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    Cine PE 2015: Permanência e O Gigantesco Ímã, dois curtas que se tornaram longas-metragens

    Os filmes foram apresentados no penúltimo dia da competição oficial.

    O penúltimo dia de competição oficial do Cine PE 2015 trouxe dois curtas-metragens e dois longas-metragens, de gêneros e estilos totalmente diferentes.

    Erudito

    O curta-metragem Brócolis, de Valentina Homem, apresenta a chegada da dançarina Noa aos Estados Unidos, enquanto tenta superar um trauma no Brasil. Com estrutura fragmentada, o filme mistura imagens realistas e outras próximas do sonho. É interessante tentar representar o luto por símbolos e metáforas, mas talvez o projeto se perca no acúmulo de referências artísticas consagradas, que tentam incorporar valor ao filme, como citações explícitas a Edward Hopper, momentos de dança contemporânea dentro do apartamento, imagens com preto e branco granulado etc.

    Daniela Nader / Divulgação

    Popular

    Ao contrário do hermético Brócolis, Bajado tenta ser tão acessível quanto as obras do pintor pernambucano de mesmo nome. O curta-metragem alterna depoimentos de pessoas próximas (em cenas de belíssima fotografia), imagens de arquivo e "quadros vivos", com pessoas reproduzindo pinturas de Bajado pelas ruas de Olinda. Um projeto competente, que faz boa pesquisa da época e do contexto artístico cercando o artista, apesar de uma linguagem excessivamente acadêmica adotada pelo diretor Marcelo Pinheiro.

    Feel good movie

    O Gigantesco Ímã, primeiro longa-metragem dos diretores Petrônio Lorena e Tiago Scorza, apresenta dezenas de invenções de Evangelista Ignácio de Oliveira, homem de 86 anos que construiu sozinho, sem nenhuma formação acadêmica, suas próprias armas, rádios e carros, a partir de peças usadas. O documentário é leve e divertido, apoiado na personalidade expansiva do diretor. No entanto, os cineastas nunca explicam o percurso deste homem singular, deixando o público com interrogações sobre o desenvolvimento de conhecimentos técnicos tão complexos.

    Leia a nossa crítica.

    Feel bad movie

    Permanência, assim como O Gigantesco Ímã, é a expansão de um curta-metragem de sucesso, mas a experiência proporcionada pelas duas obras não poderia ser mais diferente. O diretor Leonardo Lacca cria um filme melancólico e intimista sobre o reencontro entre Ivo (Irandhir Santos) e Rita (Rita Carelli), anos após romperem o relacionamento. O filme é repleto de atuações fortes, embora evite reviravoltas na trama, tornando-se voluntariamente monótono. Permanência representa uma experiência difícil, mas recompensadora, para o público que aprecia romances mais delicados.

    Leia a nossa crítica.

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