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    Como a greve dos roteiristas afeta suas séries de TV favoritas?
    Diego Souza Carlos
    Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

    Há 15 anos, a última paralisação dos roteiristas durou 100 dias.

    Na manhã desta terça-feira (2), a Associação de Roteiristas dos Estados Unidos (Writers Guild of America) entrou oficialmente em greve. Após seis semanas de negociações, a medida foi firmada por um desacordo com a Aliança dos Produtores de Cinema e de Televisão (Alliance of Motion Picture and Television Producers).

    Visando melhorias nas condições de trabalho, incluindo aumento da remuneração mínima, mudança em planos de saúde e alteração nos regulamentos atuais, entre outras reivindicações, a tratativa ocorreu com grandes estúdios de Hollywood, como a Netflix, Disney, Warner Bros., entre outros.

    Esta é a primeira paralisação da classe desde 2008, quando inúmeros projetos foram afetados por uma pausa de 100 dias até que houvesse um acordo. Levando em consideração o movimento de 15 anos atrás, é certo que diversas produções serão interrompidas no meio do caminho, até que a situação se resolva.

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    “Embora tenhamos negociado com a intenção de fazer um acordo justo… as respostas dos estúdios às nossas propostas foram totalmente insuficientes, dada a crise existencial que os roteiristas estão enfrentando”, disse um comunicado da liderança sindical.

    A partir de hoje, nenhum roteirista pode escrever ou entregar qualquer trabalho aos estúdios. Não pode haver qualquer contato nesse período. Para a audiência, aqui vão algumas informações sobre os próximos dias, semanas e talvez meses sobre seus programas favoritos.

    Todas as atrações noturnas típicas da televisão norte-americana, como Jimmy Kimmel Live!, The Tonight Show Starring Jimmy Fallon e Late Night with Seth Myers, e séries de esquetes, como Saturday Night Live, serão os primeiros a desaparecer da grade. Isso acontecerá, pois o cronograma dessas produções é seguido de maneira extremamente próxima da transmissão, já que as pautas normalmente são quentes, sobre acontecimentos recentes, e os roteiros escritos às vésperas da gravação.

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    Enquanto isso, a maioria das séries de TV norte-americanas da temporada de verão já encerrou a produção ou está em hiato, como é o caso de Abbott Elementary. Normalmente, os trabalhos retornam entre maio e junho, quando as salas de roteiros voltam a fervilhar para o retorno das narrativas.

    Caso a greve dure tanto quanto a última, a programação da televisão estadunidense será afetada. Vale também lembrar que muitas séries da TV aberta dos Estados Unidos são distribuídas internacionalmente apenas em serviços de streaming. Portanto, algumas produções podem demorar ainda mais para chegar no Brasil.

    Se tratando de plataformas como Netflix, HBO Max, Prime Video, entre outras, há um certo alívio: apesar dos roteiristas de tais plataformas estarem envolvidos na greve, os streamers normalmente contam com um inúmeras séries e filmes concluídos muito antes da estreia. Dessa forma, enquanto Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton e a sétima temporada de Queer Eye estão seguras, não se pode dizer o mesmo do retorno de The Last of Us, Stranger Things e The White Lotus.

    Por enquanto, grande parte dos projetos com gravações encerradas devem ver a luz do dia conforme o planejado. É incerto prever se todas as produções com filmagens concluídas chegarão de acordo com o planejamento, como é o caso de The Boys e Gen-V, por exemplo. A greve não afeta apenas os escritores, mas todas as áreas da indústria. Tudo é volátil nesse momento.

    Os fãs de reality shows, talk shows baseados em entrevistas, programas esportivos e de notícias de entretenimento são os únicos que podem ficar mais tranquilos. Tais projetos não estão sujeitos ao acordo da WGA e não serão afetados.

    A maior greve da WGA aconteceu em 1988, com duração de 153 dias. A paralisação que ocorreu entre 2007 e 2008 foi concluída em 14 semanas. Neste momento, não há como prever o encerramento das atuais manifestações.

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