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    Festival de Toronto 2015: Room, drama que mostra mãe e filho confinados, é o melhor filme segundo o público

    Documentário canadense sobre herói nacional desmascarado (Hurt) vence o primeiro programa competitivo da mostra.

    O 40º Toronto International Film Festival (TIFF) termina neste domingo, 20 de setembro, consagrando Room, do diretor Lenny Abrahamson (Frank), como o melhor filme, entre os quase 300 longas metragens selecionados para a mostra canadense. Quem diz é a voz do povo – uma vez que o evento não tem uma agenda competitiva oficial, com júri.

    O bom filme conta a história de uma mulher (Brie Larson, de United States of Tara) e seu filho, Jack (Jacob Tremblay), de cinco anos, que vivem confiados em um pequeno quarto. A personagem, creditada apenas como Ma (mãe), foi sequestrada há sete anos, quando tinha apenas 17. E, com a ajuda da criança, elabora um plano para tentar fugir do cativeiro.

    O drama – exibido pela primeira vez no Festival de Telluride – já havia ganhado uma sessão extra na última sexta-feira em Toronto, quando o diretor artístico do TIFF, Cameron Bailey, ao anunciar a projeção, comentou que muitos acreditavam que se tratasse de um filme baseado em um romance “inadaptável”.

    Isso porque o livro homônimo em questão, lançado em 2010 pela escritora Emma Donoghue - também roteirista de Room - conta a história sob a perspectiva do menino. Donoghue, por sua vez, concebeu a obra a partir do caso real revelado em 2008 – que ganhou o noticiário internacional – de uma mulher que foi mantida em cativeiro na Áustria pelo pai (e abusada sexualmente por ele) durante 24 anos, no episódio que ficou conhecido como o caso Fritzl.

    A escolha do público reforça as especulações da imprensa de que o filme leve, pelo menos, a indicação de melhor atriz para Brie Larson no próximo Oscar.

    Pódio.

    O segundo filme mais votado pelos canadenses foi Spotlight. O ótimo longa de Thomas McCarthy (O Visitante) é baseado na história real do “Spotlight”, time de repórteres do jornal Boston Globe encarregado de matérias especiais que apurou o envolvimento da Igreja Católica em casos de pedofilia na região. O quarteto fantástico – talvez o termo mais correto seja dizer “os Avengers” – dos jornalistas é formado por Michael Keaton, Mark Ruffalo, Rachel McAdams e Brian d'Arcy James.

    O bronze foi para Angry Indian Goddesses (Pan Nalin), uma coprodução da Índia com a Alemanha.

    Júri oficial.

    Em comemoração aos 40 anos do festival, o TIFF lançou, esse ano, um programa competitivo, o “Platform”, com 12 títulos pré-selecionados, incluído, aí, Boi Neon, de Gabriel Mascaro (Ventos de Agosto). Não deu para o Brasil, no entanto. O júri oficial, formado pelos cineastas Jia Zhang-keClaire Denis e Agnieszka Holland, preferiu o documentário Hurt, do canadense Alan Zweig.

    A obra traça um perfil do herói nacional Steve Fonyo, que arrecadou milhões de dólares entre 1984/85 para a pesquisa do câncer e, desmascarado, enfrentou inúmeros problemas com a lei.

    “É um filme que explora a complexidade e fragilidade do destino humano em um país que grande parte do mundo vê como um paraíso”, justificaram os jurados.

    Nenhum dos títulos têm data prevista para estrear no Brasil ainda.

    Abaixo, confira a comparação entre a escolha da audiência do TIFF e o melhor filme do Oscar nos últimos dez anos:

    2014 – TIFF: O Jogo da Imitação/ Oscar: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

    2013 – TIFF: 12 Anos de Escravidão/ Oscar: 12 Anos de Escravidão

    2012 – TIFF: O Lado Bom da Vida/ Oscar: Argo

    2011 – TIFF: E Agora Onde Vamos?/ Oscar: O Artista

    2010 – TIFF: O Discurso do Rei/ Oscar: O Discurso do Rei

    2009 – TIFF: Preciosa/ Oscar: Guerra ao Terror

    2008 – TIFF: Quem Quer Ser um Milionário?/ Oscar: Quem Quer Ser um Milionário?

    2007 – TIFF: Senhores do Crime/ Oscar: Onde Os Fracos Não Têm Vez

    2006 – TIFF: Bella/ Oscar: Os Infiltrados

    2005 – TIFF: Infância Roubada/ Oscar: Crash- No Limite

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