A Escolha: Crítica AdoroCinema

Precisamos falar sobre Nicholas Sparks! Mesmo! Não temos problemas em admitir que Diário de uma Paixão é um grande filme ou que é possível se emocionar em Um Amor para Recordar. Até Noites de Tormenta e Querido John possuem alguns momentos fofinhos, mas não dá mais. Não é possível!

Com relação aos filmes citados, sempre tivemos um intervalo de pelo menos dois anos entre um e outro. Entre Diário de uma Paixão e Noites de Tormenta, foram quatro anos. Agora, não é mais assim. Todo ano, sem falta, temos um filme de Nicholas Sparks chegando aos cinemas. E, pior, temos o mesmo filme de Nicholas Sparks chegando aos cinemas.

Sim, o autor se dá ao trabalho de trocar o nome do livro e os produtores sempre procuram atores diferentes - mas não muito - para assumirem a pele do casal principal. E tem mais isso, antigamente, tínhamos nomes como Ryan Gosling, Rachel McAdams, Richard Gere, Diane Lane, Channing Tatum e Amanda Seyfried. Agora, nos deparamos com figuras sem nenhum carisma, como Miley Cyrus, Julianne Hough, Josh Duhamel, James Marsden, Scott Eastwood e companhia.

Em A Escolha, os "escolhidos" da vez são Benjamin Walker e Teresa Palmer. Ele, uma espécie de Eric Bana piorado, é conhecido pelo papel de protagonista de Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. Como se isso fosse algo para se vangloriar. Já a atriz até vai bem em Meu Namorado é um Zumbi, mas também marca presença em produções como O Aprendiz de Feiticeiro, Eu Sou o Número Quatro e Caçadores de Emoção - Além do Limite.

O elenco conta ainda com as presenças de Alexandra Daddario, Maggie Grace, Tom Welling e Tom Wilkinson. Dentre os citados, surpreende a participação de Daddario. Destaque em True Detective, ela vem conseguindo papéis de destaque em obras como Terremoto - A Falha de San Andreas e Baywatch. Surpreende aceitar um papel tão secundário como o visto aqui, até porque hoje ela é mais conhecida em Hollywood do que os dois protagonistas.

Pois bem, vamos à sinopse "super" original: Travis (Walker) é um sujeito simples do interior que vive uma vida confortável e é do tipo solteiro convicto. Enquanto os amigos se casam e engravidam, ele segue numa rotina de trabalho e lazer. Seu dia a dia vai sofrer uma mudança, quando a jovem Gabby (Palmer) passa a morar na casa ao lado. Ela é uma residente em medicina que vem de uma família com muito dinheiro e que namora com o médico filho do dono do hospital em que trabalha. Inicialmente, Travis e Gabby não se suportam, mas - SURPRESA - o ódio vira atração. 

O filme tem tudo aquilo que você se acostumou a ver nas produções baseadas em livros de Sparks. Tem cena romântica em barco. Tem chuva. E, sim, tem a situação dramática que irá abalar o casal. Só não tem surpresa. A direção é de Ross Katz, que trabalhou na produção de filmes premiados como Entre Quatro Paredes e Encontros e Desencontros. Pelo que vimos aqui, no entanto, ele não aprendeu muito.

Se você é muito fã do escritor e ama todas as adaptações para os cinemas, vá sem medo. The Choice (no original) tem tudo aquilo que você espera. Mas se não aguenta mais ver o mesmo filme todos os anos, aí, talvez não seja a melhor opção para você.