Um dos maiores clássicos da história do cinema e um dos maiores exemplos da genialidade e talentos de um dos maiores diretores do século XX.
Após duas superproduções em cores, o mestre Alfred Hitchcock fez um filme de baixo orçamento e preto e branco, para cumprir seu contrato com a Paramount. Algo que o estúdio de imediato não esperava, já que imaginava uma produção nos moldes das anteriores.
Com roteiro do jovem e talentoso Joseph Stefano, adaptando o livro de Robert Bloch, que Hitchcock havia lido e adquirido os direitos imediatamente. Foi um trabalho excepcional, principalmente por ser o terceiro roteiro de cinema de Stefano e o segundo pelo qual levou crédito.
Norman Bates foi o 12º personagem da carreira de Anthony Perkins e foi eternizado como um dos mais populares e icônicos, não só da extensa carreira de Hitchcock, como também da história do cinema. Um trabalho magnífico e digno de reconhecimento, Perkins sempre será lembrado e admirado por sua espetacular atuação.
Janet Leigh (Marion Crane), apesar de jovem estava em seu 35° longa-metragem, mas nenhum outro papel de sua carreira causou tanto impacto e elogios como este. Principalmente por sua grande atuação e por ter protagonizado uma das cenas mais antológicas do cinema.
Dos coadjuvantes os destaques são: Vera Miles (Lila Crane), John Gavin (Sam Loomis) & Martin Balsam (Detetive Milton Arbogast), todos com ótimas atuações. E como de costume Hitchcock fez uma ponta e sua filha Patricia Hitchcock fez sua terceira e última participação em uma obra de seu pai.
Este foi um dos últimos trabalhos do mestre Alfred Hitchcock e um dos melhores e mais importantes filmes de sua carreira. Apesar do custo inferior a 900 mil dólares, o diretor e sua equipe conseguiram fazer um filme com tantas qualidades, que hoje em dia é difícil acreditar que esta obra-prima foi produzida com tal quantia.
Psicose também marcou umas das últimas parcerias de Hitchcock, com o grande compositor Bernard Herrmann, fazendo somente mais dois filmes depois deste. Mas esta foi uma das mais brilhantes e icônicas composições de Herrmann, não só de sua carreira, mas também da história do cinema. Foi e ainda é inspiração para muitos compositores e virou símbolo para cenas de suspense e grande impacto, sendo frequentemente lembrada e imitada.
Outra parceria de Hitchcock, que merece destaque é com o famoso designer gráfico Saul Bass, responsável pelos excelentes créditos de abertura e também pelos storyboards do filme, incluindo da famosa e polêmica cena do chuveiro. Cena que Bass causou polêmica ao afirmar que havia dirigido, no lugar de Hitchcock. Fato desmentido por Janet Leigh, estrela da cena em questão, confirmando que Hitchcock quem dirigiu. Polêmica a parte, sua contribuição foi extremamente importante com os storyboards servindo de prévia da fantástica e famosa cena.
A extraordinária fotografia em preto e branco de Jack L. Russell e a edição com cortes precisos e perfeitos de George Tomasini são exemplos da extrema qualidade de um filme com assinatura do Mestre do Suspense.
A direção de arte (Joseph Hurley, Robert Clatworthy & George Milo) apesar de modesta foi de extrema qualidade e criatividade, principalmente no Motel Bates, na decoração de interiores e pela primeira vez no cinema, um banheiro foi destaque de cena.
O filme foi indicado para quatro Oscars: Diretor (Hitchcock), Roteiro, Atriz Coadjuvante (Janet Leigh) & Direção de Arte. Além de não ter vencido nenhum prêmio, o maior absurdo foi à ausência de Anthony Perkins nas indicações, já que sua atuação é brilhante e inesquecível.
O único prêmio importante foi para Janet Leigh, que venceu o Globo de Ouro de Atriz Coadjuvante.
O filme faz parte da lista dos 100 maiores filmes de todos os tempos, pelo Instituto Americano de Cinema.
Pela sua importância e status de clássico, seria absurdo pensar que um dia fariam um remake, mas foi isso que aconteceu em 1998. Com Gus Van Sant filmando quadro a quadro, incluindo a cena do chuveiro, mas com o uso de cores e atualização de época. Com custo de absurdos 60 milhões de dólares e com bilheteria mundial de pouco mais de 30 milhões de dólares, provaram que grandes clássicos do cinema não devem ser refilmados e sim preservados para outras gerações.
Passados mais de 50 anos de sua estreia, Psicose continua fascinante e merece ser visto e revisto por todos.