Renato Hermsdorff (editor)
2. Ela
4. O Abutre
6. Boyhood - Da Infância à Juventude
7. X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
10. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
11. Philomena
12. Nebraska
16. Praia do Futuro
20. Planeta dos Macacos: O Confronto
"Parece que foi ontem. Ou melhor, ano passado. 'O Lobo de Wall Street é desse ano?' 'Ele não foi lançado há, tipo, dois anos?' Esses foram os primeiros questionamentos. E tudo culpa de uma sensação de passagem do tempo cada vez mais rápido e de uma ótima seleção dos filmes do último Oscar, concentrados, como de praxe, no fim do ano anterior/ início do ano corrente, que, em 2014, ainda incluiu títulos como Nebraska, Clube de Compras Dallas e Philomena – este, cujo trailer me fez chorar depois de ter assistido ao filme (me julguem). E o que dizer de O Lobo de Wall Street? A sensação na sala de cinema era a de estar acompanhando o parto de um clássico – um parto longo, a gente sabe.
Mas, assim como o último filme de Alexander Payne, o longa protagonizado por Judi Dench é uma produção bem formatada, do tipo que não vai mudar a vida de ninguém, mas feita com alma. A expectativa, aliás, gerada em torno de Boyhood – cuja música tema já fazia lacrimejar (pode bater) no trailer – pôs o filme no imaginário nessa pretensiosa categoria: filmes de mudar a vida. Não mudou, mas claro que reconheço a importância dessa obra de Richard Linklater, fruto de uma gestação de 12 anos.
Dois mil e catorze ainda fez brotar uma boa – e variada – safra brasileira. A começar por outro lobo, o da Penha (Rio de Janeiro), aquele Atrás da Porta baseado em uma história tensa, contrapondo à leveza e frescor dos jovens adolescentes da São Paulo de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, arrematando com uma contundente análise do jornalismo brasileiro no documentário O Mercado de Notícias.
E 2015 promete. Do lado de cá, por produções como Casa Grande e Sangue Azul, assistidos no Festival de Paulínia, ainda para entrar em circuito comercial. Pela cobertura do Festival de Toronto, pudemos vislumbrar – e tentamos trazer essa visão para o leitor do AdoroCinema – um gostinho do que vem por aí. Foi lá que vimos o unânime O Abutre, em estreia mundial; e também o não tão consensual Homens, Mulheres e Filhos. Livre, A Teoria de Tudo, Um Santo Vizinho são potenciais candidatos para a lista de melhores do ano que vem.
Mas 2014 ainda não acabou. E, pela criatividade das histórias, pelas interpretações dedicadas, pelo humor, pelo elemento surpresa e pela identificação com as pequenas selvagerias tão comuns ao machismo e à burocracia sofrida por nós, latino-americanos, o primeiro lugar da minha lista não poderia ser diferente".