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    Homem-Formiga e a Vespa: Paul Rudd e Peyton Reed falam sobre humor, efeitos especiais e a conexão com Vingadores - Guerra Infinita

    Uma comédia de aventura sobre laços familiares.

    Depois de superar expectativas em 2015, agradando a crítica e faturando mais de US$500 milhões mundialmente, Homem-Formiga ganha uma sequência nos cinemas. Em Homem-Formiga e a Vespa,  Scott Lang (Paul Rudd) divide a cena com a Hope (Evangeline Lilly), que assume o papel de Vespa e ajuda o herói a resgatar Janet (Michelle Pfeiffer) do Reino Quântico.

    O AdoroCinema participou de uma coletiva de imprensa com Paul Rudd e o diretor Peyton Reed. A simpática dupla conversou sobre os efeitos especiais, o humor, o papel desta história dentro do Universo Cinematográfico Marvel e o protagonismo feminino.

    Confira o resultado deste bate-papo:

    Paul, o Homem-Formiga parece ser o papel perfeito para você no MCU (Universo Cinematográfico Marvel). Se você pudesse ser algum outro super-herói, qual escolheria?

    Paul Rudd: Bem, eu estou muito feliz com o herói que eu tenho, eu entendo o que você está dizendo, mas não acho que eu estaria entre os candidatos para ser o Thor. Scott Lang parece ser uma pessoa normal, que tem falhas e comete erros, e está sobrecarregado com o papel de super-herói, que é um pouco como eu me sinto na vida real. Mas se eu pudesse escolher ser algum outro herói, eu escolheria o Thor, com cachinhos dourados. Eu até descoloro minhas sobrancelhas para conseguir, não me importo.

    Hope parece muito forte nos trailers, mas também vamos ver um lado mais vulnerável dela nessa jornada?

    Peyton Reed: Uma das coisas que tentamos foi começar a história de um ponto de partida bem diferente de onde estávamos no fim do primeiro filme. No fim de Homem-Formiga, ela e o pai percebem que têm problemas e precisam se reconciliar. Mas nós começamos esse filme com Hank e Hope trabalhando muito bem juntos. Ela finalmente conseguiu algo pelo qual trabalhou e quis durante tanto tempo: ser a Vespa. Então ela está pronta para esse momento, está muito confiante mas também, porque essa missão é extremamente pessoal, ela potencialmente tem a chance de encontrar a mãe, que não vê há trinta anos. Nós vamos ver um outro lado de Hope Van Dyne nesse filme.

    Por que decidiram transformar o Fantasma em uma mulher neste filme?

    Peyton Reed: Isso começou a fazer sentido quando discutíamos quem seria um antagonista interessante para lutar contra o Homem-Formiga e a Vespa. No primeiro filme, tínhamos um antagonista com os mesmos poderes do Homem-Formiga, então começamos a olhar pela enciclopédia Marvel, que tem todos os heróis, vilões e personagens secundários dos quadrinhos, e encontramos o Fantasma. Nós amamos o visual dele, os poderes dele, essa habilidade de ficar intangível, algo que seria bom para lutar contra o Homem-Formiga e a Vespa. Como ele é um personagem razoavelmente desconhecido, nós nos sentimos livres para remodelá-lo da maneira que queríamos. Para combinar com a temática do filme, optamos pela troca de gênero, fazendo dele uma mulher, algo pouco comum na MCU.

    Como foi a experiência de trabalhar com Michelle Pfeiffer?

    Paul Rudd: É uma experiência incrível poder trabalhar com alguém que já fez tantos filmes maravilhosos. Ela é uma pessoa ótima, e tem algo especial como atriz, um trejeito de estrela de cinema. Quando ela entra no set, toda a equipe fica em silêncio, todos sentem a presença dela, como se a temperatura mudasse. Ela é muito amável, engraçada e se importa com os outros. Na verdade, esta é a segunda vez que eu trabalho com ela (depois de Nunca é Tarde Para Amar, em 2007), mas eu não a via há anos, e fiquei eufórico de poder trabalhar com ela de novo.

    Peyton Reed: Para mim, foi uma escolha dos sonhos. No primeiro filme, nós incluímos um curto flashback em que vemos a Vespa original, mas a única coisa que o espectador enxerga é a máscara dela. Quando estávamos procurando uma dublê para esta personagem no primeiro filme, eu disse: “Nós temos que achar alguém com olhos lindos, como a Michelle Pfeiffer”. Ela realmente era nossa atriz preferida para o papel. Nós falamos disso antes mesmo de a sequência ser aprovada ou roteirizada. Pensamos, “Se um dia apresentarmos a Janet, seria legal ela ser interpretada pela Michelle Pfeiffer”. No final, conseguimos. Na verdade, se a Michelle tivesse recusado, eu estaria perdido porque ela era a única pessoa que eu tinha imaginado para o papel. Ela é maravilhosa, capaz de fazer qualquer coisa.

