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    Morre Arnaldo Jabor, jornalista e cineasta do Cinema Novo, aos 81 anos; relembre seus sucessos nacionais

    Arnaldo Jabor foi um cronista, jornalista e cineasta, que fez parte do movimento cinematográfico Cinema Novo no Brasil.

    O cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, que fez parte do Cinema Novo, morreu na madrugada desta terça-feira (15) aos 81 anos por complicações de um acidente vascular cerebral (AVC), que o fez ficar internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

    Arnaldo Jabor ficou conhecido ficou conhecido por causa de seus filmes nacionais de sucesso nos anos 70 e 80, que faziam parte do movimento cinematográfico brasileiro conhecido mundialmente como Cinema Novo. Além de seus trabalhos como cineasta, ele dedicou boa parte de sua carreira como cronista e jornalista, atuando como comentarista tanto na imprensa escrita e quanto na televisão. 

    Relembre a carreira de Arnaldo Jabor

    Arnaldo Jabor nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1940, e atuou como diretor de cinema brasileiro, roteirista, produtor, escritor, jornalista e comentarista político da Rede Globo. 

    Ele fez parte da segunda fase do movimento cinematográfico brasileiro do Cinema Novo, que era influenciado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, que se destacava pela análise da realidade sociopolítica do Brasil, especialmente com criticas à desigualdade social durante os anos 60 e 70. Glauber Rocha é considerado o cineasta mais influente do Cinema Novo.

    Seu primeiro longa-metragem foi o documentário A Opinião Pública (1967), que retrata como o povo brasileiro olha sua própria realidade, e chamou atenção com Toda Nudez Será Castigada (1973), adaptado de uma peça de Nelson Rodrigues, que recebeu o Urso de Prata no 23º Festival Internacional de Cinema de Berlim.

    Sua carreira foi consagrada com os sucessos de bilheteria nacional, Eu Te Amo (1981) – que consagrou a carreira dos atores Paulo César Pereio e, claro, Sônia Braga – e Eu Sei que Vou Te Amar (1986) – filme com Fernanda Torres que recebeu uma indicação à Palma de Ouro no Festival de Cannes. Seu último trabalho na direção foi A Suprema Felicidade (2010) e, o próprio, considera Tudo Bem (1978) sua melhor produção. 

    Relembre alguns de seus principais trabalhos:

    A Opinião Pública (1967)

    Documentário sobre a classe média carioca, examinada através dos depoimentos dos seus próprios membros, em plena ditadura militar, que abordam assuntos como a juventude, a família burguesa, fenômenos sensacionalistas, misticismo, política e meios de comunicação de massa. Filme de tese, gravado segundo as regras do cinema-verdade da década de 60.

    Pindorama (1971)

    Assim que abandonou a cidade que ele próprio criou, Dom Sebastião testemunhou a queda do vilarejo que lutou para erguer, Pindorama, nas mãos de autoridades corrompidas pelo dinheiro e pelo poder. De volta à Portugal, Dom Sebastião recebe a missão, dada diretamente pelo rei, de retornar à Pindorama e retomar a cidade, pela paz ou pela guerra.

    Toda Nudez Será Castigada (1973)

    Em uma família tradicional Herculano (Paulo Porto), um homem puritano que só tinha tido uma mulher na vida, prometeu para Serginho (Paulo Sacks), seu filho, enquanto a esposa agonizava, que jamais teria outra mulher. Já o irmão de Herculano, Patrício (Paulo César Pereio), vive às custas do irmão e faz de tudo para que Herculano dependa cada vez mais dele e assim possa explorá-lo cada vez mais. Aproveitando uma crise de desespero do irmão, Patrício coloca junto à mesa de Herculano uma fotografia de Geni (Darlene Glória), uma cantora de inferninho e meretriz. Após se embebedar Herculano vai ao bordel, onde encontra Geni e passa a noite com ela. Porém, depois renega a ligação, mas ele e Geni já estão apaixonados. Herculano promete se casar com ela, mas para isto precisa fazer Serginho viajar. Porém, sentindo o que está acontecendo, Serginho se recusa a partir, mas algo ainda muito maior vai torturar Herculano.

    Tudo Bem (1978)

    Juarez (Paulo Gracindo) é o chefe de uma família de classe média, que está às voltas com uma obra no apartamento. Aposentado, ele está sempre cercado pelos fantasmas de seus amigos já falecidos. Elvira (Fernanda Montenegro), sua esposa, fica revoltada com a impotência de Juarez, o que faz com que acredite que ele tenha uma amante. Zé Roberto (Luiz Fernando Guimarães) e Vera Lúcia (Regina Casé) são os filhos do casal, ele um executivo oportunista e ela preocupada apenas em encontrar um marido. Junto com eles vivem duas empregadas: Aparecida de Fátima (Maria Sílvia), mística fervorosa, e Zezé (Zezé Motta), que trabalha como prostituta nas horas vagas. Juntos eles precisam lidar com as dificuldades da vida e os operários da obra, que estão sempre no apartamento.

    Eu Te Amo (1981)

    Industrial falido no milagre dos anos 70 conhece uma mulher e a convida para sua casa. Os dois iniciam um romance desesperador, ao mesmo tempo em que tem um medo brutal deste relacionamento, tentam livrar a si próprios da solidão .

    Eu Sei que Vou te Amar (1986)

    Um casal jovem resolve viver em duas horas um jogo da verdade sobre tudo o que já lhes aconteceu, numa psicanálise filmada com risos e lágrimas. Uma filmagem sobre o que seria um filme de amor.

    A Suprema Felicidade (2010)

    O garoto Paulo, de 8 anos, assiste ao lado dos pais, Marco (Dan Stulbach) e Sofia (Mariana Lima), os festejos pelo fim da 2ª Guerra Mundial. Seu melhor amigo é Cabeção, com quem compartilha a rua e o colégio jesuíta em que estuda. Já na juventude, Paulo precisa lidar com a frustração do pai por não ter conseguido realizar o sonho de pilotar um jato. Ele se aproxima de Noel (Marco Nanini), seu avô, um funcionário público boêmio que o inicia na vida noturna carioca. Logo se apaixona por Deise, uma jovem misteriosa que possui um ar existencialista. O caso entre eles não dá certo e Paulo passa a frequentar, com cada vez mais assiduidade, a área de prostituição local. Um dia, no cabaré Eldorado, Paulo reencontra o pai, triste e solitário. Eles passam a dividir a admiração pela jovem Marilyn, de apenas 16 anos, obrigada pela mãe a tirar a roupa para os clientes. É quando a reaproximação de Paulo com o pai e uma repentina história de amor provocam uma grande reviravolta na vida de ambos.

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