguntas parvas, muito menos para perturbar outros simplesmente por terem falado algo que tenha me desagradado.Resumindo tudo dito nos últimos dois parágrafos.... Não enche o saco e vai caçar algo útil para se fazer!
    • Daniel Asimov
      Você perde tempo é digitando um textão sem responder minha perguntaSeria como eu perguntar: Por que o político fulano é ruim?. E você me responder: Isso é óbvio, ou seja, pelo seu grau de resposta você já perdeu todo seu QI (não somente 5 pontos) há muito tempo...
    • Daniel Asimov
      Você perde tempo é digitando um textão sem responder minha perguntaSeria como eu perguntar: Por que o político fulano é ruim?. E você me responder: Isso é óbvio, ou seja, pelo seu grau de resposta você já perdeu todo seu QI (não somente 5 pontos) há muito tempo...
    • Just a G.
      Como se não bastasse eu perder preciosos 15 minutos do meu tempo e pelo menos 5 pontos do meu QI lendo essa critica boba, você ainda me pede para discorrer o óbvio?Pqp, para o mundo que eu quero descer kkkkkkkkk
    • Daniel Asimov
      DiscorraPor que ela é babaca?
    • Éderson Lima
      Adorei o filme. Me prendeu do início ao fim. Entendam uma coisa. Críticos são pessoas desocupadas pagas para falar do filme. Então aleatoriamente vão falar mal de algum filme. Críticos são INÚTEIS para quem gostar de filmes!
    • VR5
      Fiquei matutando depois: pena que o conceito da estação Alpha (desconheço se ela realmente existe no universo dos quadrinhos Valerian) foi concebida apenas para esse filme: imagine realizar uma série explorando todos os ecossistemas e todas as raças existentes ali e suas relações… uma espécie de “Babylon 5” muitas vezes maior e mais complexa… se fosse feito com a seriedade necessária e ainda usando os efeitos apresentados no filme seria uma verdadeira obra-prima da ficção científica!
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