    Scott Lang recebeu toda a atenção no primeiro filme, mas agora ele trabalha com Hope. Como o personagem se sente em relação à parceria?

    Paul Rudd: Acho que ele está muito bem com isso! O Scott seria o primeiro a dizer “Ela deveria fazer isso, não eu”. É um negócio de família, ela está muito mais preparada. O grande conflito do Scott é “Como eu posso ser um super-herói e um pai bom e responsável ao mesmo tempo?”. São duas coisas difíceis de reconciliar. Já a Hope está fazendo o que sempre quis fazer, o que ela nasceu para fazer. Ele pode ter um pouco de inveja, porque ela consegue voar sem precisar de uma formiga, mas fica impressionado com as habilidades dela, e ao mesmo tempo percebe que formam uma boa equipe.

    Você diria que o Homem-Formiga e a Vespa são igualmente importantes no filme?

    Paul Rudd: Não! (risos).

    Peyton Reed: Ela não é uma coadjuvante, e sim uma protagonista junto com o Homem-Formiga. É importante contar a história dessa parceria, que é a “espinha” do filme. Nós conhecemos os personagens no primeiro filme, mas agora eles evoluíram. Ela se tornou uma heroína de uniforme, como ele, e nós nos divertimos com a ideia desta dupla improvável. Precisamos entrar na mente de Hope para compreender que ela pensa, se precisa de um parceiro, e se Scott é o homem ideal. Nós estamos lidando com dois heróis extremamente capazes, porém dotados de visões diferentes do que é ser um herói.

    Hope é intensa, e para o Scott, as ocasiões em que ele vestiu o traje no passado trouxeram muitas dificuldades, especialmente depois de Guerra Civil. Esta é obviamente uma sequência de Homem-Formiga mas também de Capitão América: Guerra Civil. Temos que lidar com as ramificações da decisão de Scott de vestir o uniforme e se envolver em uma briga interna dos Vingadores, e como Hank Pym e Hope Van Dyne reagem a isso. Este foi um ponto de início muito orgânico, mas ainda é uma história dos dois.

    Ter um Homem-Formiga minúsculo e gigante tornou a produção mais complicada?

    Peyton Reed: Com certeza. Nós fizemos muitos encolhimentos no primeiro filme, e queríamos expandir tudo na sequência. Encolhemos Scott várias vezes em Homem-Formiga, e ele foi o Gigante em Guerra Civil. Então pensamos “Por que limitar a tecnologia das partículas Pym a pessoas, por que não a veículos e edifícios?”, e decidimos ir a loucura! De um ponto de vista técnico, foi um filme bem desafiador, particularmente com todas as sequências de perseguição em São Francisco. Muitas delas foram filmadas em locação mesmo, em plena luz do dia, bem no meio da rua, porque eu queria que tudo parece o mais real possível. Isso foi muito complicado. E o Paul fez todo o crescimento sozinho, é claro!

    Paul Reed: Na verdade, a cena em que eu tenho sessenta centímetros foi a mais difícil do filme tecnicamente.

    Peyton Reed: Sim, tem a cena numa escola em que o Homem-Formiga e a Vespa têm tamanhos diferentes - uma hora com sessenta centímetros, depois com seis metro e meio, e depois com noventa centímetros. Parece algo fácil de fazer, mas foi a cena mais complicada porque teve muita matemática envolvida. A equipe de efeitos visuais fez muitos cálculos para filmarmos estas cenas em um ambiente de verdade, incluindo um armário do zelador. Nós construímos um armário com efeitos especiais e colocamos Scott lá dentro. Foi a cena mais difícil de fazer no filme, embora não pareça.

    Vingadores: Guerra Infinita acabou de uma maneira triste e sombria. Como acham que o público vai responder a uma comédia logo após Vingadores? 

    Peyton Reed: A situação é parecida com o primeiro Homem-Formiga, que estreou após Vingadores: Era de Ultron, três anos atrás, que na época era o maior filme da Marvel, a continuação de Vingadores, e também teve um final mais pesado. Então nós aparecemos com um filme sobre encolher e voar com uma formiga. A posição é similar hoje, porque oferecemos algo diferente em termos de tom. Nós dois amamos Guerra Infinita, mas estamos fazendo algo diferente. Quando começamos a fazer o filme, definimos que ele se passaria numa "esquina do universo Marvel", e quando o filme progride, ele responde a perguntas sobre onde o filme se situa na linha do tempo da Marvel, e como lidamos com Guerra Infinita.

    O fato de explorar o Reino Quântico abre muitas possibilidades para o universo Marvel. Isso foi uma preocupação para você, na escrita e produção do filme?

    Peyton Reed: Foi complicado. Quando estávamos trabalhando no primeiro Homem-Formiga e começamos a falar sobre o Reino Quântico, só concebemos a parte que o Scott conhece. Sabíamos que a ideia seria mostrar mais do Reino Quântico nesta sequência, e situar o filme na pergunta: “Janet Van Dyne ainda pode estar viva depois de trinta anos?”.

