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    Festival de Gramado 2023: Filme baseado em crime real no Brasil e sessão aplaudida são destaques no primeiro final de semana
    Aline Pereira
    Aline Pereira
    -Subeditora
    Jornalista que ama boas histórias e combina a paixão por cinema e TV com comunicação para mergulhar ainda mais nos universos e personagens que já fazem brilhar os olhos. Pipoca, suspense, dramédia e uma pitada de reality são a receita perfeita para todos os dias.

    Além do novo filme de Kleber Mendonça, produções estreladas por Isis Valverde e Vera Holtz ganharam os holofotes.

    A 51ª edição do Festival de Gramado acontece até 19 de agosto na tradicional cidade da região da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Alguns dos nomes mais importantes do cinema nacional já passaram pelo tapete vermelho durante o primeiro fim de semana da premiação, que apresentou novas obras estreladas por Vera Holtz e Isis Valverde – que tiveram recepção calorosa. Na abertura, o Festival recebeu o diretor Kleber Mendonça Filho para apresentar Retratos Fantasmas, filme que estreou com elogios no Festival de Cannes 2023.

    Retratos Fantasmas: Filme de Kleber Mendonça pode levar Brasil ao Oscar 2024

    Divulgação

    Bacurau, Aquarius e O Som ao Redor ganham mais um integrante na lista de obras de destaque na carreira do diretor Kleber Mendonça Filho. Mesclando registros de família, de trabalhos anteriores, de arquivos públicos (e até elementos de ficção), o longa explora a história das salas de cinema no centro de Recife – boa parte delas já não existe mais. Um movimento que, para o diretor, está muito ligado à nossa configuração como sociedade.

    “De 40 anos para cá, as relações de rua foram transferidas para espaços privados, há uma mudança na forma como as pessoas olham a cidade. Se não tomarmos cuidado, não colocamos mais os pés nas ruas. O filme, de uma certa forma, é sobre isso também”, disse em entrevista ao AdoroCinema.

    Retratos Fantasmas estreia em 24 de agosto nos cinemas brasileiros.

    Angela: Isis Valverde estrela drama baseado em crime real

    Isis Valverde/Angela Diniz

    Em 1976, a socialite Angela Diniz foi brutalmente assassinada pelo namorado e o julgamento de Doca, como ele era conhecido, se tornou um marco no movimento feminista no Brasil – a defesa do assassino se baseou totalmente no comportamento moral e sexual de Angela para justificar um crime passional de “legítima defesa da honra”.

    Doca recebeu apenas uma pena simbólica de dois anos de prisão. Mais tarde, uma série de movimentos sociais contra a violência doméstica pressionaram a Justiça e um novo julgamento foi realizado. O longa dirigido por Hugo Prata (Elis) conta a história de Angela e destrincha o relacionamento violento que viveu com Doca, interpretado por Gabriel Braga Nunes.

    Embora tenha acontecido há quase 50 anos, o caso de Angela Diniz ainda parece muito atual. “É esse lugar de viver o que ele viveu hoje. A gente, todos os dias, tem que levantar uma bandeira, se reafirmar, colocar tudo no lugar de volta. Nós assistimos e pensamos ‘poderia ser eu ali, levando um tiro’, todos os dias vemos notícias. É muito real”, reflete Isis, em entrevista ao AdoroCinema.

    Angela estreia em 31 de agosto nos cinemas.

    Tia Virgínia tem trio de gigantes como protagonistas

    Divulgação

    Vera Holtz, Arlette Salles e Louise Cardoso se reúnem em Tia Virgínia, que deve ser um dos grandes destaques da edição de 2023 do Festival de Gramado: foram diversas as cenas que fizeram o público aplaudir durante a exibição do filme, que foi ovacionado no final. Dirigido por Fábio Meira (As Duas Irenes), a história acompanha três irmãs que se reúnem para o Natal e o encontro provoca alguns “acertos de contas” importantes, contados a partir do ponto de vista de Virgínia (Vera Holtz), a única das três que não se casou e precisou retornar à antiga casa para cuidar da mãe.

    Drama e comédia se misturam na mesma intensidade e a química entre as três atrizes veteranas da televisão e do cinema fazem o longa brilhar. Em entrevista ao AdoroCinema, Vera Holtz conta que a dinâmica complexa de família foi um dos principais pontos que a trouxeram para o papel.

    “A questão da família e pertencimento me agrada. Minha família é muito grande e essa vivência me interessa muito. [No filme] a relação entre as três irmãs é rigorosa. Elas acham que a mulher que não se casou e não teve filhos tem a obrigação de morar com a mãe porque não sabe se cuidar, na visão delas”, explica.

    Tia Virgínia estreia em 14 de setembro nos cinemas.

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