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    A Última Chance: Cinebiografia nacional vai se aventurar pelo mundo da luta ‘sem glamour’ (Exclusivo)

    Visitamos o set do filme, que traz Marco Pigossi como o lutador Fábio Leão.

    Fábio Leão trilhou um caminho no mundo do crime e buscou a redenção no muay thai, luta que conheceu na cadeia. Hoje, ele trabalha com projetos sociais, ensinando artes marciais em presídios do Rio de Janeiro. Essa história vai ganhar os cinemas com o título de A Última Chance, com Marco Pigossi como protagonista.

    Na terça-feira, 25 de outubro, o AdoroCinema foi acompanhar as filmagens – o último dia – no presídio de Neves, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. E o resultado você confere no vídeo acima.

    A direção do longa cabe a Paulo Thiago (Orquestra dos Meninos), que faz questão de dizer que não se trata de um “filme de luta”: “Muay thai não é UFC, não tem esse glamour de Las Vegas, é um esporte que veio da Tailândia e lá é muito popular, se luta nas esquinas, igual ao futebol no Brasil”.

    Urbano Erbiste

    “O Paulo optou propositalmente por um ator que não fosse parecido com o Fábio”, afirma Pigossi, mais conhecido por seus trabalhos na TV (ele filmou recentemente O Nome da Morte, ainda sem data de estreia marcada). “Não é o Fábio Leão que existe, é um Fábio Leão que eu e o Paulo criamos”, diz o ator, que nem sequer encontrou o “biografado”. O objetivo era “a gente tentar criar algo dentro da nossa possibilidade, da nossa dramaturgia, para conseguir trazer essa verdade em cena”.

    Juliana Lohmann (A Frente Fria que a Chuva Traz) assume o principal papel feminino da trama. Ela é Luciana, esposa do lutador que está com ele desde os tempos da adolescência. “A gente foi na Vila Kennedy [em Bangu, Zona Oeste do Rio, onde Fábio cresceu e ingressou na criminalidade]. Eu conversei com várias mulheres e a gente queria entender o que faz essas mulheres não abandonarem os seus homens”, explica.

    “Eu nunca quis fazer um filme global [com atores da TV Globo]”, garante o diretor. O objetivo, para ele, era “aprofundar essa questão do drama social, da transformação do ser humano, mas principalmente a coisa do brasileiro comum, do homem que vive na comunidade”.

    Nascido na favela, desde os 9 anos, Fábio Leão já praticava pequenos furtos, até começar a praticar assalto à mão armada. Aos 17, chegou ao posto de “gerente” do tráfico na Vila Kennedy e, dois anos mais tarde, foi preso pela primeira vez, quando conheceu, na cadeia, o “mercado” de clonagem de carros.

    Ao longo de 20 anos, foram diversas idas e vindas a presídios, até se encontrar na luta, aderir à religião evangélica e virar professor de artes marciais da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

    Em maio de 2015, no entanto, Fábio foi detido na penitenciária Moniz Sodré, no Rio, quando tentava entrar com uma pistola descarregada e um papel com anotações e preços de material de telefonia celular – fato que não interferiu na produção do filme, segundo Paulo Thiago.

    A Última Chance deve chegar aos cinemas brasileiros em 2017.

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