    Na hora de construir o Reino Quântico, a Marvel chamou um time de desenvolvimento visual maravilhoso. Eles fizeram dezenas de desenhos de pré-produção, e nós também olhamos fotos de microscópios eletrônicos. Mas em relação à história, tivemos que criar uma lógica interna de funcionamento do Reino Quântico. A boa notícia também é a má notícia: o infinito pode ser tudo o que você quiser, então nós acabamos fazendo um bando de permutações. Esta é uma viagem psicológica, então será que a sua mente aguenta o que você está vendo lá em baixo, ela aguenta encolher tanto? Isso vira pura probabilidade, e visualmente nós precisamos ser coerentes com o restante do filme, porque os filmes do Homem-Formiga acontecem no mundo real, não em Asgard ou no espaço sideral.

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    Paul, como foi sua participação na sala de roteiristas no filme?

    Paul Reed: Bem, começou anos antes das filmagens, porque nós estávamos desenvolvendo algumas ideias, e eu fiquei fora por um tempo. Peyton e Stephen Broussard trabalharam com Chris McKenna e Erik Sommers, que participaram intensamente da escrita. Kevin Feige tem ótimas ideias, então é um esforço colaborativo, com certeza.

    Mas muitos meses antes de começarmos a filmar, quando já temos uma ideia geral da história, nós nos encontramos todos os dias, em Atlanta ou onde quer que estejamos filmando, e realmente passamos meses trabalhando duro, tentando chegar no produto final da melhor forma possível. Nós já temos uma data de início para as filmagens, então continuamos trabalhando. Mesmo durante a filmagem pode surgir uma nova ideia. Uma das coisas mais legais de se trabalhar com a Marvel é que eles topam testar essas ideias, eles querem saber para onde isso vai. Nós temos o roteiro, mas fazemos variações do mesmo tema, e podemos chegar a algo completamente novo em um único dia. É divertido.

    Peyton Reed: Nós tentamos fazer loucuras. Algumas dessas loucuras entram no filme, outras não, mas nós exploramos muitos caminhos, especialmente porque se tratar de uma comédia. Às vezes uma piada parece engraçada no set de filmagem, mas quando você chega na edição, ela já não é mais tão divertida, então nós preparamos versões diferentes. Geralmente tem uma boa versão da cena no roteiro, mas quando você chega no set, o Paul diz: “Acho que tem uma maneira melhor de fazer isso”, nós tentamos, e muitas vezes essa versão acaba sendo a melhor. 

    O sucesso do primeiro filme cria uma pressão maior para superar os números de bilheteria na sequência?

    Peyton Reed: Todo filme traz uma pressão, e essa é a primeira continuação que eu faço. Como qualquer espectador, eu tenho minhas próprias ideias do que gosto e desgosto em continuações. O que era claro para mim era a intenção de ser ainda mais engraçado que no primeiro filme, além de também andar nas ruas de São Francisco e ser o mais louco possível, mas ainda manter algo íntimo sobre pais e filhas. Então sim, existe pressão, mas a maior parte dela é imposta por nós mesmos.

    Paul Rudd: Existe uma liberdade porque nós já estabelecemos certas regras, já apresentamos os personagens, então isso nos permitiu dar passos maiores. Mas nós estamos vindo de Guerra Infinita, e antes disso teve Pantera Negra, que foram sucessos estrondosos. Chega um certo ponto em que você tem que deixar isso de lado, não se preocupar com sua posição no calendário da Marvel e pensar apenas no seu filme. Nós só queremos nos divertir, e tentar fazer o melhor filme possível, esperando que as pessoas vejam e gostem.

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    Como a relação entre Janet e Hank vai espelhar a relação entre Scott e Hope no filme? 

    Peyton Reed: Essa é uma das coisas mais legais de Homem-Formiga e a Vespa: o título pode se referir a qualquer uma das duplas. Isso é algo único, uma história de super-heróis que atravessa gerações. Mas a parceria entre Scott e Hope é bem diferente daquela de Janet e Hank. Estes foram parceiros sempre, ele já estava ligado à S.H.I.E.L.D. na época, enquanto o Homem-Formiga e Vespa do Scott e da Hope são mais independentes.

    No começo do filme, Scott tem dúvidas sobre ser um herói. Ele ama ser o Homem-Formiga, mas não quer que isso atrapalhe a vida pessoal, especialmente a relação com a filha. Nesse aspecto, ele é um Homem-Formiga bem diferente de Hank. Neste filme, Hope finalmente consegue virar uma heroína, mas a pessoa que ela tem como modelo não está presente há trinta anos. Isso motiva a aventura desse filme e a torna tão pessoal para Hope: ela realmente quer reencontrar sua mãe e escutar seus conselhos sobre como ser uma heroína.

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