James Gunn assinou uma das melhores sagas do Universo Cinematográfico da Marvel, mas sua jornada com Guardiões da Galáxia teve seus altos e baixos. A Disney demitiu o cineasta em 2018 após o ressurgimento de alguns tweets com piadas sobre pedofilia e estupros. Isso atrapalhou um pouco as ideias que Gunn tinha para o MCU: mais dois filmes dentro da trama dos Guardiões da Galáxia e dirigir um sobre a equipe Thunderbolts.
Guardiões da Galáxia (2014) entrou para a história como um dos melhores projetos da Marvel. Foi um sucesso de crítica e público - arrecadou 772,7 milhões de dólares em todo o mundo - e, além disso, apresentou um tipo de filme um pouco diferente do que os fãs estavam acostumados até então. É um dos poucos filmes do estúdio que poderíamos definir como "de autor".
As boas reações levaram o nome de Gunn a ganhar popularidade. Em 2014, o diretor expressou seu desejo de dirigir um filme dos Thunderbolts. Ele até admitiu ter proposto isso a Kevin Feige, presidente da Marvel Studios.
"Uma vez eu disse ao Kevin, estávamos sentados juntos no set em um dos dias que ele nos visitou, e eu disse: 'Quero fazer Thunderbolts'. Ele disse: 'James, se Guardiões tiver sucesso, você poderá fazer o que quiser, então veremos o que acontece'", contou Gunn ao Screen Rant. O filme foi um sucesso e sua sequência, Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017), também. A sequência também teve críticas positivas e arrecadou 863,7 milhões de dólares em todo o mundo. A condição de Feige foi cumprida, mas estava prestes a acontecer algo que mudaria os planos para sempre.
A mudança da Marvel para a DC

Em 2018, a Disney demitiu Gunn. Em janeiro de 2019, foi confirmado que o diretor estava em conversas com a Warner Bros. para dirigir a sequência de Esquadrão Suicida (2016) para o Universo DC. Em março do mesmo ano, também foi anunciado o retorno de Gunn à Marvel para se encarregar de Guardiões da Galáxia Vol. 3 (2023) e assim finalizar sua saga dentro do MCU.
A DC, neste caso, se adiantou à Marvel. O Esquadrão Suicida e Thunderbolts são grupos de anti-heróis que devem formar equipe para realizar missões perigosas. Gunn pôde cumprir, em parte, seu desejo de dirigir um filme dos Thunderbolts, mas em outra casa e com outro nome e personagens. O Esquadrão Suicida (2021) não foi um sucesso comercial, mas é, sem dúvida, um dos melhores filmes sobre anti-heróis. Seu predecessor, Esquadrão Suicida, dirigido por David Ayer, embora tenha arrecadado mais dinheiro nas bilheterias - o de Gunn apenas 168,7 milhões de dólares e o de Ayer 749,2 milhões de dólares -, recebeu críticas negativas.
O novo Universo DC

Antes de sua demissão da Marvel, Gunn tinha em mente realizar um filme protagonizado por Drax e Mantis, os personagens de Dave Bautista e Pom Klementieff, respectivamente. Embora não o tenha feito, esse divertido par tem bastante protagonismo no especial natalino do Disney+ Especial de Fim de Ano Guardiões da Galáxia (2022). Outra ideia era fazer um filme com Groot e Rocket, mas acabou sendo incorporada na trama de Guardiões da Galáxia Vol. 3. E sim, se você estava se perguntando, a terceira parte da saga de Gunn na Marvel foi outro sucesso de público e de bilheteria - 845,5 milhões de dólares mundialmente. Além disso, foi um dos poucos títulos que se salvaram do fracasso na era pós-Vingadores: Ultimato (2019) do MCU.
Outras ideias de Gunn eram uma série sobre os Ravagers e um projeto solo com Senhor das Estrelas, o personagem de Chris Pratt.
Em 2022, Gunn se tornou diretor criativo da DC Studios e ele e o produtor Peter Safran fizeram tabula rasa com o Universo DC. A era que começou com Zack Snyder em O Homem de Aço (2013) chegou ao fim e começa uma nova com Superman, que chega aos cinemas em julho deste ano. Além de O Esquadrão Suicida, Gunn estreou em 2022 a 1ª temporada da série Pacificador. A ficção, que lança sua segunda parte em 21 de agosto, tem como protagonista John Cena. O ator estreou no Universo DC em O Esquadrão Suicida.
A Marvel, por sua vez, encerrou sua Fase 5 com Thunderbolts*. O filme, dirigido por Jake Schreier e liderado por Florence Pugh e Sebastian Stan, recebeu boas críticas, mas, com 355 milhões de dólares arrecadados, não está se destacando nas bilheterias como se espera de um título da Marvel.