30 anos atrás, uma cena bastava para saber que estávamos diante de uma obra-prima: Uma das estreias mais lendárias da história do cinema
Nathalia Jesus
Nathalia Jesus
-Redatora e crítica
Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

Quentin Tarantino nos deu uma cena épica e monumental.

Miramax Films

Em 1994, os participantes do Festival de Cinema de Cannes não imaginavam que estavam prestes a ver uma das maiores obras-primas do cinema. Os Weinsteins — sim, aqueles caras imbatíveis em termos de marketing — foram à praia convencer a todos que deveriam comparecer à sessão da meia-noite de um filme chamado Pulp Fiction. A primeira cena foi suficiente para eles perceberem que um jovem cineasta chamado Quentin Tarantino estava prestes a revolucionar a indústria.

Sentados em um restaurante de Los Angeles, dois jovens ladrões discutem onde realizarão seu próximo assalto. Ela parece determinada a agir a todo custo, mas ele permanece cauteloso. Intercalada com a garçonete que retorna periodicamente para encher suas xícaras de café, a conversa se arrasta e, depois de considerar várias opções, os dois personagens acabam escolhendo o restaurante em que estão no momento.

Eles sacam suas armas, se beijam apaixonadamente e começam a roubar clientes enquanto gritam: "Se algum babaca se mexer, eu c*go nas calças e mato cada um de vocês" — desculpe, mas a versão original vence com folga aqui. A imagem congela. Uma guitarra elétrica toca. Os créditos começam a rolar. A experiência Pulp Fiction - Tempo de Violência começa.

Na época, Tarantino já havia chamado a atenção com Cães de Aluguel e, com seu novo longa, acabou ganhando a Palma de Ouro. Foi um sucesso de crítica e bilheteria, recebeu 7 indicações ao Oscar, revitalizou a carreira de John Travolta e por aí vai… Em suma, causou comoção.

O filme é composto por uma série de histórias interconectadas que não se desenrolam cronologicamente. Cada uma se concentra em um protagonista diferente, e a cena de abertura, embora ligeiramente distante desses personagens, também se conecta posteriormente com Jules e Vincent.

Já viu? Quentin Tarantino adora este faroeste considerado um dos melhores e mais brutais em toda a história do cinema!

Tim Roth e Amanda Plummer são os responsáveis ​​pela abertura do filme. Esta abertura é ainda mais impactante quando consideramos que, como dissemos, ele mais tarde acaba se envolvendo com Jules e Vincent. Os personagens de John Travolta e Samuel L. Jackson acabam neste restaurante após o acidente de carro e a ajuda do Sr. Wolf (Harvey Keitel).

Três décadas após seu lançamento, continuamos a analisá-lo de todos os ângulos possíveis e a redescobrir detalhes. A abertura de Pulp Fiction também deve muito à música dos créditos: a versão de Dick Dale para "Misirlou".

Esse aspecto também foi estudado, e estudiosos como Estella Tincknell estabeleceram que o "uso, no filme, do estilo grooveado e de faixa única do pop underground americano do início dos anos 1960, misturado a baladas "clássicas" como "Son of a Preacher Man", de Dusty Springfield, é crucial para uma compreensão pós-moderna do filme".

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