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    Fique Comigo
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Fique Comigo

    Solidão que nada

    por Lucas Salgado

    O circuito do cinema de arte no Brasil é formado especialmente por comédias francesas. São dezenas os filmes do gênero (e nacionalidade) que chegam às telonas do país todos os anos. Atualmente, exibidores preferem inclusive apostar em um filme francês médio do que num bom filme de uma cinematografia não tão conhecida. Por coisas assim que longas como Fique Comigo acabam ganhando espaço.

    Dirigido por Samuel Benchetrit, o longa se passa em um prédio no subúrbio de Paris, onde seis personagens aparentemente solitários acabam se encontrando. Um fotógrafo, que acaba de perder os movimentos das pernas, descobre uma inusitada amizade na presença de uma triste enfermeira que trabalha ali perto. Um adolescente independente se interessa pela atriz decadente que acaba de mudar para o apartamento ao lado. Um astronauta americano literalmente cai do céu e é acolhido por uma senhora enquanto espera o resgate na NASA.

    Individualmente, as tramas são interessantes e poderiam render bons curtas-metragens. Mas, infelizmente, elas não funcionam bem lado a lado. Embora a solidão seja um tema comum entre as histórias, não há muita sintonia entre as mesmas. Se passam num mesmo universo, mas não parecem fazer parte do mesmo filme.

    É curioso notar que as três histórias e os três pares têm bons momentos, mas não empolgam. De certa forma, temos três contos médios, que só poderia render um filme médio. E é o que acontece.

    A trama da atriz decadente acaba ganhando mais força por causa da presença em cena da extraordinária Isabelle Huppert (A Professora de PianoAmor). O momento em que prepara um teste para um papel em uma peça é o mais bonito e interessante de todo longa. A saga do astronauta acaba sendo uma espécie de alívio cômico da produção, ainda que levada a sério. O personagem é vivido por Michael Pitt. O elenco traz ainda as presenças de Gustave KervernValeria Bruni Tedeschi.

    Asphalte (no original) é uma obra sensível e de certa forma simpática, mas que não consegue alcançar maiores voos. Como seus personagens, é ordinário em todos os sentidos.

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